A infidelidade do
povo de Deus, assim como a nossa, endurece o coração: fecha o coração; e não
deixa que a voz do Senhor, que como pai amoroso, nos pede sempre para nos abrir
à sua misericórdia e ao seu amor.
Quando o coração
endurece não se compreende isto. Com efeito, a misericórdia de Deus só é compreendida
se formos capazes de abrir o nosso coração, para que possa entrar. O Evangelho
narra que havia aquelas pessoas que estudaram as Escrituras, os doutores da lei
que sabiam a teologia, mas eram muito fechados. A multidão estava admirada: a
admiração! Porque a multidão seguia Jesus. Alguém dirá: “Mas seguiam-no para
que a curasse, seguiam-no por isso”.
A realidade, era que
o povo tinha fé em Jesus! Tinham o coração aberto: imperfeito, pecador, mas de
coração aberto. Ao contrário os teólogos mantinham uma atitude fechada. E procuravam
sempre uma explicação para não compreender a mensagem de Jesus. A ponto que,
neste caso específico, como narra Lucas, dizem: Ele expele os demônios por
Belzebu, príncipe dos demônios. E assim procuravam sempre outros pretextos,
continua o trecho evangélico, para o pôr à prova, outros pediam-lhe um sinal do
céu. O problema de fundo, era o seu permanecer fechados. Deste modo era Jesus
que devia justificar o que fazia.
Eis a história desta
fidelidade malsucedida, a história dos corações fechados, dos corações que não
deixam entrar a misericórdia de Deus, que se esqueceram da palavra “perdão” — “Perdoai-me, Senhor!” — simplesmente
porque não se sentem pecadores: sentem-se juízes dos outros.
Precisamente esta
fidelidade malsucedida é explicada por Jesus com duas palavras claras para pôr
fim ao discurso dos hipócritas: “Quem
não está comigo, é contra mim!”. A linguagem de Jesus, é clara: ou se é
fiel, com o coração aberto a Deus que é fiel contigo, ou se é contra Ele: “Quem não está comigo, é contra mim”.
Alguém poderia pensar que, talvez, exista uma alternativa para estabelecer uma
negociação, ignorando a clareza da palavra de Jesus ou és fiel ou estás contra.
E, efetivamente, existe uma saída: confessa-te, pecador! Porque se dizes “sou
pecador” o coração abre-se e a misericórdia de Deus entra e começas a ser fiel.
Papa
Francisco – 03 de março de 2016
Hoje celebramos:
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