quinta-feira, 18 de julho de 2019

18 de julho - Santa Sinforosa e sete filhos


Na Via Tiburtina, em Roma, por volta do ano 135, vivia uma senhora chamada Sinforosa com os seus 7 filhos chamados Crescêncio, Julião, Nemésio, Primitivo, Justino, Estácio e Eugênio. Ela vivia perto da majestosa vila do imperador Adriano, o qual havia ordenado a morte de seu marido, o tribuno Getúlio, do cunhado Amâncio e do amigo deles, Primitivo.

Após ter terminado a construção de sua grandiosa vila, o imperador Adriano antes de inaugurá-la desejou consultar os deuses, a resposta do oráculo foi assim: "A viúva Sinforosa, com seus sete filhos, aflige-nos todos os dias invocando o seu Deus. Se ela com seus sete filhos sacrificarem segundo o nosso rito, nós vos prometemos conceder tudo o que pedis".
Adriano chamou então o prefeito Licínio e ordenou que Sinforosa fosse presa e conduzida com seus filhos ao templo de Hércules.

Depois, com lisonjas, ameaças e chantagens, procurou fazê-la desistir de sua Fé e a sacrificar aos ídolos, mas a Santa com nobre ânimo seguia o exemplo de Getúlio e dos companheiros de martírio de seu esposo e disse: "Meu esposo Getúlio e seu irmão Amâncio, quando combatiam no teu exército como tribunos, enfrentaram muitos gêneros de tortura por não aceitarem sacrificar aos ídolos e, como atletas valorosos, venceram os demônios com a própria morte. Preferiram, de fato, ser decapitados a deixar-se vencer, sofrendo a morte que, aceita em nome de Cristo, trouxe-lhes ignomínia no mundo dos homens ligados aos interesses terrenos, mas deu-lhes honra e glória eterna na assembleia dos anjos. Vivem agora entre os anjos e, levantando os troféus da própria paixão, gozam no céu da vida eterna com o eterno rei".

O imperador respondeu a Santa Sinforosa: "Ou sacrificas com teus filhos aos deuses onipotentes, ou farei imolar-te com teus filhos".
Acrescentou, em seguida, santa Sinforosa: "Donde vem-me a graça de merecer ser oferecida com os meus filhos como vítima a Deus?". E o Imperador: "Eu te farei sacrificar aos meus deuses".
A bem-aventurada Sinforosa respondeu: "Teus deuses não podem aceitar-me em sacrifício, mas se for imolada em nome de Cristo meu Deus, eu terei o poder de fazer com que teus demônios se tornem cinzas".
Disse, então, o imperador: "Escolhe uma das duas propostas: ou sacrificas aos meus deuses ou morrerás de morte trágica".
Sinforosa, então, respondeu: "Crês que possa mudar o meu propósito por um temor qualquer, enquanto o meu desejo mais vivo é repousar em paz junto do meu esposo Getúlio, que fizeste morrer pelo nome de Cristo?"

Visto serem vãs todas as tentativas, o imperador ordenou que Sinforosa fosse torturada. Finalmente, ele deu ordem aos guardas para amarrarem uma grande pedra ao pescoço de Sinforosa e para lançá-la no Rio Anjo.

Chegou a vez de seus filhos. O imperador ordenou que fossem conduzidos ao templo onde tentaram convencê-los a aceitarem os ídolos, mas como se negassem a fazê-lo, os sete foram torturados e, em seguida, cada um deles sofreu um tipo de martírio diferente: Crescêncio foi esfaqueado na garganta, Julião, no peito, Nemésio, no coração, Primitivo foi ferido no umbigo, Justino, nas costas, Estácio, no flanco e Eugênio foi cortado em dois, de cima a baixo. Os corpos foram atirados numa vala comum no lugar que os sacerdotes pagãos passaram a chamar de "Ad septem Biothanatos" (palavra grega antiga utilizada para suicidas e, no caso dos pagãos, para denominar os cristãos que sofriam o martírio).

Dois anos depois, tendo acalmado o furor dos perseguidores contra os cristãos, seu irmão Eugênio, que era membro do conselho, recolheu os corpos e os sepultou nos arredores da cidade.

No século XVII, Antônio Bosio descobriu as ruínas de uma basílica num lugar popularmente chamado de "le sette fratte" na Via Tiburtina, a quatorze quilômetros de Roma. Os "Atos" e o martirológio concordam que este era o local do túmulo de Sinforosa e seus filhos. Descobertas posteriores, que não deixam dúvidas de que a basílica foi construída sobre o túmulo deles, foram feitas. As relíquias foram transladadas para Sant’Angelo in Pescheria, em Roma, por ordem do Papa Estêvão II em 752. Um sarcófago foi descoberto no local em 1610 com a seguinte inscrição: “Aqui jazem os corpos dos santos mártires Sinforosa, seu marido Getúlio e seus filhos, transferidos pelo Papa Estêvão”.


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