quarta-feira, 18 de julho de 2018

18 de julho - São Simão de Lipnica


O novo santo, Simão de Lipnica, grande filho da terra polaca, testemunha de Cristo e seguidor da espiritualidade de São Francisco de Assis, viveu numa época distante, mas, precisamente hoje é proposto à Igreja como modelo atual de um cristão que animado pelo espírito do Evangelho está pronto a dedicar a vida pelos irmãos.
Assim, cheio da misericórdia que hauria da Eucaristia, não hesitou em levar ajuda aos doentes atingidos pela peste, contraindo essa doença que o levou também à morte.
Hoje de modo particular confiamos à sua proteção todos os que sofrem por causa da pobreza, da doença, da solidão e da injustiça social. Através da sua intercessão pedimos para nós a graça do amor perseverante e ativo, a Cristo e aos irmãos.

Papa Bento XVI – Homilia de Canonização – 03 de junho de 2007

Simão nasceu em Lipnica, na Polônia, entre os anos de 1435-1440. Seus pais, Gregório e Ana, souberam dar a ele uma boa educação, inspirada nos valores da fé cristã e, apesar de sua modesta condição, preocuparam-se em assegurar uma adequada formação cultural. Simão cresceu com um caráter piedoso e responsável, uma natural predisposição à oração e um terno amor à Mãe de Deus.

Em 1454, viajou a Cracóvia para estudar na famosa Academia Jagellonica. Nesse tempo São João de Capistrano entusiasmava a cidade com a santidade de sua vida e o fervor de sua pregação, atraindo à vocação franciscana um numeroso grupo de jovens. Em 8 de setembro de 1453, o santo italiano havia também fundado, na Cracóvia, o primeiro convento da Observância, com o nome de São Bernardino de Sena. Por esse motivo, os frades menores daquele convento foram chamados pelo povo de “bernardinos”.

Em 1457, também o jovem Simão, fascinado pelo ideal franciscano, preferiu seguir o Evangelho, interrompendo uma carreira de sucesso. Para tanto, pediu para ser aceito, com outros dez companheiros de estudos, no convento de Stradom.

Sob a orientação do Mestre de noviços, Padre Cristóforo de Varese, religioso eminente por sua doutrina e santidade de vida, Simão precorreu com generosidade o caminho da vida humilde e pobre dos frades menores, alcançando o sacerdócio em 1460.
Exerceu seu primeiro ministério no convento de Tarnów, onde foi guardião da fraternidade. Em seguida, se estabeleceu em Stradom (Cracóvia), dedicando-se incansavelmente à pregação evangélica, com palavra limpa, plena de ardor, de fé e sabedoria, que deixava entrever sua profunda união com Deus e o prolongado estudo da Sagrada Escritura.

Como São Bernardino de Sena e São João de Capistrano, Frei Simão estende a devoção ao Nome de Jesus, obtendo a conversão de inúmeros pecadores. Em 1463, primeiro entre os Frades Menores, ocupou o ofício de pregador na catedral de Wawel. Por sua entrega à pregação evangélica das fontes antigas, ganhou o título de “Pregador Fervorosíssimo”.

Desejoso em render homenagem a São Bernardino de Sena, inspirador de sua pregação, em 17 de maio de 1472, junto a outros frades poloneses, chegou a Aquitania para participar da solene transladação do santo para o novo templo erguido em sua honra.
Novamente foi à Itália, em 1478, por ocasião do Capítulo Geral em Pávia. Nessa ocasião pode satisfazer um desejo profundo de visitar as tumbas dos Apóstolos, em Roma, e prosseguir depois sua peregrinação à Terra Santa. Viveu a feliz experiência em espírito de penitência, de verdadeiro amante da Paixão de Cristo, com a oculta aspiração de derramar o próprio sangue pela salvação das almas, agradando assim a Deus.

Imitador de São Francisco em seu amor pelos lugares santos, na eventualidade de ser capturado pelos infiéis, antes de viajar memorizou todo o texto da Regra da Ordem “para tê-la sempre diante dos olhos e da mente”.

O amor de Simão pelos irmãos se manifestou de maneira extraordinária no último ano de sua vida, quando uma epidemia da peste devastou Cracóvia. De julho de 1482 a 6 de junho de 1483, a cidade esteve sob o flagelo da enfermidade. Na desolação geral, os franciscanos do convento de São Bernardino se doaram incansavelmente no cuidado aos enfermos, como verdadeiros anjos de consolo.

São Simão tomou aquele como um “tempo propício” para exercitar a caridade e para levar a cabo a oferenda da própria vida. Por todas as partes passou confortando, prestando ajuda, administrando os sacramentos e anunciando a consoladora Palavra de Deus aos moribundos. E acabou também contagiado.

Suportou com extraordinária paciência os sofrimentos da enfermidade e, próximo da morte, expressou o desejo de ser sepultado no umbral da igreja, para que todos pudessem pisoteá-lo. No sexto dia da enfermidade, a 18 de julho de 1482, sem temer a morte e com os olhos fixos sobre a Cruz, entregou sua alma a Deus.

A causa de sua canonização, retomada pelo Papa Pio XII, em 25 de junho de 1948, chegou a bom termo com o reconhecimento de um milagre na cidade de Cracóvia em 1943 e decretada pelo Papa Bento XVI, em dezembro de 2006.

São Simão de Lipnica soube harmonizar admiravelmente o compromisso da evangelização e o testemunho da caridade, que brota de seu grande amor à Palavra de Deus e aos irmãos mais pobres e que mais sofrem. 

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