Engrácia era natural de Bracara-Augusta (Braga), filha de
uma família rica, que lhe arranjou o casamento com um oficial da Gália
Narbonense. Com uma escolta de 16 cavaleiros e a sua criada pessoal, a jovem
meteu-se a caminho, mas ao chegar a Saragoça e sabendo a perseguição que
Daciano movia contra os cristãos, apresentou-se perante este, reprovando-lhe pela
sua cruel conduta e acusando-o de estar a massacrar o povo.
Apercebendo-se que Engrácia era cristã, Daciano tentou por todos os meios que
ela renegasse a sua fé, ao que a jovem recusou. Então, mandou-a prender,
açoitar e atá-la a dois cavalos que a puseram numa chaga. Meteram-na depois
numa masmorra, arrancaram-lhe as vestes coladas pelo sangue e despedaçaram-lhe
o corpo com dentes e unhas de ferro arrancando-lhe o fígado e deixando-a
moribunda.
Como mesmo assim não abjurasse Cristo, o Prefeito mandou cortar-lhe um seio tão
profundamente que se lhe via o coração. Apesar de tudo, Engrácia mantinha-se
milagrosamente viva, pelo que, Daciano manda vir um prego e um martelo e o
espeta na testa. Depois de a jovem expirar, os seus companheiros são
degolados.
Era o dia 16 de abril de 303 ou 304, quando morreu em
Saragoça a Virgem Santa Engrácia em consequência dos martírios sofridos no
tempo do imperador romano Diocleciano.
Conhecidos como “Os Mártires de Saragoça”, depressa o seu culto se espalhou.
Após as invasões árabes, o emir de Córdova, Abd Al-Rahaman (756-788), mandou
suprimir o culto das relíquias dos santos mandando queimar os restos mortais
venerados nos templos. Por isso, os monges de Nossa Senhora do Pilar que
cuidavam dos restos mortais de Santa Engrácia escavaram uma profunda cova e
meteram lá os sarcófagos da Santa e dos seus companheiros.
Em 1589, por ocasião de obras de restauro na igreja, os sarcófagos foram
descobertos de novo.
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