segunda-feira, 26 de novembro de 2018

26 de novembro - Santo Humilde de Bisignano


"A paz seja convosco!", disse Jesus aparecendo aos Apóstolos no Cenáculo. A paz é o primeiro dom que o Ressuscitado faz aos Apóstolos. Da paz de Cristo, princípio inspirador também da paz social, fez-se portador constante Humilde de Bisignano, filho digno da nobre terra da Calábria. Partilhou com Inácio de Santhià o mesmo empenho de santidade no seguimento espiritual de São Francisco de Assis, oferecendo por sua vez um particular testemunho de caridade aos irmãos.

Na nossa sociedade, na qual com muitas frequência parece que os vestígios de Deus são perdidos, frei Humilde representa um convite feliz e encorajador à mansidão, à benignidade, à simplicidade e o desapego sadio dos bens passageiros deste mundo.

Papa João Paulo II – Homilia de canonização – 19 de maio de 2002

Humilde nasceu na cidade de Bisignano, província de Cosenza, Itália, em 26 de agosto de 1582, seus pais; Giovanni Pirozzo e de Ginevra Giardino, lhe puseram o nome de Luca Antonio. Desde a mais tenra idade, o menino manifestou sua admirável piedade. Todos os dias ia à missa, comungava, rezava e meditava a Paixão do Senhor, tornando-se modelo de virtude para todos os que o conheciam.
Nos processos canônicos se recorda que sua resposta a alguém que lhe deu uma solene bofetada na praça pública, foi simplesmente oferecer a outra face.

Aos dezoito anos, percebeu que sua vocação estava na vida religiosa, mas por vários motivos teve que aguardar nove anos para poder realizar os seus santos propósitos, levando, entretanto, uma vida ainda mais disciplinada a fim de conseguir seus objetivos.

Aos vinte e sete anos, entrou no noviciado dos Frades Menores de Mesuraca, tomando o nome de frei Humilde. Desde jovem, tinha o dom de contínuos êxtases contemplativos, motivo pelo qual era chamado de "o frade extático". A partir de 1613, esses dons se tornaram públicos e por isso seus superiores o submeteram a uma longa série de provas e humilhações para certificarem-se se eles provinham, realmente, de Deus.
Essas provas, felizmente suportadas, só vieram a aumentar sua fama de santidade junto aos irmãos e ao povo.

Deus lhe concedeu outros dons particulares como a perscrutação dos corações, a profecia, as intercessões em milagres e, sobretudo, a ciência infusa. Apesar de ser analfabeto, dava respostas sobre as Sagradas Escrituras e sobre qualquer outro tema da doutrina católica que faziam admirar os altos teólogos. A esse objetivo, Humilde foi experimentado em uma reunião de sacerdotes seculares e regulares, com propostas de dúvidas e objeções, às quais respondeu de maneira muito satisfatória.  

Frei Humilde obteve a confiança dos sumos pontífices Gregório XV e Urbano VIII, que o chamaram ao Vaticano e se beneficiaram com suas orações e conselhos. Permaneceu em Roma por muitos anos, sendo hospedado no Convento de São Francisco, em Ripa, e, durante alguns meses, no de Santo Isidoro.

As orações do Frei Humilde eram simples, porém suas preces eram sempre dedicadas ao bem da humanidade e à paz universal. Apesar de ser muito estimado por todos, ele se humilhava, continuamente, perante Deus, por considerar-se um grande pecador. Quando lhe perguntaram sobre o que pedia ao Senhor durante tantas horas de oração, respondeu: "O único que faço é pedir a Deus: Senhor, perdoai os meus pecados e fazei que vos ame como estou obrigado a amar-vos, e fazei que todos vos ameis como estão obrigados a amar-vos!".

Num dia declarou ao papa Gregório XV: "Enquanto todas as criaturas louvam e bendizem ao Senhor, eu sou o único que o ofende".

Faleceu no dia 26 de novembro de 1637, na sua cidade natal, onde passou os seus últimos anos de vida.

Beatificado em 1882 pelo Papa Leão XIII, foi somente em 2002 que o papa João Paulo II declarou Santo Humilde de Bisignano.


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