Não
temos informações concretas sobre o nascimento e a família deste frade, que nas
várias fontes franciscanas é referido como Frei Pacífico ou Rei dos Versos, sabemos
que sua origem é da cidade das Marcas.
Franciscano
da primeira geração, ele foi um dos companheiros mais íntimos de Francisco de
Assis. As fontes, por
unanimidade, descrevem-no como "um secular", excelente na arte de
cantar e poesia.
O
nome de Rei dos Versos, com o qual era conhecido no século,
devia-se às suas habilidades poéticas. Como Tommaso da Celano observa, "ele era chamado Rei dos
Versos porque era o mais famoso dos cantores [...]. Em suma, a glória do mundo o tornara tão famoso que foi
coroado, com grande honra, pelo Imperador".
A
conversão de Pacífico ao regime franciscano é provável que tenha acontecido em
1212. As fontes franciscanas relatam que ocorreu após uma visão mística: na
figura de Francisco apareceu uma grande cruz feita de duas espadas brilhantes. O
episódio teria ocorrido no convento das Clarissas de San Severino Marche, onde
o santo estava naquele momento fazendo uma pregação. No dia seguinte, Francisco impôs o nome do Pacífico ao
converso, pois ele havia sido "pacificado" pelo mundo e trazido de
volta à paz do Senhor.
A
capacidade de visões místicas caracteriza a figura do Frei Pacífico dentro das
fontes franciscanas. Além do
episódio-chave da conversão, outros são descritos: em oração com Francisco na
igreja de São Pietro di Bovara, perto de Trevi, ele viu um assento celestial
vazio adornado com glória, que uma voz lhe disse que era de um anjo caído,
reservado para Francisco para a eternidade; na testa do santo apareceu uma tau multicolorida, com o
cromatismo de um; rezando no eremitério de
Soffiano, perto de Sarnano, ele viu a alma de Frei Humilde levantar-se no céu
antes de sua partida.
Frei
Pacífico também é descrito, através de vários episódios, numa intimidade filial
com Francisco. Entre
essas referências, a mais significativa é aquela segundo a qual o santo mandou
chama-lo assim que terminou o Cântico
do Irmão Sol, para que ele pudesse cantá-lo
na forma de laudes.
O
episódio é particularmente digno de nota porque, além de mostrar a relevância
do Pacífico dentro da companhia mais estreita do santo, ele também abre
perspectivas significativas sobre o papel que teve na revisão e edição da Canção (na época de sua composição, como é
sabido, Francisco estava em sérios problemas de saúde).
Se
a primeira reunião de Pacífico com Francisco aconteceu no final de 1212, a
visão de Bovara poderá ser fixada no início de 1214, já que sabemos que Francisco
ficou no castelo de Trevi quando foi destruído. Portanto, pode-se presumir que, desde o momento da conversão,
Pacifico viveu em contato íntimo com o santo até 1217. Nesse ano, por ocasião
do primeiro Capítulo geral que ocorreu no Pentecostes, ele foi enviado por
Francisco para pregar na França. .
Ele
foi o primeiro a introduzir a Ordem dos Frades na França. A Legenda
Perugina (1638) atesta
como Francisco, não obtendo do cardeal Ugolino o consentimento para ir em pessoalmente
para as terras francesas, enviou-lhe o frade Pacífico.
Ele
retornou para a Itália em 1223, quando assumiu o cargo de hóspede geral das
Clarissas (Oliger, 1912), para permanecer lá até pelo menos 1225, quando, como
dissemos, ele foi coparticipante da escrita do Cântico .
As
fontes relatam que ele morreu na França, perto de Lens, por volta de 1230.
Visão
de Frei Pacífico:
Certa vez, o bem-aventurado Francisco ia pelo
vale de Espoleto e com ele ia Frei Pacífico, que foi da Marca de Ancona e no
século era chamado “rei dos versos”, nobre e cortês mestre dos cânticos.
E se hospedaram num hospital de leprosos de Trevi.
E o bem-aventurado Francisco disse a Frei
Pacífico: “Vamos à igreja de São Pedro de Bovário, porque quero ficar lá esta
noite”.
A igreja não estava muito longe do hospital e ninguém ficava lá, principalmente porque naquele tempo tinha sido destruído o castelo de Trevi, de modo que ninguém permanecia no castelo ou na vila de Trevi.
E acontece que quando o bem-aventurado Francisco ia indo para lá, disse a Frei Pacífico: “Volta para o hospital, porque quero ficar sozinho aqui nesta noite, e volta a mim amanhã bem cedo”.
Mas quando o bem-aventurado Francisco lá ficou sozinho e disse o completório e outras orações, quis descansar e dormir mas não pôde, e seu espírito começou a temer e a sentir sugestões diabólicas.
Levantou-se imediatamente e saiu fora da casa persignando-se e dizendo: “Da parte de Deus onipotente eu vos digo, demônios, que façais tudo que vos foi permitido por nosso Senhor Jesus Cristo para prejudicar meu corpo,
porque estou preparado para aguentar tudo, pois o maior inimigo que eu tenho é o meu corpo: por isso vingar-me-eis de meu adversário e inimigo”.
Pararam na mesma hora aquelas sugestões.
Ele voltou para o lugar onde se deitava, aquietou-se e dormiu em paz.
Quando amanheceu, Frei Pacífico voltou para junto dele.
O bem-aventurado Francisco estava em oração diante do altar dentro do coro; Frei Pacífico ficou em pé, esperando-o fora do coro, diante do crucifixo e rezando ao mesmo tempo ao Senhor.
E quando Frei Pacífico começou a rezar, foi elevado em êxtase, se no corpo ou fora do corpo deus soube, e viu muitas cadeiras no céu, entre as quais uma mais eminente que as outras, gloriosa e fulgente, e ornada com todas as pedras preciosas.
Admirando sua beleza, começou a pensar consigo mesmo o que era essa cadeira e a quem pertencia.
E logo ouviu uma voz que lhe dizia: “Esta cadeira foi de Lúcifer, e no seu lugar vai sentar-se nela o bem-aventurado Francisco”.
E voltando a si, logo o bem-aventurado Francisco saiu ao seu encontro.
Ele se jogou imediatamente aos pés do bem-aventurado Francisco, em forma de cruz, considerando-o como se já estivesse no céu, por causa da visão que tivera sobre ele, e lhe disse: “Pai, perdoa-me os meus pecados e roga ao Senhor que me perdoe e tenha misericórdia de mim”.
E, estendendo a mão, o bem-aventurado Francisco o fez levantar-se e soube que tinha visto alguma coisa na oração.
Parecia todo mudado, e falava ao bem-aventurado Francisco não como a alguém que vivia na carne mas como a alguém que já reinava no céu.
Depois, como de longe, porque não queria contar a visão ao bem-aventurado Francisco, Frei Pacífico interrogou o bem-aventurado Francisco dizendo-lhe: “O que achas de ti mesmo, irmão?”.
O bem-aventurado Francisco respondeu e lhe disse: “Eu acho que sou um homem mais pecador que qualquer outro que haja no mundo”.
E na mesma hora foi dito a Frei Pacífico no coração: “Nisso tu podes saber que foi verdadeira a visão que tiveste”;
porque como Lúcifer foi jogado daquela cadeira por sua soberba, assim o bem-aventurado Francisco, por sua humildade, vai merecer ser exaltado e sentar-se nela”.
A igreja não estava muito longe do hospital e ninguém ficava lá, principalmente porque naquele tempo tinha sido destruído o castelo de Trevi, de modo que ninguém permanecia no castelo ou na vila de Trevi.
E acontece que quando o bem-aventurado Francisco ia indo para lá, disse a Frei Pacífico: “Volta para o hospital, porque quero ficar sozinho aqui nesta noite, e volta a mim amanhã bem cedo”.
Mas quando o bem-aventurado Francisco lá ficou sozinho e disse o completório e outras orações, quis descansar e dormir mas não pôde, e seu espírito começou a temer e a sentir sugestões diabólicas.
Levantou-se imediatamente e saiu fora da casa persignando-se e dizendo: “Da parte de Deus onipotente eu vos digo, demônios, que façais tudo que vos foi permitido por nosso Senhor Jesus Cristo para prejudicar meu corpo,
porque estou preparado para aguentar tudo, pois o maior inimigo que eu tenho é o meu corpo: por isso vingar-me-eis de meu adversário e inimigo”.
Pararam na mesma hora aquelas sugestões.
Ele voltou para o lugar onde se deitava, aquietou-se e dormiu em paz.
Quando amanheceu, Frei Pacífico voltou para junto dele.
O bem-aventurado Francisco estava em oração diante do altar dentro do coro; Frei Pacífico ficou em pé, esperando-o fora do coro, diante do crucifixo e rezando ao mesmo tempo ao Senhor.
E quando Frei Pacífico começou a rezar, foi elevado em êxtase, se no corpo ou fora do corpo deus soube, e viu muitas cadeiras no céu, entre as quais uma mais eminente que as outras, gloriosa e fulgente, e ornada com todas as pedras preciosas.
Admirando sua beleza, começou a pensar consigo mesmo o que era essa cadeira e a quem pertencia.
E logo ouviu uma voz que lhe dizia: “Esta cadeira foi de Lúcifer, e no seu lugar vai sentar-se nela o bem-aventurado Francisco”.
E voltando a si, logo o bem-aventurado Francisco saiu ao seu encontro.
Ele se jogou imediatamente aos pés do bem-aventurado Francisco, em forma de cruz, considerando-o como se já estivesse no céu, por causa da visão que tivera sobre ele, e lhe disse: “Pai, perdoa-me os meus pecados e roga ao Senhor que me perdoe e tenha misericórdia de mim”.
E, estendendo a mão, o bem-aventurado Francisco o fez levantar-se e soube que tinha visto alguma coisa na oração.
Parecia todo mudado, e falava ao bem-aventurado Francisco não como a alguém que vivia na carne mas como a alguém que já reinava no céu.
Depois, como de longe, porque não queria contar a visão ao bem-aventurado Francisco, Frei Pacífico interrogou o bem-aventurado Francisco dizendo-lhe: “O que achas de ti mesmo, irmão?”.
O bem-aventurado Francisco respondeu e lhe disse: “Eu acho que sou um homem mais pecador que qualquer outro que haja no mundo”.
E na mesma hora foi dito a Frei Pacífico no coração: “Nisso tu podes saber que foi verdadeira a visão que tiveste”;
porque como Lúcifer foi jogado daquela cadeira por sua soberba, assim o bem-aventurado Francisco, por sua humildade, vai merecer ser exaltado e sentar-se nela”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário