sábado, 4 de agosto de 2018

04 de agosto - Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista. Mt 14,8


João Batista o maior dos profetas, ensina-nos uma regra fundamental da vida cristã: tornar-nos pequenos com humildade para que seja o Senhor a crescer. Este é o estilo de Deus, diferente do estilo dos homens.

As pessoas falavam de Jesus porque o seu nome se tinha tornado famoso e o rei Herodes, estava temoroso e angustiado porque era perseguido pelo fantasma de João que ele tinha mandado assassinar.
Além disso, há outros personagens presentes neste trecho do Evangelho: uma mulher má, que odiava e procurava vingança; uma jovem que nada entendia e interessava-se só da sua vaidade. A ponto que parecia um romance: é a história de Herodíades e de sua filha.

Precisamente nesta moldura, o evangelista narra o final de João Batista, o maior homem nascido de mulher.
Mas João acaba na prisão, degolado. Acaba assim o maior homem nascido de mulher: um grande profeta, o último dos profetas, o único ao qual foi concedido ver a esperança de Israel. Sim, o grande João que chamou à conversão: todo o povo o seguia e lhe perguntava o que devemos fazer? Seguiam-no também os soldados, para se fazer batizar, pedir perdão, a tal ponto que os doutores da lei foram ter com ele e perguntaram: “és tu aquele que esperamos?” A resposta de João é clara: Não, não sou eu. Virá outro depois de mim: é ele. Sou só a voz que clama no deserto.

A tal propósito, santo Agostinho faz-nos pensar bem quando afirma: Sim, João diz de si mesmo que é a voz, porque depois dele vem a palavra. E Cristo é a palavra de Deus, o verbo de Deus. Deveras é grande, João. Grande quando diz que não é aquele esperado: precisamente aquela frase é o seu destino, o seu programa de vida: Ele, aquele que virá depois de mim, deve crescer; eu, pelo contrário, devo diminuir. Assim foi a vida de João: diminuir, diminuir, diminuir e acabar desta maneira tão prosaica, no anonimato. Eis que João foi um grande que não procurou a própria glória, mas a de Deus.

Mas sempre em relação a João há um último aspecto sobre o qual refletir: com esta atitude de diminuir para que Cristo possa crescer, preparou o caminho a Jesus. E como Jesus morreu na angústia, sozinho, sem os discípulos. Portanto, a grande glória de João foi ser profeta não só de palavras mas com a sua carne: com a sua vida preparou o caminho a Jesus. É um grande!

Papa Francisco – 05 de fevereiro de 2016

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