Hoje ficamos com a
imagem de Jesus em lágrimas às portas de Jerusalém. Ele chorou diante da cidade,
perante o seu fechamento.
O que leva Jesus a
chorar é o fechamento do coração da cidade, do povo eleito, que não tinha tempo
para lhe abrir a porta porque vivia muito ocupada, satisfeita consigo mesma. E
ainda hoje Jesus continua a bater à porta, como bateu à porta do coração de
Jerusalém: à porta dos seus irmãos e irmãs, do nosso coração, da sua Igreja. Na
realidade, Jerusalém sentia-se feliz com a sua vida e não precisava do Senhor,
da sua salvação. Por isso, fechou o seu coração ao Senhor. E o Senhor chora
diante de Jerusalém, como fez perante o sepulcro fechado do seu amigo Lázaro.
Jerusalém estava morta.
O pranto de Jesus
sobre a cidade eleita é o seu choro sobre a Igreja, sobre nós. Mas por que
motivo Jerusalém não recebeu o Senhor? Porque se sentia tranquila com o que
possuía, não queria problemas. Assim, diante das suas portas Jesus exclama: Se
também tu, pelo menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer
a paz! Mas isto está oculto aos teus olhos. A cidade tinha medo de ser visitada
pelo Senhor, temia a gratuidade da visita do Senhor. Sentia-se segura daquilo
que ela mesma podia gerir.
Naquela época
Jerusalém vivia tranquila e feliz; o templo funcionava, os sacerdotes ofereciam
os sacrifícios, os fiéis faziam peregrinações, os doutores da lei organizavam
tudo: todos os mandamentos eram claros. No entanto, mantinha a porta fechada.
Hoje nós cristãos, que conhecemos a fé, o catecismo,
vamos à missa todos os domingos, nós cristãos, pastores, estamos felizes
conosco?
Corremos o risco de
nos sentirmos satisfeitos, pois temos tudo organizado, não precisamos de novas
visitas do Senhor. Mas Jesus continua a bater à porta de cada um de nós, da sua
Igreja, dos pastores da Igreja. E se a porta do nosso coração, da Igreja, dos
pastores, não se abre, o Senhor chora até hoje, como fez diante de Jerusalém.
Jesus contempla a cidade e chora porque ela não abre a porta, porque tem medo
das suas surpresas. Pensemos em nós: como vivemos este momento diante de Deus?
Papa
Francisco – 20 de novembro de 2014
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário