sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Querida Amazônia: Instituições degradadas nºs 23 a 25


Na Encíclica Laudato si’, lembramos que, se tudo está relacionado, também o estado de saúde das instituições duma sociedade tem consequências no ambiente e na qualidade de vida humana (…). Dentro de cada um dos níveis sociais e entre eles, desenvolvem-se as instituições que regulam as relações humanas. Tudo o que as danifica comporta efeitos nocivos, como a perda da liberdade, a injustiça e a violência. Vários países são governados por um sistema institucional precário, à custa do sofrimento do povo.

Como estão as instituições da sociedade civil na Amazônia? O Instrumentum laboris do Sínodo, que reúne muitas contribuições de pessoas e grupos da Amazônia, refere-se a uma cultura que envenena o Estado e suas instituições, permeando todos os estratos sociais, inclusive as comunidades indígenas. Trata-se de um verdadeiro flagelo moral; como resultado, perde-se a confiança nas instituições e em seus representantes, o que desacredita totalmente a política e as organizações sociais. Os povos amazônicos não são alheios à corrupção e tornam-se suas principais vítimas.

Não podemos excluir que membros da Igreja tenham feito parte das redes de corrupção, por vezes chegando ao ponto de aceitar manter silêncio em troca de ajudas econômicas para as obras eclesiais. Por isso mesmo, chegaram ao Sínodo propostas que convidavam a prestar uma atenção especial à procedência de doações ou outro tipo de benefícios, assim como aos investimentos realizados pelas instituições eclesiásticas ou pelos cristãos.

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