Jesus não nos convida a um amor abstrato,
etéreo ou teórico, redigido em escrivaninhas para discursos. O caminho que nos
propõe é o que Ele percorreu primeiro, o caminho que O fez amar aqueles que O
traíram, julgaram injustamente, aqueles que O matariam.
Jesus convida a amar e a fazer o bem. E isto é
muito mais do que ignorar a pessoa que nos prejudicou ou esforçar-se para que
não se cruzem nas nossas vidas: é um mandato que visa uma benevolência ativa,
desinteressada e extraordinária para com aqueles que nos feriram. Mas Jesus não
fica por aí; pede-nos também que os abençoemos e rezemos por eles; isto é, que
o nosso falar deles seja um bendizer, gerador de vida e não de morte, que
pronunciemos os seus nomes não para insulto ou vingança, mas para inaugurar um
novo vínculo que leve à paz. Alta é a medida que o Mestre nos propõe!
Com tal convite, Jesus quer encerrar para
sempre a prática tão usual – ontem como hoje – de ser cristão e viver sob a lei
de talião. Não se pode pensar o futuro, construir uma nação, uma sociedade
sustentada na equidade da violência. Não posso seguir Jesus, se a ordem que
promovo e vivo é olho por olho, dente por dente.
A equidade da violência é sempre uma espiral
sem saída; e o seu custo, muito alto. Há outro caminho possível, porque é
crucial não esquecer que todos nós temos direito à paz. Vós tendes direito à
paz.
Papa Francisco – 06 de
setembro de 2019
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