É o Amor de Deus que vence a morte e nos
confere a eternidade, e é este amor ao qual chamamos "céu":
Deus é tão grande, a ponto de reservar um lugar também para nós.
E o homem Jesus, que é ao mesmo tempo Deus,
constitui para nós a garantia de que o ser-homem e o ser-Deus podem existir e
viver eternamente um no outro. Isto quer dizer que de cada um de nós não
continuará a existir somente uma parte que nos é, por assim dizer, arrebatada,
enquanto outras caem em ruína; quer dizer principalmente que Deus conhece e ama
o homem todo, o que nós somos.
E Deus acolhe na sua eternidade aquilo
que agora, na nossa vida feita de sofrimento e amor, de esperança, alegria
e tristeza, cresce e se realiza. O homem todo, toda a sua vida é tomada por
Deus e nele, purificada, recebe a eternidade.
Caros amigos, penso que esta é uma verdade que
nos deve encher de profunda alegria. O Cristianismo não anuncia somente uma
qualquer salvação da alma num além indefinido, no qual tudo o que foi precioso
e querido para nós neste mundo seria eliminado, mas promete a vida eterna,
"a vida do mundo que há de vir": nada daquilo que nos é
precioso e querido cairá em ruínas, mas encontrará a plenitude em Deus. Todos
os fios de cabelo da nossa cabeça estão contados, disse certo dia Jesus.
O Cristianismo incute uma esperança forte num
porvir luminoso e abre o caminho para a realização deste futuro. Precisamente
como cristãos, nós somos chamados a edificar este mundo novo, a trabalhar a fim
de que um dia se torne o "mundo de Deus", um mundo que há de
ultrapassar tudo aquilo que nós mesmos poderíamos construir.
Papa Bento XVI – 15 de
agosto de 2000
Hoje celebramos:
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