A parábola de hoje contém um ensinamento
importante: A necessidade de orar sempre, sem nunca se cansar. Portanto,
não se trata de rezar às vezes, quando tenho vontade. Não! Jesus diz que é
preciso orar sempre, sem se cansar. E cita o exemplo da viúva e do juiz.
O juiz é uma personalidade poderosa, chamada a
emitir sentenças com base na Lei de Moisés. Esperava-se que os juízes fossem
pessoas tementes a Deus, dignas de fé, imparciais e incorruptíveis. Ao
contrário, este juiz era um juiz iníquo, sem escrúpulos, que não levava em
consideração a Lei mas o seu próprio interesse. Uma viúva vai ter com ele para
obter justiça. As viúvas, juntamente com os órfãos e com os estrangeiros, eram
as categorias mais frágeis da sociedade, dado que eram pessoas sós e indefesas,
dificilmente podiam fazer-se valer: uma pobre viúva, ali sozinha, ninguém a
defendia, podiam ignorá-la, sem lhe fazer justiça. Diante da indiferença do
juiz, a viúva recorre à sua única arma: continuar insistentemente a
importuná-lo, apresentando-lhe o seu pedido de justiça. E é precisamente com
esta perseverança que ela alcança a sua finalidade. Com efeito, numa certa
altura o juiz atende-a, mas não porque é impelido pela misericórdia, nem porque
a consciência lhe impõe; ele simplesmente admite: Dado que esta viúva me
importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar.
Desta parábola Jesus haure uma dupla conclusão:
se a viúva conseguiu convencer o juiz desonesto com os seus pedidos
insistentes, tanto mais Deus, que é Pai bom e justo, fará justiça aos seus
escolhidos, que clamam por Ele dia e noite.
Por isso Jesus exorta a rezar sem se cansar.
Todos nós sentimos momentos de cansaço e de desânimo, sobretudo quando a nossa
oração parece ineficaz. Mas Jesus tranquiliza-nos: diversamente do juiz
desonesto, Deus atende os seus filhos de modo imediato, embora isto não
signifique que o faça segundo os tempos e modos que nós gostaríamos. A oração
não é uma varinha mágica! Ela ajuda a conservar a fé em Deus, a confiar em Deus
até quando não compreendemos a sua vontade. Nisto, o próprio Jesus — que rezava
muito! — serve-nos de exemplo.
Papa Francisco – 25 de maio
de 2016
Hoje celebramos:
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