Nada se sabe sobre a origem
deste título dado a Nossa Senhora; infelizmente, nem mesmo a data em que
começou a ser venerada. A imagem que representa Nossa Senhora da Humildade é de
madeira e bem esculpida. Sua estatura é da proporção natural de uma mulher
perfeita, está com as mãos levantadas. É de rara beleza e mostra uma modéstia
soberana e majestosa, e tanto que causa a todos os que nela põem os olhos uma
profunda reverência e suma veneração. Seu adorno, além do manto de seda que lhe
põem os fiéis, é uma rica coroa de prata.
Quanto à sua origem, dizem
os moradores daquela vila que a trouxe da índia um devoto seu, natural da mesma
terra, há mais de cem anos. Conforme as palavras de frei Agostinho de Santa
Maria, do Santuário Mariano: “Não me
admiro do título de Humildade com que a Rainha dos Céus, a imperatriz do mundo
e Mãe de Deus quer ser invocada, porque, do muito que ela agradou ao Altíssimo
por sua profunda humildade, ele a levantou à maior grandeza, elegendo-a sua
Mãe.”
A própria Virgem Santíssima
confessa que de sua grande humildade lhe nascera a maior alteza e soberania: “Quia
respexit homilitatem ancillae suae” (porque olhou para a humildade da
sua serva).
Ser humilde
é ser santo, é descer do pedestal, é não se autoadorar, é preferir fazer a
vontade dos outros do que a própria, é ser silencioso, discreto, escondido, é
fugir das pompas e dos aplausos, como Maria. Sendo Mãe de Deus nunca se
orgulhou; mas permaneceu pobre e humilde. São João Batista nos ensina a
humildade de Maria: “Importa que Ele cresça e que eu diminua!” (Jo 3,30). Jesus
exaltou os “pobres de espírito” (Mt 5, 1) como a Virgem Maria que precisou de
muito pouco das coisas materiais para servir o Seu Filho e Senhor, e ser aquela
que, como disse João Paulo II, “foi a que mais cooperou para a obra da
Redenção da humanidade”. Olhemos e imitemos a Estrela pobre e Humilde,
que é nossa Mãe.
Festeja-se Nossa Senhora da
Humildade na segunda-feira depois da oitava da Páscoa, dia em que se festeja
também Nossa Senhora dos Prazeres.
Oração
Ó querida e amada
senhora,
Permita-me
observar os meus próprios comportamentos
E
reconhecer
Quando
as nuvens sobre a minha cabeça estão tão carregadas
Que
“fecham o tempo” do meu semblante.
E
que se faça a chuva, em lágrimas de purificação.
Conceda-me
a benção de viver a porção criadora presente em todos nós,
Refreando
o impulso de apontar a criatura nos outros.
Os
outros, estes espelhos de mil formas e tamanhos.
Que
refletem o que não queremos ver.
[Pois já vimos]
Porque
a cada dia minha consciência se expande,
Expondo
ainda mais a minha própria incompletude.
Que
meu propósito seja firme e claro,
Para
que eu saiba a hora de ficar
Ou
partir
Quando
o solo em que piso não me parecer mais tão fértil.
E
que eu parta,
Com
a confiança de que a semente é viva.
E
que sempre haverá um bom solo a se cultivar,
Especialmente
aquele a que chamamos coração.
Que
eu seja grata por um lugar que possibilite viver a minha essência,
Sem
esquecer que esse lugar
É todos os lugares onde
você esteja, minha Mãe,
Pois
a essência desconhece tempo e espaço.
Ainda,
com fervor, lhe peço,
O
olhar compassivo, porém, nunca conivente,
Para
com os outros olhos que refletem os meus.
E
que os dedos das minhas mãos não sejam usados individualmente
No
vão exercício de [apenas] apontar os defeitos alheios.
Mas
que, unidos, qual estrela de cinco pontas,
Estendam
a mão para a Fraternidade.
Nós
somos, Senhora, vós bem o sabes,
Medo
e Desejo
Criador
e Criatura
Nuvem
negra e Sol radiante
Seres
espirituais.
Que
jamais nos esqueçamos.
Que
sempre celebremos.
A
alegria e a dor
Da
brevidade
Do
Corpo e da Mente
E
a imortalidade
Da
Alma.
Amém.
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