Nºs 187 a 191
Os jovens estão
projetados para o futuro e enfrentam a vida com energia e dinamismo. Mas tendem
por vezes a prestar pouca atenção à memória do passado donde provêm,
especialmente dos inúmeros dons que lhes foram transmitidos pelos pais, pelos
avós, pela bagagem cultural da sociedade onde vivem. Ajudar os jovens a descobrir a riqueza viva do passado, conservando-a
na memória e valendo-se dela para as suas decisões e possibilidades, é um
verdadeiro ato de amor para com eles visando o seu crescimento e as opções que
são chamados a realizar.
A Palavra de Deus
recomenda que não se perca o contato com os idosos, para poder recolher a sua
experiência: Frequenta a assembleia dos
anciãos; se encontrares algum sábio, faz-te amigo dele. Se vires alguém sensato, madruga e vai ter
com ele, e desgastem os teus pés o limiar da sua porta.
Seja como for, os
largos anos que viveram e tudo o que passaram na vida devem levar-nos a
olhá-los com respeito: Levanta-te
perante uma cabeça branca. Com efeito, a
força é a glória do jovem, e a glória dos velhos são os cabelos brancos.
A Bíblia
solicita-nos: Ouve o pai, que te gerou,
e não desprezes a tua mãe quando for velha. O preceito de honrar pai e mãe é o primeiro mandamento com uma promessa,
isto é, para que sejas feliz e gozes de
longa vida sobre a terra.
Isto não significa
que tenhas de estar de acordo com tudo o que eles dizem, nem que deves aprovar
todas as suas ações. Um jovem deveria
ter sempre um espírito crítico. São Basílio Magno, referindo-se aos autores
gregos antigos, recomendava aos jovens que os estimassem, mas guardassem apenas
o que de bom podiam ensinar. Trata-se
simplesmente de se manter aberto para recolher uma sabedoria que se comunica de
geração em geração, pode coexistir com algumas misérias humanas e não precisa
de desaparecer perante as novidades do consumo e do mercado.
Ao mundo, nunca foi
nem será de proveito a ruptura entre gerações. São cantos de sereia dum futuro
sem raízes, sem profundidade. É a
mentira que deseja fazer-te crer que só o novo é bom e belo. A existência
das relações intergeracionais supõe que, nas comunidades, se possua uma memória
coletiva, pois cada geração retoma os ensinamentos de quantos a antecederam,
deixando assim uma herança aos seus sucessores. Isto constitui quadros de
referência para alicerçar solidamente uma sociedade nova.
Como diz o ditado: Se o jovem soubesse e o velho pudesse, não
haveria nada que não se fizesse.
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