Eu Te bendigo, ó Pai, (...) porque
escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos
pequeninos» (Mt 11, 25).
Com estas palavras, amados
irmãos e irmãs, Jesus louva os desígnios do Pai celeste; sabe que ninguém pode
vir ter com Ele, se não for atraído pelo Pai, por isso louva por este desígnio e
abraça-o filialmente: «Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado».
Quiseste abrir o Reino aos pequeninos.
A pequena Jacinta sentiu e
viveu como própria a aflição de Nossa Senhora, oferecendo-se heroicamente como
vítima pelos pecadores. Um dia - já ela e Francisco tinham contraído a doença
que os obrigava a estarem pela cama - a Virgem Maria veio visitá-los a casa,
como conta a pequenina: «Nossa Senhora
veio-nos ver e diz que vem buscar o Francisco muito breve para o Céu. E a mim
perguntou-me se queria ainda converter mais pecadores. Disse-lhe que sim».
E, ao aproximar-se o momento da partida do Francisco, Jacinta recomenda-lhe: «Dá muitas saudades minhas a Nosso Senhor
e a Nossa Senhora e diz-lhes que sofro tudo quanto Eles quiserem para converter
os pecadores». Jacinta ficara tão impressionada com a visão do inferno durante
a aparição de 13 de Julho, que nenhuma mortificação e penitência era demais
para salvar os pecadores.
Bem podia ela exclamar com
São Paulo: «Alegro-me de sofrer por vós
e completo em mim própria o que falta às tribulações de Cristo, em benefício do
seu Corpo, que é a Igreja» (Col 1, 24). Aqui em Fátima, onde foram
vaticinados estes tempos de tribulação pedindo Nossa Senhora oração e
penitência para abreviá-los, quero hoje dar graças ao Céu pela força do
testemunho que se manifestou em todas aquelas vidas. E desejo uma vez mais
celebrar a bondade do Senhor para comigo, quando, duramente atingido naquele
dia 13 de Maio de 1981, fui salvo da morte. Exprimo a minha gratidão também à
beata Jacinta pelos sacrifícios e orações oferecidas pelo Santo Padre, que ela
tinha visto em grande sofrimento.
Papa João Paulo II - Homilia de beatificação - 13 de maio de 2000
Jacinta de Jesus Marto nasceu em Aljustrel, Fátima, a 11 de Março de 1910. Foi batizada em 19 de Março de 1910. Vítima da pneumonia, adoeceu em Dezembro de 1918. Esteve internada no Hospital de Vila Nova de Ourém e por fim em Lisboa, no Hospital de D.Estefânia onde morreu às 22.30 horas do dia 20 de Fevereiro de 1920.
Os
seus pais, que eram humildes agricultores e piedosos cristãos, deram-lhe uma sã
educação moral e religiosa. Desde tenra idade mostrou o gosto pela oração, a
preocupação pelas verdades da fé, prudência na escolha das amizades e um sereno
espírito de obediência.
Logo que pôde, começou a trabalhar; em particular foi encarregada de acompanhar o irmão Francisco, um pouco mais velho do que ela, no pastoreio do rebanho. Ambos gostavam de se juntar com a prima Lúcia de Jesus dos Santos, que era também pastora de ovelhas. Deste modo as três crianças, unidas por uma grande amizade, passavam o dia inteiro nesta atividade, que, apesar de custosa, eles executavam diligentemente e com prazer, porque lhes deixava tempo para brincar e para rezar e lhes permitia usufruir das belezas da natureza.
O que inesperadamente lhes mudou a vida, deu-se no ano de 1916: eles disseram ter visto três vezes um anjo que os exortava a rezar e a fazer penitência pela remissão dos pecados e para obter a conversão dos pecadores. A partir deste momento; a pequena Jacinta aproveitava todas as ocasiões para fazer o que o anjo lhe pedira.
Desde o dia 13 de Maio até ao dia 13 de Outubro de 1917, juntamente com Francisco e Lúcia, teve o privilégio de ver várias vezes a Virgem Maria no lugar chamado Cova da Iria, perto de Fátima. Cheia de alegria e gratidão pelo dom recebido, quis imediatamente responder com todas as forças à exortação da Virgem Maria que lhes pedia orações e sacrifícios em reparação dos pecados que ofendem a Deus e o Imaculado Coração de Maria e pela conversão dos pecadores.
Além das 5 Aparições da Cova da Iria e 1 dos
Valinhos, Nossa Senhora apareceu à Jacinta mais 4 vezes em casa durante a
doença, 1 na Igreja paroquial numa quinta-feira da Ascensão, e ainda em Lisboa
no Orfanato e no hospital. O Poço do Arneiro teve uma visão do Santo
Padre, e outra no Cabeço.
A sua
vida foi caracterizada pelo espírito de sacrifício, o amor ao Coração de Maria,
ao Santo Padre e aos pecadores.
Levada pela preocupação da salvação dos pecadores e
do desagravo ao Coração Imaculado de Maria, de tudo oferecia um sacrifício a
Deus, como lhes recomendara o Anjo, dizendo sempre a oração que Nossa Senhora
lhes ensinara: "Ó Jesus, é por
Vosso Amor, pela conversão dos pecadores (e acrescentava, pelo Santo Padre) e
em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria".
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