A pessoa atenta é
a que, em meio ao barulho do mundo, não se deixa tomar pela distração ou pela
superficialidade, mas vive de maneira plena e consciente, com uma preocupação
voltada antes de tudo aos outros. Com esta atitude percebemos as lágrimas
e as necessidades do próximo e podemos dar-nos conta também das suas
capacidades e qualidades humanas e espirituais. A pessoa atenta também se
preocupa com o mundo, procurando contrastar a indiferença e a crueldade
presentes nele, e alegrando-se pelos tesouros de beleza que contudo existem e
devem ser preservados. Trata-se de ter um olhar de compreensão para reconhecer
quer as misérias e as pobrezas dos indivíduos e da sociedade, quer a riqueza
escondida nas pequenas coisas de cada dia, precisamente ali onde nos colocou o
Senhor.
A pessoa
vigilante é a que aceita o convite a vigiar, ou seja, a não se deixar
dominar pelo sono do desencorajamento, da falta de esperança, da desilusão; e
ao mesmo tempo, rejeita a solicitação de tantas vaidades de que o mundo está
cheio e atrás das quais, por vezes, se sacrificam tempo e serenidade pessoal e
familiar. É a experiência dolorosa do povo de Israel, narrada pelo profeta
Isaías: Deus parecia ter deixado desviar para longe dos seus caminhos o seu
povo, mas estes era um efeito da infidelidade do próprio povo. Também nós
encontramo-nos frequentemente nesta situação de infidelidade à chamada do
Senhor: Ele indica-nos o caminho bom, o caminho da fé, o caminho do amor, mas
nós procuramos a nossa felicidade noutro lugar.
Estar atentos
e vigilantes são os pressupostos para não continuar a “desviar para longe
dos caminhos do Senhor”, perdidos nos nossos pecados e nas nossa infidelidades;
estar atentos e ser vigilantes são as condições para permitir que Deus irrompa
na nossa existência, para lhe restituir significado e valor com a sua presença
cheia de bondade e ternura.
Papa Francisco – 03 de dezembro de
2017
Hoje celebramos:
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