Jesus
pedia a glória, um pedido que parece paradoxal, já que a Paixão está às portas.
De qual glória se trata? A glória indica a revelação de Deus, é o sinal
distintivo da sua presença salvadora entre os homens. Agora, Jesus é aquele que
manifesta de modo definitivo a presença e salvação de Deus. E o faz na Páscoa:
levantado na Cruz é glorificado. Ali Deus finalmente revela sua glória: tira o último
véu e nos surpreende ainda mais. Descobrimos realmente que a glória de Deus é
toda Amor: amor puro, louco e impensável, muito além de qualquer limite e
medida.
Caros
irmãos e irmãs, façamos nossa oração como Jesus: peçamos ao Pai que tire os
véus dos nossos olhos para que nesses dias, olhando o crucifixo, possamos
acolher o fato que Deus é Amor.
Quantas
vezes o imaginamos patrão e não Pai, quantas vezes pensamos que ele é juiz
severo, muito mais que Salvador misericordioso!
Mas
Deus, na Páscoa, zera as distâncias e se mostra na humildade de um amor que
pede o nosso amor. Nós, então, o damos glória quando vivemos tudo o que fazemos
com amor, quando fazemos cada coisa de coração, por Ele.
A
verdadeira glória é a do amor, porque é a única que dá vida ao mundo. Sim, esta
glória é o contrário da glória mundana, que vem quando se é admirado, louvado,
aclamado: quando eu estou ao centro da atenção.
A
glória de Deus, pelo contrário, é paradoxal: nada de aplausos, nada de
audiência. Ao centro não está o “eu”, mas o “outro”: na Páscoa vemos que o Pai glorifica o Filho enquanto o Filho glorifica
o Pai. Nenhum glorifica a si mesmo.
Podemos
nos perguntar: “Qual é a glória pela qual vivo? A minha ou aquela de Deus?
Desejo só receber dos outros ou quero também doar aos outros?”
Papa
Francisco – 17 de abril de 2019
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário