segunda-feira, 3 de junho de 2019

Christus vivit: Jovens com raízes - A tua relação com os idosos – nºs 187 a 191


Nºs 187 a 191



Os jovens estão projetados para o futuro e enfrentam a vida com energia e dinamismo. Mas tendem por vezes a prestar pouca atenção à memória do passado donde provêm, especialmente dos inúmeros dons que lhes foram transmitidos pelos pais, pelos avós, pela bagagem cultural da sociedade onde vivem. Ajudar os jovens a descobrir a riqueza viva do passado, conservando-a na memória e valendo-se dela para as suas decisões e possibilidades, é um verdadeiro ato de amor para com eles visando o seu crescimento e as opções que são chamados a realizar.

A Palavra de Deus recomenda que não se perca o contato com os idosos, para poder recolher a sua experiência: Frequenta a assembleia dos anciãos; se encontrares algum sábio, faz-te amigo dele. Se vires alguém sensato, madruga e vai ter com ele, e desgastem os teus pés o limiar da sua porta.

Seja como for, os largos anos que viveram e tudo o que passaram na vida devem levar-nos a olhá-los com respeito: Levanta-te perante uma cabeça branca. Com efeito, a força é a glória do jovem, e a glória dos velhos são os cabelos brancos.

A Bíblia solicita-nos: Ouve o pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe quando for velha. O preceito de honrar pai e mãe é o primeiro mandamento com uma promessa, isto é, para que sejas feliz e gozes de longa vida sobre a terra.

Isto não significa que tenhas de estar de acordo com tudo o que eles dizem, nem que deves aprovar todas as suas ações. Um jovem deveria ter sempre um espírito crítico. São Basílio Magno, referindo-se aos autores gregos antigos, recomendava aos jovens que os estimassem, mas guardassem apenas o que de bom podiam ensinar. Trata-se simplesmente de se manter aberto para recolher uma sabedoria que se comunica de geração em geração, pode coexistir com algumas misérias humanas e não precisa de desaparecer perante as novidades do consumo e do mercado.

Ao mundo, nunca foi nem será de proveito a ruptura entre gerações. São cantos de sereia dum futuro sem raízes, sem profundidade. É a mentira que deseja fazer-te crer que só o novo é bom e belo. A existência das relações intergeracionais supõe que, nas comunidades, se possua uma memória coletiva, pois cada geração retoma os ensinamentos de quantos a antecederam, deixando assim uma herança aos seus sucessores. Isto constitui quadros de referência para alicerçar solidamente uma sociedade nova.
Como diz o ditado: Se o jovem soubesse e o velho pudesse, não haveria nada que não se fizesse.

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