Nós, sacerdotes,
somos apóstolos da alegria, anunciamos o Evangelho, ou seja, a boa notícia por
excelência; sem dúvida, não somos nós que conferimos força ao Evangelho, mas
podemos favorecer ou então impedir o encontro entre o Evangelho e as pessoas. A
nossa humanidade representa o vaso de barro no qual conservamos o tesouro de
Deus, um recipiente do qual devemos cuidar, para transmitir oportunamente o seu
conteúdo inestimável.
O sacerdote não
pode perder as suas raízes, pois permanece sempre um homem do povo e da cultura
que o geraram; as nossas raízes ajudam-nos a recordar quem somos e para onde
Cristo nos chamou. Nós, sacerdotes, não caímos do alto, mas somos chamados, chamados
por Deus, que nos tira do meio dos homens para nos constituir a favor dos
homens.
Respondendo à
vocação de Deus, tornamo-nos sacerdotes para servir os irmãos e as irmãs.
As imagens de Cristo que temos como referência para o ministério dos presbíteros
são claras: Ele é o Sumo Sacerdote,
próximo de Deus e, ao mesmo tempo, perto dos homens; é o Servo que lava os pés e se torna próximo dos mais frágeis; é o Bom Pastor que tem sempre como
finalidade o cuidado do rebanho.
O povo de Deus e a
humanidade inteira são os destinatários da missão dos sacerdotes, para a qual
tende todo o trabalho de formação. A formação humana, intelectual e espiritual
confluem naturalmente na formação pastoral, à qual oferecem instrumentos e
virtudes, além de disposições pessoais. Quando tudo isto se harmoniza e se
amalgama com um zelo autenticamente missionário, ao longo do caminho de uma
vida inteira, então o presbítero consegue cumprir a missão confiada por Cristo
à sua Igreja.
Enfim, o que nasceu
do povo deve permanecer com o povo; o sacerdote está sempre no meio dos
outros homens, não é um profissional da pastoral nem da evangelização, que
chega e realiza o que deve e depois vai embora, para levar uma vida separada.
Somos sacerdotes para permanecer no meio do povo: proximidade.
O bem que os
sacerdotes podem fazer nasce principalmente da sua proximidade e de um amor
terno pelas pessoas. Eles não são
filantropos, nem sequer funcionários; os sacerdotes são pais e irmãos. A
paternidade do presbítero faz muito bem!
Papa
Francisco – 20 de novembro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário