Os fariseus, e também
doutores da lei, aproximaram-se de Jesus para o pôr à prova fizeram-lhe uma pergunta
casuística, aquelas perguntas da fé “pode-se ou não se pode”, onde a fé é
reduzida a um “sim” ou a um “não”. Mas não o grande “sim” nem o grande “não”
dos quais ouvimos falar, que é Deus. Não, insistiu, para os fariseus a questão
é pode-se ou não se pode. E a vida cristã, a vida segundo Deus, segundo estas
pessoas, consiste sempre no “pode-se” ou “não se pode”, para o pôr à prova.
Mas quando ouve estas
coisas, o Coração de Jesus sofre e vai além. A pergunta é sobre o divórcio,
sobre o matrimônio: parece que para eles, o matrimônio era “pode-se ou não se
pode”; até que ponto devo ir em frente, até que ponto não. Ao contrário, Jesus
vai além e chega à criação e fala do matrimônio que talvez seja a coisa mais
bonita que o Senhor fez naqueles sete dias, são sete as etapas. Com efeito,
lê-se no trecho de Marcos que Jesus lhes disse: “desde o princípio da criação,
Deus os fez varão e mulher. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e
unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão
dois, mas uma só carne”.
É forte o que o
Senhor diz. Deus criou-os assim desde o início e não diz “são um só espírito,
um só amor”, não: “uma carne”, não se pode dividir! Mas, acrescentou, deixa o
problema da separação e vai à beleza do matrimônio, à beleza do casal que deve
ser unido. E assim, o homem e a mulher deixam as suas famílias para
empreenderem um novo caminho, um novo percurso. Por isso 'há uma ruptura no
homem e na mulher para iniciar o caminho: a ruptura com o que era antes, com a
família precedente: “deixa para devir” e depois toda a vida este caminho de ir
em frente, não dois, mas um. Por conseguinte, prosseguir assim na vida, um, e
aquilo que é um deve permanecer um: eis o que diz o Senhor.
Não devemos parar,
como estes doutores, neste “pode-se ou não se pode” dividir um matrimônio. Às
vezes, por desgraça, não funciona e é melhor separar-se para evitar uma guerra
mundial, mas esta é uma desgraça. Consideremos antes o positivo.
Papa Francisco – 5 de maio de 2018
Hoje celebramos:
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