segunda-feira, 29 de junho de 2020

29 de junho - Um outro dos discípulos disse a Jesus: 'Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai." Mt 18,21

O Evangelho de hoje dá início à narração da última viagem de Jesus a Jerusalém. Trata-se de uma longa marcha não apenas geográfica e espacial, mas espiritual e teológica, rumo ao cumprimento da missão do Messias. A decisão de Jesus é radical e total, e quantos o seguem são chamados a medir-se com ela. Hoje o Evangelista nos apresenta dois personagens — poderíamos dizer dois casos de vocação — que esclarecem o que é exigido daqueles que querem seguir Jesus até ao fundo, totalmente.

O primeiro personagem promete-lhe: “Seguir-te-ei para onde quer que vás”. Generoso! Mas Jesus responde que o Filho do homem, contrariamente às raposas que têm as suas tocas e aos passarinhos que têm os seus ninhos, não tem onde reclinar a cabeça. A pobreza absoluta de Jesus! Com efeito, Jesus deixou a casa paterna e renunciou a qualquer segurança para anunciar o Reino de Deus às ovelhas perdidas do seu povo. Assim Jesus nos indicou, a nós seus discípulos, que a nossa missão no mundo não pode ser estática, mas é itinerante. O cristão é um itinerante. A Igreja está por sua natureza em movimento, não permanece sedentária nem tranquila no próprio recinto. Está aberta aos horizontes mais vastos, enviada — a Igreja é enviada! — para levar o Evangelho pelas estradas e alcançar as periferias humanas e existenciais. É assim o primeiro personagem.

O segundo que Jesus encontra diz: Senhor, deixa-me ir primeiro enterrar o meu pai. Trata-se de um pedido legítimo, fundado no mandamento de honrar o pai e a mãe. Todavia, Jesus responde: “Deixa que os mortos sepultem os seus mortos”. Com estas palavras, deliberadamente provocadoras, Ele tenciona afirmar o primado do seguimento e do anúncio do Reino de Deus, também sobre as realidades mais importantes, como a família. A urgência de comunicar o Evangelho, que rompe a cadeia da morte e inaugura a vida eterna, não admite atrasos, mas requer prontidão e disponibilidade. Portanto, a Igreja é itinerante, e aqui a Igreja é decidida, age imediatamente, no momento, sem esperar.

Papa Francisco – 30 de junho de 2019

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