Jesus nos fala de
como deve ser o amor entre nós. Ele começa o seu discurso exortando a
compreender bem como devemos seguir o caminho do amor fraterno. Eis as suas
palavras: Eu vos digo: se a vossa justiça não superar a dos escribas e dos
fariseus, não entrareis no reino dos céus.
Por conseguinte,
afirma Jesus, devemos ser justos, amar o próximo, que é o problema de hoje; mas
não como estes doutores da lei que tinham uma filosofia especial, isto é, dizer
bem tudo o que se deve fazer, considerando-se inteligentes e competentes, sem
depois o fazer. E é por isto que, em relação a eles, Jesus diz: fazei o que
dizem mas não o que fazem. E di-lo porque não eram coerentes.
Em síntese, Jesus é
realista quando afirma que esta capacidade de fazer acordos entre nós significa
também superar a justiça dos fariseus e dos doutores da lei. É o realismo da
vida. A ponto que Jesus recomenda expressamente que se alcance um acordo
enquanto estamos a caminho, precisamente para eliminar a luta e o ódio entre
nós. Mas muitas vezes nós queremos levar as coisas ao limite.
Um segundo critério
que Jesus nos dá é o da verdade. Com efeito, há o mandamento de não matar; mas também
mata falar mal do próximo, porque a raiz é o mesmo ódio: não tens a coragem de
o matar ou pensas que é demais, mas mata-o de outra forma, com os mexericos, com
as calúnias, com a difamação.
O terceiro critério
que Jesus nos dá é um critério de filiação. Nós, não devemos matar o irmão
precisamente porque ele é nosso irmão: temos o mesmo Pai. E, lê-se no
Evangelho, não posso ir ao pai se não estiver em paz com o meu irmão. Com
efeito, Jesus diz: Se levares a tua oferta ao altar e lá te recordares que o
teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar,
vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e depois volta para oferecer o teu
dom. Por conseguinte, recomenda o Senhor, não fales com o pai se não estiveres
em paz com o teu irmão ou pelo menos de acordo.
Eis, portanto, os
três critérios: realismo, coerência e filiação. Um programa não fácil, mas é o
caminho que Jesus nos indica para ir em frente. E em conclusão peçamos ao
Senhor a graça de poder ir em frente em paz entre nós, possivelmente também com
os acordos mas sempre com coerência e com espírito de filiação.
Papa
Francisco – 12 de junho de 2014
Hoje
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