Sofia
Teresa Agostinha Maria nasceu em 16 de maio de 1834 em Castelnaudary. Criada
numa família profundamente católica, dirigida por seu tio, o Cônego Luis de
Soubiran, Sofia logo se sentiu chamada à vida religiosa.
Aos
20 anos, ela fez uma tentativa de vida religiosa numa comunidade católica em
Gand, na Bélgica, mas esta experiência durou somente um ano; ela voltou à
França, onde queria implantar essa comunidade.
Ela
se sentia inclinada à austeridade e à vida reclusa do Carmelo. Entretanto, após
um período de vacilações e tendo solicitado conselhos, decidiu finalmente
atender aos desejos de seu tio. Assim, se trasladou para Gand para estudar o
gênero de vida das "beguinas" e, ao retornar, foi nomeada superiora
da comunidade de Castelnaudary, que seu tio inaugurara. Estes acontecimentos se
passaram entre 1854 e 1855.
Nos
anos seguintes, a nova fundação prosperou, mas de uma forma bastante diferente
a dos "beguinatos" belgas, pois Sofia e suas companheiras renunciaram
às suas propriedades, estabeleceram um orfanato e praticaram, por regra, a
adoração noturna ao Santíssimo Sacramento. Apesar dos progressos, aquela foi
uma época muito difícil para a comunidade e sua superiora, e a casa em que
moravam recebeu o nome de "o convento do sofrimento".
Em
1863, Madre Maria Teresa, como ela passou a ser chamada, fez os Exercícios de
Santo Inácio sob a direção do jesuíta Padre Pablo Ginhac. Deus lhe manifestou
então claramente que ela devia levar adiante seu propósito de fundar uma
congregação tal como tinha planejado.
O
"beguinato" não se dissolveu; simplesmente, em setembro de 1864,
Madre Maria Teresa e algumas Irmãs se mudaram para o convento da Rue des
Buchers, em Toulouse, que ia ser a residência da nova congregação. Madre Maria
Teresa consagrou então a nova comunidade a Maria, de quem todas as Irmãs
adotariam o nome a partir daquele momento. A
Sociedade de Maria Auxiliadora havia nascido. As Irmãs adotaram a
espiritualidade inaciana, encontrando Deus tanto na oração quanto na ação apostólica.
A
Casa-Mãe de Toulouse logo deu origem a outras casas que se espalharam por toda
a França, chegando até mesmo à Inglaterra após a guerra de 1870.
Para
melhor se colocar nas mãos de Deus, “para
ser apenas um pano de fundo para Ele”, Madre Maria Teresa renunciou a todos
os seus bens pessoais através de um voto radical de pobreza: Deus lhe deu uma
tarefa a cumprir, e ela contava somente com Ele para realizá-la. “Aquele que coloca sua confiança em Deus é
fortalecido com a mesma força de Deus”.
As
novas religiosas se dedicavam ao cuidado dos órfãos e à instrução das crianças
pobres, e inauguraram em Toulouse a primeira casa de hospedagem para jovens
trabalhadoras, a qual se deu o nome de Maison de famille, porque era um
verdadeiro lar para as jovens que não o tinham, ou que viviam longe do seu. As
Auxiliadoras praticavam diariamente a adoração noturna.
Em
15 de outubro de 1867, o Bispo de Toulouse, Florian-Jules-Félix Desprez,
aprovou as Irmãs de Maria Auxiliadoras e a Santa Sé publicou, em 19 de dezembro
de 1868, um breve laudatório.
Em
1869, foram inaugurados os conventos de Amiens e de Lyon. Durante a guerra
franco-prussiana, as religiosas dos três conventos se refugiaram primeiro em
Southwark e depois em Brompton, onde os padres oratorianos as ajudaram muito.
Mais tarde estabeleceram uma "casa de família" em Kenington, que foi
a primeira fundação inglesa das Auxiliadoras.
Em
1868, ingressou na congregação uma noviça que três anos depois foi eleita, por
voto quase unânime do capítulo, conselheira e assistente da Madre Geral.
Tratava-se da Madre Maria Francisca, uma mulher muito hábil e inteligente,
cinco anos mais velha que Madre Maria Teresa. Infelizmente, durante muito tempo
a Beata não se deu conta de que esta era "dominadora, instável e
ambiciosa".
Em
princípios de 1874, Madre Maria Francisca declarou que a situação econômica da
congregação era desesperadora (atualmente se sabe que era um julgamento
exagerado) e inicialmente declarou ser sua a culpa, mas depois passou a atacar
Madre Maria Teresa. Em pouco tempo o rumor de que a má situação das coisas era
causada pela fundadora correu por todos os conventos da congregação.
Madre
Maria Teresa lembrou-se então que pouco tempo antes Nosso Senhor lhe havia
aparecido e lhe dizia: “Tua missão terminará dentro de pouco tempo,
não haverá lugar para ti na tua congregação. Porém, meu poder e minha bondade
estarão contigo”. Após consultar o Padre Ginhac, este a aconselhou a
renunciar. Sua conselheira foi nomeada superiora geral.
A
nova superiora não permitiu que a fundadora residisse em nenhum dos conventos
da congregação. Não faltaram medidas desagradáveis tomadas por Madre Maria
Francisca para evitar que a Beata reconquistasse sua antiga influência e
autoridade, e culminou na expulsão da fundadora. Em fins de 1874, Madre Maria
Teresa voltou a ser simplesmente Sofia de Soubiran La Louvière.
Em
20 de setembro de 1874, Maria Teresa de Soubiran foi acolhida no mosteiro de
Nossa Senhora da Caridade, em Paris. Admitida inicialmente como pensionista, em
20 de abril do ano seguinte ela tomou o hábito e recebeu um novo nome: Irmã
Maria do Sagrado Coração. Ela foi admitida definitivamente em 29 de junho de
1877.
Com
muita humildade, fidelidade e amor, ela se adaptou a todos os usos e costumes
de sua nova família religiosa, onde por 15 anos viveu sempre mais confiante no
amor de Deus que a despojou de tudo e que se tornou sua força, sua alegria, sua
oração, sua plenitude.
Oito
anos depois, a irmã da fundadora, Madre Maria Xavier, também foi despedida da
congregação, porque sua presença recordava a Fundadora. Ela também ingressou no
convento de Nossa Senhora da Caridade de Paris, e informou a irmã sobre o
triste estado da congregação.
A
Beata Maria Teresa passou na enfermaria os últimos sete meses de sua vida.
Morreu no dia 7 de junho de 1889, murmurando estas palavras: "Vem,
Senhor Jesus". Tentou fazer o sinal da cruz, mas não chegou a
completá-lo. Foi sepultada no cemitério de Montparnase, na cripta do convento
de Nossa Senhora da Caridade. Atualmente, suas relíquias se encontram na
Casa-Mãe das Auxiliadoras em Paris.
Em
fevereiro de 1890, Madre Maria Francisca demitiu-se deixando subitamente a
congregação. Madre Maria Isabel de Luppé é eleita Superiora Geral. Fiel
companheira de Madre Maria Teresa de Soubiran, ela havia guardado bem vivo o
seu espírito; a nova superiora reabilitou a memória da Fundadora junto às
Irmãs.
O
Instituto tomou o nome de Sociedade de Maria Auxiliadora e suas Constituições
foram aprovadas definitivamente pela Santa Sé em 6 de janeiro de 1924. Em 31 de
dezembro de 2005 o Instituto contava 204 religiosas em 28 casas.
Madre
Maria Teresa de Soubiran La Louvière foi beatificada por Pio XII em 20 de
outubro de 1946.
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