domingo, 24 de novembro de 2019

24 de novembro - Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado. Lc 23,42


Regnavit a ligno Deus! (Deus reina do lenho!)

O Evangelho hoje leva nossos pensamentos à cena altamente dramática que se realiza no lugar chamado Calvário e nos apresenta, à volta de Jesus crucificado, três grupos de pessoas que discutem a sua figura e o seu fim. Quem é, na realidade, aquele que está ali crucificado? 

Enquanto a gente comum e anônima ficava em geral incerta e se limitava a olhar, os chefes zombavam, dizendo: 'salvou os outros: salve-se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito'. Como se vê, a arma deles é a ironia negadora e demolidora. Mas também os soldados — o segundo grupo, troçavam d'Ele e, quase em tom de provocação e desafio, diziam-lhe: Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo, inspirando-se talvez nas palavras mesmas da inscrição, que viam colocada por cima da Sua cabeça. Estavam, por fim, os dois malfeitores em contraste um com o outro ao julgarem o Companheiro de suplício: enquanto um O blasfemava, recolhendo e repetindo as expressões depreciativas dos soldados e dos chefes, o outro declarava abertamente que Jesus nada praticara de condenável e, dirigindo-se a Ele, assim Lhe pedia: Jesus, lembra-Te de mim quando estiveres no Teu reino.

Eis como, no momento culminante da crucifixão, precisamente quando a vida do profeta de Nazaré está para ser suprimida, nós podemos recolher o misterioso referente ao Rei e ao reino.

Quanto é oportuno e significativo que a festa de Cristo Rei seja enquadrada precisamente no Calvário. Podemos dizer, sem mais, que a realeza de Cristo, que hoje celebramos e meditamos, deve ser sempre referida ao acontecimento que se executa naquela colina, e ser compreendida no mistério salvífico, aí operado por Cristo: refiro-me ao acontecimento e ao mistério da redenção do homem. Cristo Jesus afirma-se rei precisamente no momento em que, entre as dores e angústias da cruz, entre as incompreensões e as blasfêmias dos presentes, agoniza e morre. Na verdade, realeza singular é a Sua, tal que só os olhos da fé a podem reconhecer: Regnavit a ligno Deus!

Papa João Paulo II – 23 de novembro de 1980

Hoje celebramos:

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