Além da fome
física, o homem sente outro tipo de fome, uma fome que não pode ser saciada com
o alimento comum. Trata-se da fome de vida, fome de amor, fome de eternidade. E
o sinal do maná — como toda a experiência do êxodo — continha em si
também esta dimensão: era figura de um alimento que satisfaz esta forme
profunda que o homem sente. Jesus concede-nos este alimento, aliás, Ele
mesmo é o pão vivo que dá vida ao mundo.
O seu Corpo é o
verdadeiro alimento, sob a espécie do pão; o seu Sangue é a verdadeira bebida,
sob a espécie do vinho. Não se trata de um simples alimento com o qual saciar
os nossos corpos, como no caso do maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos
tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substância deste pão é o
Amor.
Na Eucaristia
comunica-se o amor do Senhor por nós: um amor tão grandioso que nos nutre com
Ele mesmo; um Amor gratuito, sempre à disposição de cada pessoa faminta e
necessitada de regenerar as próprias forças. Viver a experiência da fé
significa deixar-se alimentar pelo Senhor e construir a própria existência não
sobre os bens materiais, mas sobre a realidade que não perece; os dons de Deus,
a sua Palavra e o seu Corpo.
Se olharmos ao
nosso redor, damo-nos conta de que existem muitas ofertas de alimento que
não derivam do Senhor e que aparentemente satisfazem em maior medida. Alguns
nutrem-se de dinheiro, outros de sucesso e de vaidade, outros ainda de poder e
de orgulho. Mas o único alimento que nos nutre verdadeiramente e que nos sacia
é aquele que o Senhor nos concede!
O alimento que o
Senhor nos oferece é diferente dos demais, e talvez não nos pareça tão saboroso
como determinadas comidas que o mundo nos oferece. Então, sonhamos outras
refeições, como os hebreus no deserto, que tinham saudades da carne e das
cebolas que comiam quando estavam no Egito, esquecendo-se contudo que comiam
aqueles pratos na mesa da escravidão. Naqueles momentos de tentação, eles
recuperavam a memória, mas uma memória doentia, uma memória seletiva. Uma
memória escrava, não livre.
Hoje, cada um de
nós pode perguntar-se: e eu? Onde quero comer? De que mesa me desejo
alimentar? Na mesa do Senhor? Ou então sonho em comer alimentos saborosos, mas
na escravidão?
Papa
Francisco – 19 de junho de 2014
Hoje
celebramos:
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