Nicéforo nasceu em
Constantinopla, filho de Teodoro e Eudóxia, uma família extremamente ortodoxa e
que sofrera muito durante os tempos de iconoclastia, formado pelos cristãos que
aboliam o culto às imagens.
Teodoro, o pai de
Nicéforo, um dos secretários do imperador bizantino Constantino V, já tinha
sido castigado com açoites e banido para Niceia em razão de seu apoio à
existência de imagens. Nicéforo herdou todas as suas convicções.
Nicéforo, a exemplo
de seu pai, prestou serviços ao império bizantino, ocupando um lugar no
secretariado do gabinete do imperador e, por ordem da imperatriz Irene,
participou do sínodo de 787 como comissionário imperial.
Depois
que o imperador Constantino VI e a imperatriz Irene restabeleceram a veneração
das santas imagens, o jovem Nicéforo lhes foi apresentado e, de pronto, por
suas grandes qualidades, conquistou-lhes a simpatia. Na corte, distinguiu-se
por sua oposição aos iconoclastas, tendo sido secretário no Segundo Concílio de
Niceia e comissário imperial.
Mesmo
sendo em brilhante orador, filósofo, músico, com todas as qualidades de um
estadista, sempre teve uma forte inclinação para a vida religiosa, isolada, e
mesmo estando envolvido nos assuntos públicos, construiu um monastério num
lugar isolado próximo ao Mar Negro.
Após
a morte de Tarasios, patriarca de Constantinopla, não foi encontrado ninguém
mais apto a sucedê-lo que Nicéforo. Sendo leigo, houve algumas objeções à sua
eleição, qualificando-a como contrária aos cânones, e só a pedido expresso do
imperador, pode ser persuadido a ser ordenado sacerdote e a aceitar o cargo.
Durante
a sua consagração, realizada em 12 de Abril, no ano 802, manteve em mãos o
tratado que ele havia escrito em defesa do veneração aos ícones e, no final da
cerimônia, depositou-o ao lado do altar, como uma promessa de que seria sempre
defensor da tradição da Igreja.
Não
demorou muito tempo até que o novo patriarca tivesse de enfrentar-se novamente
com os que lhe eram hostis.
Suas
principais obras foram uma Apologia para o ensino ortodoxo em relação com os
santos ícones e outro extenso tratado em duas partes: a primeira, uma defesa da
Igreja contra a acusação de idolatria; e a segunda, conhecida como
«Antiherética», uma refutação aos escritos de Constantino V sobre as imagens
sagradas. Além de vários outros tratados, a maioria sobre a iconoclastia,
deixou duas obras históricas conhecidas como Breviarium e Cronografia; a
primeira é uma breve história do reinado, de Mauricio à Constantino IV e Irene;
a outra, uma crônica com os principais acontecimentos, desde o início do mundo.
Na compilação dos concílios é possível ainda encontrar-se os dezessete cânones
de Nicéforo, sendo que no segundo declara ilícito viajar aos domingo sem
necessidade.
Após
algumas vãs disputas teológicas, em dezembro de 814, se seguiram insultos
pessoais. A primeira resposta de Nicéforo às tentativas de derrubá-lo foi a
excomunhão, mas ele acabou obrigado a ceder à força e foi desterrado e levado a
um dos claustros que ele mesmo havia fundado, o Tou
Agathou, e depois para um outro chamado Tou
Hagiou Theodorou.
Quando
houve a troca dos imperadores, em 820, ele novamente foi apresentado como
candidato ao patriarcado, que, embora não tenha tido sucesso, ao menos
conseguiu obter uma promessa de tolerância.
Em
2 de junho do ano 828 o santo morreu, e em 13 de Março do ano 846, por
ordem da Imperatriz Teodora e do Patriarca São Metódio, os restos mortais de
São Nicéforo foram transferidos da Ilha de Prokenesis para Constantinopla,
tendo sido depositado Igreja dos Santos Apóstolos.
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