Na cena evangélica de hoje, vemos a atuação de
Jesus que é considerada perigosa pelos Doutores da Lei, pois Ele ensina a viver
com uma liberdade surpreendente. Convém corrigi-la. Os fariseus e doutores da
lei vigiavam rigorosamente o cumprimento das normas rituais: lavar as mãos
antes de comer, a maneira certa de lavar os copos, jarras e vasilhas de cobre…
Provavelmente, tais normas surgiram como uma
medida de prevenção higiênica. O erro acontece quando se absolutiza e se acaba
declarando “impuras” (religiosamente) as pessoas que não as cumprem. Desse
modo, o que poderia ser uma prescrição saudável terminou se convertendo em uma
arma de poder e em um pretexto gravemente discriminatório.
Pretextos desse tipo são utilizados com
frequência, na sociedade e na Igreja, para estigmatizar determinadas pessoas ou
grupos. E a autoridade, religiosa ou civil, se converte em “polícia das
consciências”, acusando, condenando ou inclusive eliminando aqueles que se
afastam da norma prescrita. “Quem sou eu para julgá-los?” (Papa
Francisco).
Será que Deus complica tanto nossa vida com o peso das normas, proibições, culpas…? Mais uma vez, frente às armadilhas da religião, a atitude de Jesus é claríssima. Custa-nos entender como há pessoas que professam ser suas seguidoras e continuam absolutizando normas, ritos, crenças…, acima do bem das pessoas, às quais não duvidam em expulsar e desqualificar do modo mais veemente. No entanto, o culto que agrada a Deus nasce do coração, da adesão interior, desse nosso centro íntimo de onde nascem nossas decisões e projetos.
Em toda religião há tradições que são
“humanas”: normas, costumes, ritos, devoções… que nasceram para ajudar a viver
a experiência religiosa em uma determinada cultura. Podem fazer bem; mas podem
causar muito dano quando nos dispersam e nos afastam da Palavra de Deus. Elas
nunca devem ter a primazia.
Não podemos esquecer nunca do que é
essencial.
Hoje celebramos:
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