“Desde o meu primeiro momento no ingresso da Ordem, sempre busquei isso: fazer conhecer aos homens o amor de Deus”.
"Todos os dias venho de Cristo, vou a
Cristo e volto a Cristo"
Verdadeiro filho
espiritual de São Francisco, sacerdote e apóstolo. Um ministro regular do
sacramento do perdão e da reconciliação, seu serviço heroico no confessionário
tornou-se uma verdadeira direção espiritual. Ele teve o dom profundo de
saber descobrir e mostrar os caminhos da vocação divina. Ele era um homem
de constante oração, particularmente na adoração do Santíssimo Sacramento; imerso
em Deus e ao mesmo tempo aberto à realidade terrena. Uma testemunha ocular
disse que ele "sempre andou com
Deus".
É
vivido, como se sabe, em tempos difíceis: tempos difíceis para o país e para a
Igreja. A Polônia havia passado pelas divisões. Na Polônia, o estado
de guerra foi proclamado após o levante de janeiro e todas as ordens religiosas
foram suprimidas, restando apenas alguns mosteiros, condenados quase à morte,
porque os noviciados haviam sido fechados. O terror policial sobrecarregou
todas as áreas da vida escolar. Foi então que o nosso bem-aventurado Honorato
formulou o princípio que se tornou a inspiração para a sua atividade
apostólica: "o " estado " de homens e mulheres
religiosos, é uma instituição divina, por isso não pode ser menor, já que sem
ele o Evangelho não seria alcançado, portanto, pode e só deve mudar de forma.
Quão eloquente é
sua confiança: "devemos orar com fervor, o Senhor quer algo de mim, mais e
mais vezes vêm a mim as almas de diferentes estados, educação, livre e pedem
para mostrar-lhes a direção, eles querem entrar em um convento, e acima de tudo
pedem permissão para fazer os votos de castidade. Não há
conventos. Onde e como dirigir essas almas? Em primeiro lugar, não é
lícito enviá-los ao exterior, pois este é o fruto desta terra; aqui eles
devem permanecer, não é lícito privar esta terra do fruto maduro e mais bonito
que ela deu. O que permanecerá aqui quando removermos as almas sagradas,
chamar? Deus quer algo, ele proverá... Ore também por nós para obter
a luz de Deus, para que Deus possa revelar o que ele quer que façamos para
essas almas ".
Foi assim que o
Bem-aventurado Honorato pensou e trabalhou, a quem o Senhor deu a sua graça e
quem foi impulsionado por uma força interior. Ele indicou o caminho para a
perfeição que veio da leitura do Evangelho e da contemplação. Ele
encorajou a permanecer em seu ambiente e imitar a vida de Jesus e Maria em
Nazaré, para praticar os conselhos evangélicos em ocultação, sem sinais
externos. Ele se tornou um inovador da vida monástica e fundador de uma
nova forma semelhante aos institutos leigos de hoje. Através de suas
filhas e seus filhos espirituais, ele tentou regenerar na sociedade o espírito
zeloso dos primeiros cristãos, e alcançou através deles todos os ambientes. Ainda
hoje dezessete congregações, vindas do círculo de sua espiritualidade, operam
em dezenove países nos quatro continentes.
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 16 de outubro de 1988
Venceslau Kozminski
nasceu a 16 de outubro de 1829, na Polônia, filho de uma família mergulhada na
fé cristã, que deu ao filho uma sólida formação católica, desenvolvida
progressivamente durante a carreira de estudos, que culminaram no curso de
arquitetura.
Entretanto ia
também crescendo e amadurecendo nele a vocação para o sacerdócio, que o levou a
deixar a casa paterna e entrar no noviciado dos capuchinhos. Depois de ter
feito em Lublin os estudos de filosofia e teologia, transferiu-se para Varsóvia,
onde a 27 de dezembro de 1855 foi ordenado sacerdote com o nome de Honorato de
Biala.
Em Varsóvia
lançou-se de imediato ao ministério da pregação e direção espiritual,
desempenhou diversos cargos dentro da ordem, e ao mesmo tempo dava aulas de
religião em escolas, colégios e pensionatos. Tomou a seu cargo a associação do
santo Rosário da terceira ordem franciscana. Mas o carisma mais notável de
Honorato aparece sobretudo na fundação de associações e congregações
religiosas: entre 1874 e 1896 foram mais de vinte as instituições fundadas por
ele.
Na qualidade de
comissário geral da província capuchinha, desenvolveu intensa atividade,
vendo-se por vezes constrangido a transgredir leis civis injustas de
perseguição contra conventos. Ainda hoje é impressionante o trabalho apostólico
realizado por Honorato, apesar das restrições imposta pelo regime.
Por meio do
confessionário e correspondência epistolar, fundou 26 associações religiosas,
das quais surgiram numerosas congregações. Das 16 ainda hoje existentes, apenas
2 delas têm hábito religioso próprio; as outras 14 (2 masculinas e 12
femininas) não: pode por isso considerar-se o precursor dos institutos
seculares. Dessa forma contribui decisivamente para a sobrevivência da fé na
Polônia.
A sua atividade
apostólica não se limitou à de notável pregador e zeloso diretor espiritual:
deixou também escritos, com o fim de dar a conhecer ao povo o amor de Deus,
como ele mesmo diz “Manual Espiritual”.
Foi um exemplar
filho de São Francisco na forma de sentir e viver o amor de Deus em Cristo e o
mistério da Igreja. Em 1906 organizou uma peregrinação nacional ao santuário
mariano de Czestochowa, em que participaram mais de meio milhão de
pessoas. Em 1908, em consequência da reorganização das suas
congregações, decidida pela conferência episcopal, retiraram-lhe a direção das
mesmas: aceitou com docilidade as determinações das autoridades, reservando-se
apenas a sua direção espiritual, de sacerdotes e confessor.
Em 16 de dezembro
de 1916, com a venerável idade de 87 anos, passou o exílio da terra à pátria
celeste. No testamento tinha manifestado o desejo de se esconder “nas chagas de
Jesus” e de “entregar a alma ao Criador com a mesma disposição com que Cristo
entregou o espírito nas mãos do Pai”.
Em 16 de outubro de
1988, o papa João Paulo II o proclamou bem-aventurado.
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