quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

05 de fevereiro - Jesus lhes dizia: “Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. Mc 6.4


A página evangélica de hoje apresenta Jesus que regressa a Nazaré e, no dia de sábado, começa a ensinar na sinagoga. Desde que se tinha ido embora para começar a pregar nos povoados e aldeias circunvizinhas, nunca voltara à sua pátria. Voltou. Portanto, toda a cidade terá ido ouvir este filho do povo, cuja fama de mestre sábio e de poderoso curador já se alastrava pela Galileia e além.
Mas aquilo que se poderia apresentar como um sucesso, transformou-se numa clamorosa recusa, a ponto que Jesus não pôde realizar ali prodígio algum, mas apenas poucas curas. A dinâmica daquele dia foi reconstruída detalhadamente pelo evangelista Marcos; o povo de Nazaré inicialmente ouve, e fica admirado; depois questiona-se perplexo: de onde lhe vêm estas coisas, esta sabedoria?; e no final escandaliza-se, ao reconhecer n’Ele o carpinteiro, o filho de Maria, que eles viram nascer. Por isso Jesus conclui com a expressão que se tornou proverbial: um profeta só é desprezado na sua pátria.

Perguntemo-nos: por que passam os concidadãos de Jesus da admiração à incredulidade? Eles fazem um confronto entre a origem humilde de Jesus e as suas capacidades atuais: é um carpinteiro, não estudou, contudo, prega melhor que os escribas e faz milagres. Mas em vez de se abrirem à realidade, escandalizam-se.
Segundo os habitantes de Nazaré, Deus é demasiado grande para se abaixar e falar através de um homem tão simples! É o escândalo da encarnação: o evento desconcertante de um Deus que se fez carne, que pensa com mente de homem, trabalha e age com mãos de homem, ama com coração de homem, um Deus que trabalha, come e dorme como um de nós. O Filho de Deus inverte qualquer esquema humano: não foram os discípulos que lavaram os pés ao Senhor, mas foi o Senhor que lavou os pés aos discípulos.
É este o motivo de escândalo e de incredulidade não só naquela época, em todas as épocas, mas também hoje.

Com efeito, também nos nossos dias pode acontecer que se alimentem preconceitos que impedem que se compreenda a realidade. Mas o Senhor convida-nos a assumir uma atitude de escuta humilde e de expetativa dócil, porque a graça de Deus se apresenta, com frequência, de maneiras surpreendentes, que não correspondem às nossas expetativas. Pensemos juntos na Madre Teresa de Calcutá, por exemplo. Uma religiosa pequenina — ninguém dava dez tostões por ela — que ia pelas ruas recuperar os moribundos para que tivessem uma morte digna. Esta pequenina religiosa fez maravilhas com as orações e com as suas obras! A pequenez de uma mulher revolucionou as obras de caridade na Igreja. É um exemplo dos nossos dias. Deus não se conforma com os preconceitos. Devemos esforçar-nos por abrir o coração e a mente, para acolher a realidade divina que vem ao nosso encontro.

Papa Francisco – 08 de julho de 2018

Hoje celebramos:

Nenhum comentário:

Postar um comentário