André de Phu Yên era
um jovem em quem o Padre Alexandre de Rhodes percebera uma grande inteligência
e uma intensa vida espiritual. Para ajudar os sacerdotes no anúncio do
Evangelho, em primeiro lugar ele acolheu-o entre os seus mais próximos
colaboradores e, depois, na associação dos catequistas Maison Dieu. A
partir daquele momento, atraído por Cristo, André empenhou-se publicamente em
dedicar a sua vida ao serviço da Igreja, aceitando com generosidade
compartilhar até ao fim o sacrifício do Senhor crucificado, certo de O seguir
na sua ressurreição.
Após mais de
trezentos e cinquenta anos, os católicos do Vietnã não esqueceram esta
testemunha do Evangelho, protomártir do seu País. Encontraram nele um modelo de
fé serena e de amor generoso para com Cristo e a sua Igreja. Oxalá eles
descubram ainda hoje no seu exemplo a força para permanecerem fiéis à própria
vocação cristã, na lealdade para com a Igreja e ao seu País! O Beato André,
cujo zelo ardente permitiu que o Evangelho fosse proclamado, arraigado e
desenvolvido, dê a todos os catequistas a audácia de serem autênticas
testemunhas da fé, através duma vida inteiramente dedicada a Cristo e aos
irmãos!
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 06 de março de 2000
O Beato André de Phu
Yên, conhecido como protomártir do Vietnã, nasceu em 1624, era dotado de
inteligência e bom coração. Por insistência de sua mãe, pe. Alexandre
de Rhodes, um missionário jesuíta francês, concordou em
incluí-lo entre seus alunos. Ele logo superou seus colegas, e, juntamente com
sua mãe, ele recebeu o batismo em 1641. Ele teria cerca de 15 anos de
idade.
Tornou-se um dos
colaboradores mais próximos do Padre Rhodes, e após um ano de formação
tornou-se catequista na Maison Dieu, instituto fundado pelo Padre Rhodes, cujos
membros faziam uma promessa pública de passar sua vida inteira servindo à Igreja, ajudando os
padres e espalhando o Evangelho.
Antes do final de
julho de 1644, o mandarim Ong Nghe Bo retornou à província que
governava e onde André morava. Ele tinha ordens do rei de Annam para
impedir a expansão do cristianismo em seu reino. Pe. Rhodes, sem
saber das intenções do mandarim, fez uma visita de cortesia, mas foi
rapidamente informado de que o rei de Annam estava irritado com o
grande número de chineses que seguiam a fé cristã. Pe. Rhodes,
portanto, deveria deixar o país e não mais ensinar a doutrina cristã aos
chineses; já que estes eram os súditos do rei, se continuasse incorreria
nas mais severas penalidades.
Pe. Rhodes
deixou o palácio e foi diretamente para a prisão, onde um catequista idoso já
estava encarcerado. Enquanto isso, o mandarim enviava soldados para a casa
do Padre Rodes em busca de outro catequista, mas ele partira em missão
apostólica. Eles encontraram o jovem André em seu lugar. Para não
voltar de mãos vazias para Ong Nghe Bo, eles espancaram André, amarraram-no e
transferiram-no para o palácio do governador.
Em 25 de julho de
1644, André foi levado ao mandarim, que tentou de várias maneiras fazer com que
ele "desistisse da sua opinião insensata e desistisse da
fé". Mas ele respondeu que era cristão e estava pronto para suportar
qualquer sofrimento para não abandonar a lei que professava.
Indignado com a
inflexibilidade de André, o mandarim ordenou que ele fosse levado para a
prisão. O jovem André era tão sereno e alegre por poder sofrer por Cristo
que as pessoas que o procuravam recomendavam-se às suas orações. Ele pediu-lhes
que rezassem para que Deus lhe desse a graça de ser fiel até o fim e
"responder com plenitude de amor ao infinito amor de seu Senhor, que deu
sua vida pelos homens".
No dia seguinte, 26
de julho, André foi levado para a audiência pública do governador, onde foi
condenado à morte. À tarde, um capitão levou André pelas ruas
de Ke Cham até o local de execução, um campo fora da
cidade. Pe. Rhodes, muitos cristãos portugueses e vietnamitas, e até
pagãos seguiram a procissão e testemunharam o assassinato. André exortou
os cristãos a permanecerem firmes em sua fé, a não se entristecerem com sua
morte e a ajudá-lo em suas orações a ser fiel até o fim.
Ele foi executado com
alguns golpes de lança e, finalmente, quando estava prestes a ser decapitado
com uma cimitarra, ele gritou o nome de Jesus em voz alta. André aceitou o
sacrifício de sua vida pela fé e amor de Cristo, ele tinha apenas 19 anos.
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