A Beata Ermengarda,
fundadora do mosteiro de Frauenwörth, nasceu em Ratisbona no ano 833 e morreu
aos 33 anos de idade, em 866. Bisneta do Imperador Carlos Magno.
Ermengarda teve
três irmãs e dois irmãos. Junto com suas irmãs, foi educada no mosteiro de
Buchau. Mais tarde se tornou beneditina e foi-lhe confiada a abadia beneditina
de Frauenwörth, localizada em uma ilha do Lago Chiemsee na Bavária, da qual ela
se tornou a primeira abadessa e foi notável por sua de piedade.
É de notar que ao
contrário do que muitas vezes aconteceu nas famílias nobres da época, quando
soberanas, princesas e damas da nobreza, depois de uma experiência como
governantes, esposas, mães, ao enviuvarem deixavam o reino e a família para se
retirarem em mosteiros, muitas vezes fundados por elas mesmas, onde começavam
uma nova vida espiritual tornando-se frequentemente abadessas, a Beata
Ermengarda era uma jovem virgem que desde a mais tenra infância desejou uma
vida de clausura, evitando os prazeres da corte imperial.
Ela morreu com
apenas 33 anos, em 16 de julho em 866, em Frauenwörth, e repousa na capela do
mosteiro. Na primeira elevação de suas relíquias lhe foi reconhecido o título e
o culto de Beata. O decreto de confirmação de seu culto ocorreu em 19 de
dezembro de 1928, pelo Papa Pio XI.
A Beata Ermengarda
deixou uma estrela contínua que as trevas das épocas não puderam apagar.
Durante a secularização, quando as portas dos conventos se fecharam, os
habitantes de Chiemgau viram luzes que se moviam pelas imediações do lugar.
Diziam que era uma procissão da Beata Ermengarda.
Atualmente somente
se conserva uma parte da dupla portada do convento, contendo ao fundo as
pinturas de anjos e os ossos da Beata. Essas duas coisas que restaram nos dizem
muitas coisas.
Ao fundar o
convento, Ermengarda o dispôs para o serviço da Fé, queria que o reino de Deus
se estendesse pelo mundo. Os afrescos dos anjos nos recordam que desde as suas
mais remotas origens a vida monástica tinha os anjos como modelo: olhar a face
de Deus, estar em diálogo com Ele e glorificá-Lo com cantos harmoniosos de
louvor. Os anjos se distinguem porque voam e porque cantam. Voam porque são
ágeis e podem alçar-se às alturas porque estão esquecidos de seu peso e de sua
importância.
E quanto aos restos
mortais de Ermengarda, segundo especialistas declararam ao analisarem seus
ossos, ela morreu aos 34 anos e padecia de artrite, apesar de sua juventude,
como a maioria de seus parentes. Ao tomar conhecimento de sua morte tão
prematura, e daquela doença que havia suportado, podemos ter uma ideia de sua
vida, seus cansaços, suas dores. Quanto ela deve ter sofrido entre os muros tão
frios e no coro durante as orações das horas noturnas nos longos invernos!
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