O coração malvado —
todos o temos um pouco — não nos deixa compreender o amor de Deus. Queremos ser
livres, mas com uma liberdade que no final nos torna escravos, e não com a
liberdade do amor que o Senhor nos oferece. E isto acontece também nas instituições:
por exemplo, quando o coração dos doutores da lei, dos sacerdotes, do sistema
legal era tão duro que procuravam sempre desculpas. Eram legalistas, pois acreditavam
que a vida de fé só fosse regulada pelas suas próprias leis. Por isso Jesus chama-lhes
hipócritas, sepulturas caiadas, bonitas fora mas cheias de podridão e
hipocrisia dentro.
Infelizmente, o
mesmo aconteceu na história da Igreja. Pensemos na coitada da Joana d'Arc: hoje
é santa! Os doutores queimaram-na viva, dizendo que ela era herege. Pensemos
também em Rosmini: todos os seus livros eram proibidos. Considerava-se um
pecado lê-los. Hoje é beato! Na história de Deus o Senhor pregava o seu amor
pelo povo através dos profetas. E na Igreja o Senhor manda os santos, que fazem
a Igreja progredir, aqueles que não permitiram que o seu coração endurecesse,
mas permanecesse sempre aberto à palavra de amor do Senhor, aqueles que não têm
medo de se deixar acariciar pela misericórdia de Deus. Por isso, os santos
entendem as misérias humanas e acompanham o povo sem o desprezar.
Com o povo que
perdeu a fidelidade o Senhor é claro: Quem não está comigo está contra mim.
Contudo, não haverá uma forma de compromisso, um pouco aqui e um pouco lá? Não.
Ou estás no caminho do amor, ou da hipocrisia. Ou te deixas amar pela
misericórdia de Deus, ou fazes o que queres, não há uma terceira via de
compromisso: ou és santo ou vais por outro caminho. E quem não recolhe com o
Senhor, é corrupto.
Papa Francisco - 12 de março de 2015
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário