terça-feira, 5 de novembro de 2019

05 de novembro - Um homem deu um grande banquete e convidou muitas pessoas. Lc 14,16


Jesus nos conta a parábola, de um homem que ofereceu um grande jantar e convidou muitas pessoas. Mas os primeiros convidados não quiseram ir ao jantar, não se importavam com o jantar nem com as pessoas que lá estariam, nem com o Senhor que os convidava: eles importavam-se com outras coisas.

E de fato um a um começaram a desculpar-se, cada um tinha o próprio interesse mais importante que o convite. O fato é que eles estavam apegados ao interesse: o que posso lucrar? Portanto, a um convite gratuito a resposta foi: Não me importa, talvez outro dia, estou muito ocupado, não posso ir. Ocupado, mas com os próprios interesses.

Estas pessoas estão apegadas ao interesse a tal ponto que caem numa escravidão do espírito e são incapazes de entender a gratuidade do convite. Com efeito, a iniciativa de Deus é sempre gratuita: para ir a este banquete quanto devo pagar? O ingresso é ser doente, pobre, pecador. Precisamente este é o ingresso: ser carente tanto no corpo como na alma. E por carente, entende-se precisar de cuidado, de cura, de amor.

O fato é que não compreende a gratuidade da salvação, pensa que ela é fruto do “eu pago e tu salvas-me”: pago com isto, com aquilo. Mas não, a salvação é gratuita. E se não entras nessa dinâmica da gratuidade nada compreenderás.

A salvação é um dom de Deus ao qual se responde com outro dom, o dom do meu coração. Contudo, há quem tem outros interesses, quando ouve falar dos dons: “Sim, é verdade, mas devo oferecer dons”. E imediatamente pensam: “Eis, oferecerei este dom e ele amanhã ou depois de amanhã, noutra ocasião, oferecer-me-á outro também”. Assim há sempre a retribuição. Porém o Senhor nada pede em troca: só amor, fidelidade, como ele é amor e é fiel. Porque a salvação não se compra, simplesmente entra-se no banquete: “Feliz daquele que se sentar à mesa no Reino de Deus!”. Esta «é a salvação.


Papa Francisco – 07 de novembro de 2017

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