A página evangélica narra o início da pregação
de Jesus na Galileia. Ele deixa Nazaré, uma aldeia situada nos montes, e
estabelece-se em Cafarnaum, importante centro nas margens do lago, habitado
essencialmente por pagãos, ponto de cruzamento entre o Mediterrâneo e o
interior da Mesopotâmia. Esta escolha indica que os destinatários da sua
pregação não são apenas os seus conterrâneos, mas quantos desembarcam na
cosmopolita Galileia das gentes: assim se chamava. Vista da capital Jerusalém,
aquela terra é geograficamente periférica e religiosamente impura, porque
estava cheia de pagãos, por causa da mistura com os que não pertenciam a
Israel. Da Galileia não se esperavam certamente grandes coisas para a história
da salvação. No entanto, precisamente dali se espalha a “luz” de Cristo.
Difunde-se precisamente da periferia.
A mensagem de Jesus imita a do Batista,
anunciando o reino dos céus. Este reino não comporta a instauração de um novo
poder político, mas o cumprimento da aliança entre Deus e o seu povo que
inaugurará uma época de paz e de justiça.
Para realizar este pacto de aliança com Deus,
cada um está chamado a converter-se, transformando a sua maneira de pensar e de
viver. Isto é importante: converter-se não significa só mudar o modo de viver,
mas também a forma de pensar. Não se trata de mudar de roupa, mas de costumes.
O que diferencia Jesus de João Batista é o
estilo e o método, Jesus não fica à espera das pessoas, mas vai ao seu
encontro. Jesus está sempre na rua! As suas primeiras saídas missionárias
dão-se ao longo das margens do lago de Galileia, em contato com a multidão,
sobretudo com os pescadores. Ali Jesus não só proclama a vinda do reino de
Deus, mas procura companheiros para a sua missão de salvação. Neste mesmo lugar
encontra dois pares de irmãos: Simão e André, Tiago e João; chama-os dizendo: Segui-me,
e far-vos-ei pescadores de homens. O chamado alcança-os no auge das suas
atividades diárias: o Senhor revela-se a nós não de forma extraordinária ou
sensacional, mas no cotidiano das nossas vidas. Ali devemos encontrar o Senhor;
e ali Ele revela-se, faz sentir ao nosso coração o seu amor; e ali muda o nosso
coração.
A resposta dos quatro pescadores é imediata e
pronta: No mesmo instante eles deixaram as suas redes e o seguiram.
Papa Francisco - 22 de janeiro de 2017
Hoje celebramos:
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