terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

11 de fevereiro - Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” Mc 7,5


Na cena evangélica de hoje, vemos a atuação de Jesus que é considerada perigosa pelos Doutores da Lei, pois Ele ensina a viver com uma liberdade surpreendente. Convém corrigi-la. Os fariseus e doutores da lei vigiavam rigorosamente o cumprimento das normas rituais: lavar as mãos antes de comer, a maneira certa de lavar os copos, jarras e vasilhas de cobre…
Provavelmente, tais normas surgiram como uma medida de prevenção higiênica. O erro acontece quando se absolutiza e se acaba declarando “impuras” (religiosamente) as pessoas que não as cumprem. Desse modo, o que poderia ser uma prescrição saudável terminou se convertendo em uma arma de poder e em um pretexto gravemente discriminatório.
Pretextos desse tipo são utilizados com frequência, na sociedade e na Igreja, para estigmatizar determinadas pessoas ou grupos. E a autoridade, religiosa ou civil, se converte em “polícia das consciências”, acusando, condenando ou inclusive eliminando aqueles que se afastam da norma prescrita. “Quem sou eu para julgá-los?” (Papa Francisco).

Será que Deus complica tanto nossa vida com o peso das normas, proibições, culpas…? Mais uma vez, frente às armadilhas da religião, a atitude de Jesus é claríssima. Custa-nos entender como há pessoas que professam ser suas seguidoras e continuam absolutizando normas, ritos, crenças…, acima do bem das pessoas, às quais não duvidam em expulsar e desqualificar do modo mais veemente. No entanto, o culto que agrada a Deus nasce do coração, da adesão interior, desse nosso centro íntimo de onde nascem nossas decisões e projetos.

Em toda religião há tradições que são “humanas”: normas, costumes, ritos, devoções… que nasceram para ajudar a viver a experiência religiosa em uma determinada cultura. Podem fazer bem; mas podem causar muito dano quando nos dispersam e nos afastam da Palavra de Deus. Elas nunca devem ter a primazia.
Não podemos esquecer nunca do que é essencial.

Hoje celebramos:

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