O Evangelho de hoje, apresenta a explicação que
Jesus oferece aos discípulos sobre a parábola do trigo e do joio, que
enfrenta o problema do mal no mundo, pondo em evidência a paciência
de Deus. A cena desenrola-se num campo onde o senhor lança a semente; mas certa
noite chega o inimigo e semeia o joio, termo que em hebraico deriva da mesma
raiz do nome Satanás, evocando o conceito de divisão. Todos nós sabemos que o
diabo é um semeador de joio, aquele que procura sempre dividir as pessoas, as
famílias, as nações e os povos. Os empregados gostariam de arrancar
imediatamente a erva daninha, mas o senhor impede-o com a seguinte motivação: Ao
extirpardes o joio, correis o risco de arrancar também o trigo. Pois todos nós
sabemos que o joio, quando cresce, se assemelha muito ao trigo, e existe o
perigo de se confundirem.
O ensinamento da parábola nos recorda que o mal
existente no mundo não deriva de Deus, mas do seu inimigo, o Maligno que
sai à noite para semear o joio, na escuridão, na confusão; semeia onde não há
luz. Este inimigo é astuto: semeou o mal no meio do bem, de tal forma que para
nós, homens, é impossível separá-lo claramente; mas no final Deus conseguirá
fazê-lo!
Nos recorda também a oposição entre a
impaciência dos empregados e a espera paciente do dono do campo, que
representa Deus. Às vezes temos uma grande pressa de julgar, classificar, pôr
de um lado os bons e do outro os maus. Ao contrário, Deus sabe esperar. Ele
olha para o campo da vida de cada pessoa com paciência e misericórdia: vê muito
melhor do que nós a sujeira e o mal, mas vê também os germes do bem e espera
com confiança que eles amadureçam. Deus é paciente, sabe esperar.
Como isto é bom! O nosso Deus é um Pai paciente
que nos espera sempre, que nos aguarda com o coração na mão para nos receber e
perdoar. Perdoa-nos sempre se formos ter com Ele.
A atitude do dono do campo é aquela da
esperança fundada na certeza de que o mal não é a primeira nem a última
palavra. E é graças a esta esperança paciente de Deus que o próprio
joio, ou seja, o coração maldoso, com muitos pecados, no final pode tornar-se
uma boa semente. Mas atenção: a paciência evangélica não é indiferença diante
do mal; não se pode fazer confusão entre o bem e o mal! Perante o joio presente
no mundo, o discípulo do Senhor é chamado a imitar a paciência de Deus, a
alimentar a esperança com o alento de uma confiança inabalável na vitória final
do bem, ou seja, de Deus.
Com efeito, no final o mal será arrancado e
eliminado: no tempo da colheita, isto é do juízo, os ceifeiros cumprirão a
ordem do senhor, separando o joio para o queimar. Naquele dia da ceifa
final o Juiz será Jesus, Aquele que lançou a boa semente no mundo e,
tornando-se Ele mesmo grão de trigo, morreu e ressuscitou. No final, todos
nós seremos julgados com a mesma medida com a qual tivermos julgado: a
misericórdia que tivermos usado em relação aos outros será utilizada também
para conosco. Peçamos a Nossa Senhora, nossa Mãe, que nos ajude a crescer na
paciência, na esperança e na misericórdia com todos os irmãos.
Papa Francisco – 20 de
julho de 2014
Hoje celebramos:
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