Na Encíclica Laudato
si’, lembramos que, se tudo está relacionado, também o estado de saúde
das instituições duma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de
vida humana (…). Dentro de cada um dos níveis sociais e entre eles,
desenvolvem-se as instituições que regulam as relações humanas. Tudo o que as
danifica comporta efeitos nocivos, como a perda da liberdade, a injustiça e a
violência. Vários países são governados por um sistema institucional precário,
à custa do sofrimento do povo.
Como estão as
instituições da sociedade civil na Amazônia? O Instrumentum
laboris do Sínodo, que reúne muitas contribuições de pessoas e
grupos da Amazônia, refere-se a uma cultura que envenena o Estado e suas
instituições, permeando todos os estratos sociais, inclusive as comunidades
indígenas. Trata-se de um verdadeiro flagelo moral; como resultado, perde-se a
confiança nas instituições e em seus representantes, o que desacredita
totalmente a política e as organizações sociais. Os povos amazônicos não são
alheios à corrupção e tornam-se suas principais vítimas.
Não podemos excluir
que membros da Igreja tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes
chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas para
as obras eclesiais. Por isso mesmo, chegaram ao Sínodo propostas que convidavam
a prestar uma atenção especial à procedência de doações ou outro tipo de
benefícios, assim como aos investimentos realizados pelas instituições
eclesiásticas ou pelos cristãos.
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