Nos
primeiros trezentos anos da História da Igreja, os cristãos se preocuparam com
a própria sobrevivência, por força das perseguições romanas. Realizavam os
cultos às escondidas, nas Catacumbas (cemitérios subterrâneos), sobre os
túmulos dos mártires. Não havia muita liberdade para estudos e aprofundamentos
sobre as belezas contidas nas palavras dos evangelistas.
Constantino I, denominado também “o
Grande”, nasceu em Naissus no ano 274. Na véspera de uma batalha, na luta de
sucessão, ele teve um sonho, no qual lhe pareceu ver um escudo com uma cruz, e
ouviu uma voz que dizia: “com este sinal, vencerás”. Ele mandou, então, pintar
nos escudos dos seus soldados o símbolo da salvação. Realmente, venceu. Com sua
vitória sobre Maxêncio, junto às muralhas de Roma, tornou-se imperador, no ano
306. Em 313, pelo edito de Milão, concedeu liberdade aos adeptos da nova fé,
que ficavam livres para praticar a sua religião. Mais tarde, tornou o
cristianismo a religião oficial do Império.
Essa liberdade trouxe a grande vantagem
de poderem meditar mais sobre o conteúdo das palavras de Cristo. Um desses
temas de meditação foi a doação de Sua Mãe Maria como nossa mãe espiritual,
quando, pregado na cruz, olhando para São João, que nos representava, lhe
disse: “Eis a tua mãe”.
Conforme narra a lenda, já nos
primeiros tempos os cristãos tinham desejado representar essa incumbência numa
pintura. A pedido de Nicodemos, São Lucas pintou e esculpiu Maria ao pé da
cruz, recebendo o mandato de ser mãe de todos os homens, representados por São
João. Ao evangelizar a Península Ibérica, São Tiago levou consigo a pintura
para homenagear a Mãe de Deus e nossa. Daí se explica a grande devoção popular
à Mãe de Deus em toda aquela região. Muitos santuários foram construídos para
veneração daquela que Jesus nos deixou por mãe.
A devoção do povo não demorou em
perpetuar a grande bondade de Cristo em nos dar Maria como protetora.
Referindo-se aos seus cuidados maternos, todos queriam colocar-se sob seu
“amparo”. Assim é que pessoas, vilas, cidades foram postas sob o manto de
Maria, representando a proteção celestial da mãe do Salvador e nossa.
Logo após a descoberta do Brasil, o culto a Nossa Senhora do Amparo, chegou aqui. Sob sua proteção fundou-se o Forte, que deu origem à cidade de Fortaleza, capital do Ceará, onde existe uma igreja dedicada a Ela. Também em Olinda, Pernambuco, foi construída, uma das primeiras igrejas dedicadas à Senhora do Amparo.
No Brasil
existem três municípios fundados e dedicados a Nossa Senhora do Amparo. Em São
Paulo, a cidade de Amparo, em Minas Gerais a cidade de Amparo da Serra e em
Sergipe a cidade de Amparo de São Francisco.
Oração a Nossa Senhora do Amparo
Ó dulcíssima Soberana do Amparo, bem sabemos que, miseráveis pecadores, não éramos dignos de vos possuir neste vale de lágrimas, mas sabemos também que a vossa grandeza não vos faz esquecer a nossa miséria e no meio de tanta glória, a vossa compaixão, longe de diminuir, aumenta cada vez mais para conosco. Do alto do trono em que reinais sobre todos os Anjos e Santos, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos! Vede a quantas tempestades e mil perigos estaremos, sem cessar, expostos, até o fim da nossa vida. Pelos merecimentos da fé, da confiança e da santa perseverança na amizade de Deus, pedimos que possamos um dia ir beijar os vossos pés e unir as nossas vozes às dos Espíritos celestes, para vos louvar e cantar as vossas glórias eternamente no Céu. Assim seja!
Ó Maria,
concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Amém.
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