Certa vez, quando menina, Santa Terezinha se encontrava gravemente enferma.
Seus familiares dirigiam súplicas à Santíssima Virgem para a recuperação da
menina.
À cabeceira da cama de Santa Terezinha, existia uma bela imagem de
Nossa Senhora. Até que em certa noite, a imagem mostrou um lindo sorriso para a
menina, fato que a curou maravilhosa e repentinamente.
A imagem logo
ficou conhecida como Virgem do Sorriso ou, Nossa Senhora do Sorriso. Em 1894,
ela foi doada ao mosteiro de Lisieux, na França, e até hoje está na capela do
mesmo mosteiro (onde viveu Santa Terezinha).
Assim nos narra Santa Teresinha:
"No dia 13
de maio de 1883, domingo de Pentecostes, durante a novena da Missa, minha irmã
Maria dirigindo-se ao jardim, deixou-me com Leônia, que lia perto da janela. Ao
cabo de alguns minutos, pus-me a chamar, quase em surdina: "Maria! Maria! Mamãe!".
Habituada a ouvir-me sempre chamar assim, Leônia não me deu atenção; pensou que eu chamasse a minha irmã, Maria. Isso durou muito tempo. Então, chamei mais forte, e por fim, minha irmã Maria retornou. Vi perfeitamente quando entrou, mas não conseguia dizer que a reconhecia, continuando a chamar cada vez mais forte: "Mamãe... Maria, Maria!"
Eu padecia muito naquela luta violenta e inexplicável, e Maria, minha irmãzinha, talvez sofresse mais do que eu. Após esforços frustrados para mostrar que estava ao meu lado, para que eu a reconhecesse, ela se dirigiu à Leônia, sussurrou-lhe algumas palavras, e tornou a sair, pálida e trêmula.
Minha pequena
Leônia logo me acompanhou até a janela; então, sem reconhecê-la de imediato, eu
a vi no jardim. Ela caminhava suavemente, estendendo-me os braços e chamando-me
com a voz plena de ternura: "Teresa, minha pequena
Teresa!"
Esta última
tentativa, não tendo resultado em nada, pois eu continuava inerte, fazia minha
irmã querida, chorar, ajoelhada junto à minha cama, onde já estavam Leônia e
Celina. As três voltando-se para a Mãezinha do Céu, e rezando-lhe com o fervor
de uma mãe que pede pela vida de um filho, suplicavam-lhe que me curasse. Foi
um tal grito de fé, que acabou forçando a porta do Céu.
Não tendo
encontrado nenhum socorro na terra e prestes a morrer de dor, eu também me
voltei para a Mãezinha do Céu, rezando-lhe com todo o meu coração, pedindo-lhe
que tivesse pena de mim.
De repente, a estátua da Virgem Maria tomou vida. A Mãe
Santíssima me apareceu bela, tão bela!...
Eu jamais encontrarei uma expressão que pudesse definir esta divina formosura, esta beleza incrível. Seu rosto irradiava inefável bondade e ternura, mas o que me calou no fundo da alma foi o sorriso que tinha nos lábios; encantador, arrebatador! Todos os meus sofrimentos se desvaneceram. As lágrimas corriam fartas, de minhas pálpebras, deslizando silenciosamente pela face...
Eram lágrimas
de uma alegria celeste e sem inquietação! A Virgem Santíssima caminhou em minha
direção! Ela sorriu para mim... Como estou feliz! Mas, nunca, jamais contarei
isso a alguém, porque, então, desapareceria a minha felicidade.
Sem nenhum
esforço, baixei os olhos, e reconheci, então, minha irmã querida, Maria! Ela me
observava com amor, parecia emocionada e parecia estar duvidando da grande
graça que eu acabara de receber.
Oh! Era exatamente a ela, às suas edificantes orações que eu devia a graça do sorriso da Rainha dos Céus. Quando viu meu olhar fito na Santíssima Virgem, disse de si para si: "Teresa está curada!"
Sim, a florzinha
ia renascer para a vida, o Raio luminoso do doce sol que a reanimara, também a
aquecera e a libertara do cruel inimigo! "O inverno sombrio terminara, as
chuvas se foram, Teresa estava curada". E a florzinha da Virgem Maria
estava tão fortalecida que cinco anos mais tarde, desabrochou na montanha
fértil do Carmelo".
(Santa Teresinha
do Menino Jesus, História de uma alma, capítulo III).
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