Na Via Tiburtina, em Roma, por volta do ano 135,
vivia uma senhora chamada Sinforosa com os seus 7 filhos chamados Crescêncio,
Julião, Nemésio, Primitivo, Justino, Estácio e Eugênio. Ela vivia perto da
majestosa vila do imperador Adriano, o qual havia ordenado a morte de seu
marido, o tribuno Getúlio, do cunhado Amâncio e do amigo deles, Primitivo.
Após ter terminado a construção de sua
grandiosa vila, o imperador Adriano antes de inaugurá-la desejou consultar os
deuses, a resposta do oráculo foi assim: "A viúva Sinforosa, com
seus sete filhos, aflige-nos todos os dias invocando o seu Deus. Se ela com
seus sete filhos sacrificarem segundo o nosso rito, nós vos prometemos conceder
tudo o que pedis".
Adriano chamou então o prefeito Licínio e ordenou
que Sinforosa fosse presa e conduzida com seus filhos ao templo de Hércules.
Depois, com lisonjas, ameaças e chantagens,
procurou fazê-la desistir de sua Fé e a sacrificar aos ídolos, mas a Santa com
nobre ânimo seguia o exemplo de Getúlio e dos companheiros de martírio de seu
esposo e disse: "Meu esposo Getúlio e seu irmão Amâncio, quando
combatiam no teu exército como tribunos, enfrentaram muitos gêneros de tortura
por não aceitarem sacrificar aos ídolos e, como atletas valorosos, venceram os
demônios com a própria morte. Preferiram, de fato, ser decapitados a deixar-se
vencer, sofrendo a morte que, aceita em nome de Cristo, trouxe-lhes ignomínia
no mundo dos homens ligados aos interesses terrenos, mas deu-lhes honra e
glória eterna na assembleia dos anjos. Vivem agora entre os anjos e, levantando
os troféus da própria paixão, gozam no céu da vida eterna com o eterno
rei".
O imperador respondeu a Santa Sinforosa: "Ou
sacrificas com teus filhos aos deuses onipotentes, ou farei imolar-te com teus
filhos".
Acrescentou, em seguida, santa Sinforosa:
"Donde vem-me a graça de merecer ser oferecida com os meus filhos como
vítima a Deus?". E o Imperador: "Eu te farei sacrificar aos
meus deuses".
A bem-aventurada Sinforosa respondeu: "Teus
deuses não podem aceitar-me em sacrifício, mas se for imolada em nome de Cristo
meu Deus, eu terei o poder de fazer com que teus demônios se tornem
cinzas".
Disse, então, o imperador: "Escolhe uma
das duas propostas: ou sacrificas aos meus deuses ou morrerás de morte
trágica".
Sinforosa, então, respondeu: "Crês que
possa mudar o meu propósito por um temor qualquer, enquanto o meu desejo mais
vivo é repousar em paz junto do meu esposo Getúlio, que fizeste morrer pelo
nome de Cristo?"
Visto serem vãs todas as tentativas, o
imperador ordenou que Sinforosa fosse torturada. Finalmente, ele deu ordem aos
guardas para amarrarem uma grande pedra ao pescoço de Sinforosa e para lançá-la
no Rio Anjo.
Chegou a vez de seus filhos. O imperador
ordenou que fossem conduzidos ao templo onde tentaram convencê-los a aceitarem
os ídolos, mas como se negassem a fazê-lo, os sete foram torturados e, em
seguida, cada um deles sofreu um tipo de martírio diferente: Crescêncio foi
esfaqueado na garganta, Julião, no peito, Nemésio, no
coração, Primitivo foi ferido no umbigo, Justino, nas
costas, Estácio, no flanco e Eugênio foi cortado em dois, de
cima a baixo. Os corpos foram atirados numa vala comum no lugar que os sacerdotes
pagãos passaram a chamar de "Ad septem Biothanatos" (palavra
grega antiga utilizada para suicidas e, no caso dos pagãos, para denominar os
cristãos que sofriam o martírio).
Dois anos depois, tendo acalmado o furor dos
perseguidores contra os cristãos, seu irmão Eugênio, que era membro do conselho,
recolheu os corpos e os sepultou nos arredores da cidade.
No século XVII, Antônio Bosio descobriu as
ruínas de uma basílica num lugar popularmente chamado de "le sette fratte"
na Via Tiburtina, a quatorze quilômetros de Roma. Os "Atos" e o
martirológio concordam que este era o local do túmulo de Sinforosa e seus
filhos. Descobertas posteriores, que não deixam dúvidas de que a basílica foi
construída sobre o túmulo deles, foram feitas. As relíquias foram transladadas
para Sant’Angelo in Pescheria, em Roma, por ordem do Papa Estêvão II em
752. Um sarcófago foi descoberto no local em 1610 com a seguinte
inscrição: “Aqui jazem os corpos dos santos mártires Sinforosa, seu marido Getúlio e
seus filhos, transferidos pelo Papa Estêvão”.
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