O episódio começa com
uma palavra clara de Jesus: “Não julgueis, para não serdes julgados”. Portanto,
se não quiseres ser julgados não julgues os outros. E o Senhor dá um passo
adiante, indicando precisamente o critério da medida: “Porque com o julgamento
mediante o qual julgais sereis julgados e com a medida com a qual medis, sereis
medidos”. Todos nós queremos, no dia do julgamento, que o Senhor olhe para nós
com benevolência, que o Senhor se esqueça de muitas coisas ruins que fizemos na
vida. E isto é justo, porque somos filhos, e um filho espera isto do pai, sempre.
Mas se julgares constantemente os outros, com a mesma medida serás julgados:
isto é claro.
Primeiro, o
mandamento, o fato: Não julgueis para não ser julgados. Segundo, a medida será
a mesma que vós usais para com os irmãos. E depois o terceiro passo: olha-te ao
espelho mas não a fim de te maquiar para que não se vejam as rugas; não, não,
não é este o conselho! Pelo contrário, olha-te ao espelho para te veres a ti
mesmo, como és.
As palavras de
Jesus são claras: Por que olhas para o cisco que está no olho do teu irmão e
não te dás conta da trave que está no teu? Ou como dirás ao teu irmão: deixa
que te tire o cisco do olho enquanto no teu há a trave?” Como nos qualifica o
Senhor quando fazemos isto? Uma só palavra: Hipócrita, tira primeiro a trave do
teu olho, e então poderás ver com clareza para tirar o cisco do olho do teu
irmão.
Na realidade, não
deveria surpreender a reação do Senhor que se altera; é muito forte, e parece
também que nos insulta: chama “hipócrita” quem julga os outros. A razão é que quem
coloca-se no lugar de Deus, considera-se Deus e duvida da palavra de Deus.
É precisamente o
que a serpente convenceu os nossos pais a fazer: Não, não, Deus é um mentiroso,
se vós comerdes disto, sereis como ele. E eles queriam colocar-se no lugar de
Deus.
Por esta razão, é
muito feio julgar: deixemos o julgamento só a Deus, só a ele! A nós compete o
amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas,
se serve também falar com eles para os admoestar se algo parece não estar no caminho
certo.
De qualquer forma nunca
julgar, nunca, porque se julgarmos será hipocrisia. Aliás, quando julgamos
colocamo-nos no lugar de Deus, isto é verdade, mas o nosso juízo é pobre:
nunca, nunca pode ser um verdadeiro julgamento. Porque, o verdadeiro julgamento
é o que Deus faz.
E por que o nosso
não pode ser como o de Deus? Por que Deus é Onipotente e nós não? Não, porque
ao nosso julgamento falta a misericórdia. E quando Deus julga, fá-lo com
misericórdia.
Pensemos hoje
naquilo que o Senhor nos diz: não julgar, para não ser julgado, a medida com a
qual julgarmos será a mesma que usarão para conosco; e, terceiro, olhemo-nos ao
espelho antes de julgar. E assim quando temos a tentação de dizer: ela faz
isto, ele faz aquilo, é melhor olhar-se ao espelho antes de falar. Caso
contrário, serei um hipócrita porque me coloco no lugar de Deus. E contudo o
meu julgamento é pobre: falta algo tão importante que o juízo de Deus possui,
falta a misericórdia. O Senhor, nos faça compreender bem estas coisas.
Papa Francisco - 20 de junho de 2016
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