O Evangelho nos descreve Maria Madalena, pondo em
evidência que ela não era uma mulher que se entusiasmava facilmente. Com
efeito, depois da primeira visita ao sepulcro, volta desiludida ao lugar onde
os discípulos se escondiam; refere que a pedra foi removida da entrada do
túmulo, e a sua primeira hipótese é a mais simples: alguém deve ter roubado o
corpo de Jesus. Assim, o primeiro anúncio que Maria faz não é o da
Ressurreição, mas de um furto.
Em seguida, lemos uma segunda visita de Maria
Madalena ao sepulcro de Jesus. Ela era teimosa! Foi, voltou... porque não se
convencia! Desta vez o seu andar é lento, extremamente pesado. Maria sofre
duplamente: antes de tudo pela morte de Jesus, e depois pelo inexplicável
desaparecimento do seu corpo.
Enquanto está inclinada perto do túmulo, com os
olhos rasos de água, Deus surpreende-a da maneira mais inesperada. Não se dá
conta da presença de dois anjos que a interrogam, e nem sequer desconfia vendo
o homem atrás de si, que ela julga ser o guardião do jardim. E, ao contrário,
descobre o acontecimento mais surpreendente da história humana, quando
finalmente é chamada por nome: Maria!
Como é bonito pensar que a primeira aparição do
Ressuscitado teve lugar de um modo tão pessoal! Que há alguém que nos conhece,
que vê o nosso sofrimento e a nossa desilusão, que se comove por nós e nos
chama pelo nome. Em volta de Jesus há muitas pessoas que procuram Deus; mas a
realidade mais prodigiosa é que, muito antes, há sobretudo Deus que se preocupa
com a nossa vida, que a quer reanimar, e para fazer isto chama-nos pelo nome,
reconhecendo o semblante pessoal de cada um. Cada homem é uma história de amor
que Deus escreve nesta terra. Cada um de nós é uma história de amor de Deus.
Deus chama cada um de nós pelo nome: conhece-nos pelo nome, olha para nós, está
à nossa espera, perdoa-nos, tem paciência com cada um de nós.
Papa Francisco – 17 de maio
de 2017
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