No Evangelho, há um
governante que reza: é o oficial romano que tinha um empregado que estava
doente. Amava o povo, não obstante fosse estrangeiro, e amava o empregado, pois,
de fato, se preocupava.
Este homem sentiu a
necessidade de rezar. Não somente porque amava, mas também porque tinha a
consciência de não ser o patrão de tudo, de não ser a última instância. Sabia
que acima dele, há outro que comanda. Havia subalternos, soldados, mas ele
também estava na condição de subordinado. E isso o levou a rezar. O governante
que tem essa consciência, reza.
Se não reza,
fecha-se na própria auto-referencialidade ou na de seu partido, naquele círculo
do qual não se sai. É um homem fechado em si mesmo. Porém, quando vê os
problemas verdadeiros, tem a consciência de ser subalterno, que existe outro
que tem mais poder que ele. Quem tem mais poder do que o governante? O povo,
que lhe deu o poder, e Deus, do qual vem o poder através do povo. Quando um
governante tem a consciência de ser subordinado, reza.
É de suma
importância a oração do governante, porque é a oração para o bem comum do povo
que lhe foi confiado.
Recordo a conversa
com um governante que todos os dias passava duas horas em silêncio diante de
Deus, não obstante tivesse muitos afazeres. É preciso pedir a Deus a graça de
governar bem como Salomão que não pediu a Deus ouro ou riquezas, mas sabedoria
para governar.
Os governantes devem
pedir ao Senhor essa sabedoria. É tão importante que os governantes rezem, pedindo
ao Senhor que não cancele a consciência de ser subalterno a Deus e do povo: que
a minha força esteja ali e não no pequeno grupo ou em mim.
E a quem poderia se
opor dizendo ser agnóstico ou ateu, se você não pode rezar, confronte-se, com a
sua consciência, com os sábios do seu povo, mas não fique sozinho com o pequeno
grupo do seu partido. Isto é ser auto-referencial”
No entanto, quando
um governante faz algo que não gostamos, ele é criticado ou, de outra forma,
louvado. É deixado sozinho com o seu partido, com o Parlamento”:
“Não, eu não o
votei – Eu não o votei, problema seu’. Não, não podemos deixar os governantes
sozinhos: devemos acompanhá-los com a oração. Os cristãos devem rezar pelos
governantes. “Mas, Padre, como vou rezar por ele que faz tantas coisas ruins?”.
Ele precisa mais do que nunca da oração. Reze, faça penitência pelo governante.
A oração de intercessão. Por quê? Porque podemos levar uma vida calma e
tranquila. Quando o governante é livre e pode governar em paz, todo o povo irá
se beneficiar disso.
Papa
Francisco – 18 de setembro de 2017
Hoje celebramos
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