Nºs 278 a
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Lembro que todos, mas especialmente os jovens,
estão sujeitos a um zapping constante. É possível navegar
simultaneamente em dois ou três visores e interagir ao mesmo tempo em diferentes
cenários virtuais. Sem a sapiência do discernimento, podemos facilmente
transformar-nos em marionetes à mercê das tendências da ocasião. E isto
revela-se particularmente importante, quando aparece uma novidade na própria
vida, sendo necessário então discernir se é o vinho novo que vem de Deus ou uma
novidade enganadora do espírito do mundo ou do espírito maligno.
Este discernimento, embora inclua a razão e a
prudência, supera-as, porque trata-se de entrever o mistério daquele projeto,
único e irrepetível, que Deus tem para cada um. Está em jogo o sentido da minha vida diante do Pai que me conhece e
ama, aquele sentido verdadeiro para o qual posso orientar a minha existência e
que ninguém conhece melhor do que Ele.
Neste contexto, situa-se a formação da
consciência, que permite ao discernimento crescer em profundidade e fidelidade
a Deus: Formar a consciência requer o
caminho da vida inteira, no qual se aprende a cultivar os mesmos sentimentos de
Jesus Cristo, assumindo os critérios das suas opções e as intenções da sua
atividade (Fl 2, 5).
Esta formação implica deixar-se transformar por
Cristo e, ao mesmo tempo, uma prática
habitual do bem, verificada no exame de consciência: um exercício no qual não
se trata apenas de identificar os pecados, mas também de reconhecer a obra de
Deus na própria experiência diária, nas vicissitudes da história e das culturas
onde se está inserido, no testemunho de muitos outros homens e mulheres que nos
precederam ou acompanham com a sua sabedoria. Tudo isto ajuda a crescer na
virtude da prudência, articulando a orientação global da existência com as
opções concretas, na consciência serena dos próprios dons e limites.
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