quinta-feira, 15 de novembro de 2018

15 de outubro - Pois, como o relâmpago brilha de um lado até ao outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Lc 17,24


Nestas últimas semanas do ano litúrgico a Igreja faz-nos refletir acerca do fim. Certamente, por um lado, o fim do mundo, porque o mundo acabará, será transformado e haverá a vinda de Jesus, no final. Mas, por outro, a Igreja fala também do fim de cada um de nós, porque cada um de nós, morrerá: a Igreja, como mãe, mestra, deseja que cada um de nós pense na própria morte.

Porque certamente chegará o dia em que o Senhor dirá a cada um de nós: “vem”. E o chamado para alguns será repentina, para outros será depois de uma doença, num desastre: não sabemos. Mas haverá o chamado e será uma surpresa: não a última surpresa de Deus, depois desta haverá outra — a surpresa da eternidade — mas será a surpresa de Deus para cada um de nós.

A propósito do fim, prosseguiu, Jesus disse uma frase: assim “como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia”, o dia em que bater à porta da nossa vida.
Nós estamos habituados a esta normalidade da vida e pensamos que será sempre assim. Mas o Senhor, e a Igreja, diz-nos nestes dias: reflete um pouco, reflete, nem sempre será assim, um dia não será assim, um dia tu serás tomado e o que está ao teu lado será deixado.

Senhor, quando chegará o dia em que serei tomado? Precisamente esta é a pergunta que a Igreja convida a fazer-nos hoje dizendo: reflete um pouco acerca da tua morte. Eis o significado da frase citada por Francisco, colocada na entrada de um cemitério, no norte da Itália: “Peregrino, tu que passas, pensa dos teus passos, o último passo”. Porque haverá o último passo.

Hoje, a Igreja, o Senhor, com aquela sua bondade, diz a cada um de nós: reflete, nem todos os dias serão assim; não te habitues como se esta fosse a eternidade; chegará o dia em que serás tomado, o outro deixado, tu serás tomado. Em síntese, assim é estar com o Senhor, pensar que a nossa vida terá fim, e isto faz bem porque o podemos pensar no início do trabalho: talvez hoje seja o último dia, não sei, mas farei bem o trabalho. E farei bem também nas relações em casa, com quem me circunda, com a família: comportar-se bem, talvez seja o último dia, não sei.

Pensar na morte não é uma má fantasia, é uma realidade: Se é má ou não depende de mim, como eu penso nela, mas acontecerá e tratar-se-á do encontro com o Senhor: será este o aspecto positivo da morte, o encontro com o Senhor, será ele que vem ao encontro, será ele a dizer “vem, vem, bendito de meu Pai, vem comigo”. De nada serve dizer: Mas, Senhor, espera que tenho que resolver isto e aquilo. Porque não se pode resolver nada: naquele dia quem estiver no terraço e tiver deixado as suas coisas em casa que não desça: onde estiveres te tomarão, tomar-te-ão no terraço e tu deixarás tudo.

Papa Francisco – 17 de novembro de 2017 

Hoje celebramos: 

Nenhum comentário:

Postar um comentário