A comparação entre João Batista e Jesus se
cristaliza no Novo Testamento na comparação entre o batismo de água e o batismo
do Espírito. “Eu vos batizei com água, mas Ele vos batizará com o Espírito Santo”.
E Pedro, na casa de Cornélio: “Lembrei-me, então, desta palavra do Senhor:
‘João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito
Santo’”.
O que quer dizer que Jesus é aquele que
batiza no Espírito Santo? A expressão não só serve para distinguir o batismo de
Jesus do de João; serve para distinguir toda a pessoa e obra de Cristo com
relação à do Precursor. Em outras palavras, em toda sua obra, Jesus é aquele
que batiza no Espírito Santo. Batizar aqui tem um significado metafórico: quer
dizer inundar, envolver por todas as partes, como faz a água com os corpos
submersos nela.
Jesus batiza no Espírito Santo no sentido de
que recebe e dá o Espírito sem medida, infunde seu Espírito sobre toda a
humanidade redimida. A expressão se refere mais ao acontecimento de Pentecostes
que ao sacramento do batismo.
João batizou com água, mas vós sereis
batizados no Espírito Santo dentro de poucos dias, diz Jesus aos apóstolos,
referindo-se evidentemente a Pentecostes, que aconteceria em breve.
A expressão batizar no Espírito define,
portanto, a obra essencial do Messias, que já nos profetas do Antigo Testamento
aparece orientada a regenerar a humanidade mediante uma grande e universal
efusão do Espírito de Deus.
Aplicando tudo isso à vida e ao tempo da
Igreja, devemos concluir que Jesus ressuscitado não batiza no Espírito Santo
unicamente no sacramento do batismo, mas, de maneira diferente, também em
outros momentos: na Eucaristia, na escuta da Palavra e, em geral, em todos os
meios de graça.
Padre Raniero
Cantalamessa – 14 de dezembro de 2007
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