Hoje Jesus nos diz que quase tudo
passará: quase tudo, mas não tudo. Ele explica que, a desmoronar-se, a
passar são as coisas penúltimas, não as últimas: o templo, não Deus; os
reinos e as vicissitudes da humanidade, não o homem. Passam as coisas
penúltimas, que muitas vezes parecem definitivas, mas não são. São realidades
grandiosas, como os nossos templos, e pavorosas, como terremotos, sinais no céu
e guerras na terra: aos nossos olhos parecem acontecimentos de primeira página,
mas o Senhor coloca-os na segunda página.
Na primeira, resta o que não passará jamais: o
Deus vivo, infinitamente maior do que qualquer templo que Lhe construamos, e o
homem, o nosso próximo, que vale mais do que dizem todas as crónicas do mundo.
Então, para nos ajudar a compreender aquilo que conta na vida, Jesus
acautela-nos de duas tentações.
A primeira é a tentação da pressa, do imediatamente.
Para Jesus, não é preciso ir atrás daqueles que dizem que o fim chega
imediatamente, que o tempo está próximo. Por outras palavras, não se devem
seguir aqueles que difundem alarmismos e alimentam o medo do outro e do futuro,
porque o medo paralisa o coração e a mente.
Há um segundo engano de que nos quer desviar
Jesus, quando afirma: Muitos virão em meu nome, dizendo “sou eu”. (…) Não
os sigais. É a tentação do eu. Ora o cristão, dado que não procura o imediato, mas
o sempre, não é um discípulo do eu, mas do tu. Isto é, não segue
as sereias dos seus caprichos, mas a solicitação do amor, a voz de Jesus. E
como se distingue a voz de Jesus? Muitos virão em meu nome: diz o Senhor.
Mas não devemos segui-los. Não é suficiente ter o rótulo de cristão ou de católico
para ser de Jesus. É preciso falar a mesma linguagem de Jesus: a linguagem
do amor, a linguagem do tu. Não fala a linguagem de Jesus quem
diz eu, mas quem sai do próprio eu.
Papa Francisco – 17 de
novembro de 2019
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário