sexta-feira, 31 de julho de 2020

31 de julho - Santo Inácio de Loyola


Santo Inácio de Loyola: “Para aqueles que creem, nenhuma explicação é necessária; e para aqueles que não creem, nenhuma explicação é possível.”

quinta-feira, 30 de julho de 2020

30 de julho - São Pedro Crisólogo


São Pedro Crisólogo, nasceu em Imola, na Itália, no ano de 380. Filho de pais cristãos, foi educado na fé e muito cedo foi ordenado diácono, pelo Bispo da cidade. Tão digno se mostrou da confiança do prelado que este lhe entregou a administração da diocese. Com a morte do Bispo de Ravena, foi eleito pelo clero e pelo povo, o que ele só aceitou por insistência do papa Celestino I.

Pregador eloquente e esclarecido, com sua palavra oportuna e incisiva conseguiu não só a conversão de muitos pagãos, mas também a abolição de festas escandalosas de cunho pagão que eram celebradas a acada ano no mês de janeiro. 
Foi grande protetor dos pobres, dos desvalidos, das viúvas, dos órfãos, assim como um pastor vigilante e zeloso.

“Pedro”, oferecia-se como vitima do silêncio, morava num convento. Com seu testemunho de santidade, dom da comunicação, pregação e conhecimento das ciências teológicas, venceu a heresia do monofisismo, a qual afirmava que Jesus tinha apenas uma natureza, e não a misteriosa união da natureza divina e humana. Também se destacou como escritor. Foram 176 sermões escritos por ele e que são usados até os dias de hoje.
Um homem com pecado no coração, mas que lutou com as armas da oração, jejum e misericórdia, para assim “aproveitar” e transmitir através da palavra, a graça.

O nome "Crisólogo" lhe foi dado por destacar-se principalmente pelo seu dom de pregação, pois significa: “O homem da palavra de ouro”.

São Pedro Crisólogo, ao sentir que sua hora estava próxima, retornou à sua cidade natal (Imola), e no dia 30 de julho de 450, ao meio dia, entrou para a gloria celeste, com aproximadamente 70 anos de idade. Recebeu o título de doutor da Igreja em 1729, pelo papa Bento XIII.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

29 de julho - Santa Marta



Santa Marta, amiga de Jesus!

29 de julho - 'Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas.' Lc 10,41

Devemos sempre recordar o que efetivamente é mais importante na vida, ou seja, a escuta da Palavra do Senhor. O Evangelho de hoje, com o célebre episódio da visita de Jesus à casa de Marta e Maria, nos recorda isso.

Marta e Maria são duas irmãs; têm também um irmão, Lázaro, que, contudo, neste caso não comparece. Jesus passa pela sua aldeia e – diz o texto – Marta hospeda. Este pormenor dá a entender que, das duas, Marta é a mais idosa, a que governa a casa. De fato, depois de Jesus ter entrado, Maria senta-se aos seus pés e ouve-o, enquanto Marta andava atarefada com muitos serviços, certamente devidos ao Hóspede extraordinário.

Parece que vemos a cena: uma irmã que anda toda atarefada, e a outra como que raptada pela presença do Mestre e das suas palavras. Um pouco depois Marta, evidentemente ressentida, não resiste mais e protesta, sentindo-se até no direito de criticar Jesus:

"Senhor, não se Te dá que a minha irmã me deixe só a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar".

Marta pretenderia até ensinar o Mestre! Mas Jesus, com grande calma, responde:

"Marta, Marta – e este nome repetido exprime afeto – andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada".

A palavra de Cristo é claríssima: nenhum desprezo pela vida ativa, nem muito menos pela generosa hospitalidade; mas um chamado claro ao fato de que a única coisa deveras necessária é outra; ouvir a Palavra do Senhor; e o Senhor naquele momento está ali, presente na Pessoa de Jesus! Todo o resto passará e nos será tirado, mas a Palavra de Deus é eterna e dá sentido ao nosso agir cotidiano.

Papa Bento XVI - 18 de julho de 2010

Hoje celebramos:
Santa Marta
Santo Olaf
Santos Zélia Guérin e Luis Martim
Beato Urbano II - Papa



terça-feira, 28 de julho de 2020

28 de julho - Santa Afonsa da Imaculada Conceição


"Ele destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces" (Is 25, 8). Estas palavras do profeta Isaías contêm a promessa que sustentou Afonsa da Imaculada Conceição durante uma vida de extremo sofrimento físico e espiritual.
Esta mulher extraordinária, que no dia de hoje é oferecida ao povo da Índia como a sua primeira Santa canonizada, estava persuadida de que a sua cruz constituía o instrumento apropriado para participar no banquete celestial que lhe tinha sido preparado pelo Pai. Aceitando o convite à festa nupcial e adornando-se com a veste da graça de Deus através da oração e da penitência, ela conformou a sua existência à vida de Cristo e hoje delicia-se com as "carnes suculentas e os vinhos refinados" do Reino celeste (cf. Is 25, 6). Escrevia: "Considero um dia sem sofrimento como um dia perdido". Possamos imitá-la, carregando a nossa cruz para nos unirmos a ela um dia no Paraíso.”
Papa Bento XVI- Homilia de Canonização – 12 de outubro de 2008

Annakutty (diminutivo de Ana) Muttathupadathu nasceu em uma aldeia de Kudamalur, na Índia, a 19 de agosto de 1910. Seu batismo foi feito no rito católico siro-malabar.
Desde o nascimento, a sua vida foi marcada pela cruz, que gradualmente se revelará a ela como a maneira real de se conformar a Cristo. Sua mãe, Maria Puthukari, deu à luz prematuramente, enquanto ela estava no oitavo mês de gravidez, após o susto causado por uma cobra que, enquanto dormia, se apegara à sua cintura. Oito dias depois, em 28 de agosto, o bebê foi batizado pelo padre Giuseppe Chakalayil, de acordo com o rito siro-Malabar. Foi a última dos cinco filhos.

Contudo, foi a avó materna que a fez descobrir a fé e o amor pela oração já em tenra idade: aos 5 anos guiava a oração noturna da família, costume do rito oriental ao qual a família pertencia. Em 11 de novembro de 1917, Annakutty recebeu pão eucarístico pela primeira vez. Ela disse aos amigos: "Vocês sabem por que estou particularmente feliz hoje? Porque eu tenho Jesus no meu coração!” 
E em uma carta a seu diretor espiritual, datada de 30 de novembro de 1943, ela mais tarde confidenciava: “Desde os sete anos de idade, não sou mais minha. Eu me dediquei inteiramente ao meu divino Noivo. Vossa Reverência conhece bem”.

Na época em que frequentou a escola primária, iniciou uma relação de amizade com as crianças hindus, nas quais encontrou com frequência conforto na sua juventude, marcada por graves e difíceis doenças e pelas opressões da tia à qual tinha sido confiada. Mulher muito autoritária, a tia queria que ela casasse, aos 13 anos, com um tabelião. Contudo, Ana já tinha aderido no seu coração ao projeto da Providência em relação a ela. Chegou a pôr o pé sobre brasas incandescentes (queimando-se gravemente) ao concluir que tornando-se parcialmente desfigurada o nenhum homem se interessaria por ela. O incidente teve o resultado esperado: sua tia desistiu da intenção de casá-la. “O meu compromisso foi resolvido aos treze anos. O que devo fazer para evitá-lo? Rezei a noite toda ... então tive uma ideia. Se meu corpo estivesse um pouco desfigurado, ninguém iria me querer! ... Quanto sofri! E ofereci tudo por minha grande intenção”.

O encontro com o Pe. Muricken mudou a sua vida. Em 24 de maio de 1927, Annakutty ingressou em Bharananganam, no atual território da diocese de Palai, para frequentar a sétima turma como estudante interna. No ano seguinte, em 2 de agosto de 1928, Annakutty iniciou o postulado, assumindo o nome de Alfonsa da Imaculada Conceição, em homenagem a Santo Afonso Maria de Ligório, comemorado naquele dia. Em 19 de maio de 1930, ela vestiu o hábito religioso durante a primeira visita pastoral a Bharananganam pelo bispo Mar Giacomo Kalacherry.
Em Agosto de 1936, festa de Santa Clara, emitiu a profissão perpétua. De físico frágil, continuou a sofrer ulteriores enfermidades. Aceitou-as por amor ao Senhor. Um dos calvários pelos quais passou foi o desejo de suas superioras para que ela voltasse para casa, já que sua delicada saúde era considerada um obstáculo para a vida religiosa, mas com a ajuda celeste esse problema foi superado. “Ó vocação que aceitei! Presente do meu bom Deus! .... Deus viu a dor da minha alma naqueles dias. Deus removeu as dificuldades e me levou a esse estado religioso”.

A despeito de suas limitações físicas, a penitência era-lhe motivo de admiração: “para cada pequena falta pedirei perdão ao Senhor e a expiarei com uma penitência; sejam quais forem os meus sofrimentos, não me lamentarei jamais, e quando tiver de enfrentar qualquer humilhação procurarei refúgio no Sagrado Coração de Jesus”, registrou Afonsa em seus escritos. A pequena via de Santa Teresinha do Menino Jesus foi o caminho que seguiu, porém em meio a grandes sofrimentos orgânicos que se abateram sobre sua frágil saúde.

Faleceu a 28 de Julho de 1946 no convento das Clarissas Franciscanas em Bharananganam.
O Papa João Paulo II elevou-a às honras dos altares, proclamando-a beata em Kottayam, durante a sua viagem à Índia e o papa Bento XVI a proclamou santa em 12 de outubro de 2008, tornando-se a primeira santa indiana.

domingo, 26 de julho de 2020

São Joaquim e Santa Ana - Vídeo



São Joaquim e Santa Ana, os avós de Jesus!

26 de julho - O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Mt 13,44

Jesus nos conta a parábola de um camponês que encontrou por acaso um tesouro escondido no campo onde está a trabalhar. Por não ser um campo de sua propriedade, se quiser ficar com o tesouro tem que o comprar: portanto decide arriscar todos os seus bens para não perder aquela ocasião deveras excepcional. Na segunda parábola encontramos um mercador de pérolas preciosas; sendo um conhecedor perito, encontrou uma pérola de grande valor. Também ele decide investir tudo naquela pérola, a ponto de vender todas as outras.

Estas semelhanças põem em evidência duas características relativas à posse do Reino de Deus: a busca e o sacrifício. É verdade que o Reino de Deus é oferecido a todos — é um dom, é uma prenda, é graça — mas não é servido num tabuleiro de prata, exige um dinamismo: trata-se de procurar, caminhar, trabalhar. A atitude da busca é a condição essencial para encontrar; é preciso que o coração arda com o desejo de alcançar o bem precioso, ou seja, o Reino de Deus que se faz presente na pessoa de Jesus. É Ele o tesouro escondido, é Ele a pérola de grande valor. Ele é a descoberta fundamental, que pode fazer uma mudança decisiva na nossa vida, enchendo-a de significado.

Face à descoberta inesperada, quer o camponês quer o mercador dão-se conta de ter uma ocasião única que não querem perder, e por isso vendem tudo o que possuem. A avaliação do valor inestimável do tesouro leva a uma decisão que implica também sacrifícios, desprendimentos e renúncias. Quando o tesouro e a pérola foram descobertos, ou seja, quando encontramos o Senhor, é necessário que esta descoberta não seja estéril, mas deve-se sacrificar por ela qualquer outra coisa. Não se trata de desprezar o resto, mas de o subordinar a Jesus, pondo-O em primeiro lugar. A graça do primeiro lugar. O discípulo de Cristo não é alguém que se privou de algo essencial; é uma pessoa que encontrou muito mais: encontrou a alegria plena que só o Senhor pode doar. É a alegria evangélica dos doentes curados; dos pecadores perdoados; do ladrão para o qual se abre a porta do paraíso.

Papa Francisco – 30 de julho de 2017

Hoje celebramos:
São Joaquim e Santa Ana
Beato Tito Brandsma
Beato André de Phu Yên


sábado, 25 de julho de 2020

25 de Julho - São Tiago Maior


O Primeiro Apóstolo mártir

Encontramos hoje a figura de Tiago. Os relatos bíblicos dos Doze Apóstolos mencionam duas pessoas com este nome: Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, filho de Alfeu (cf. Mc 3, 17.18; Mt 10, 2-3), que são comumente distinguidos com os nomes de Tiago, o Maior e Tiago, o Menor. Sem dúvida, estas designações não querem medir a sua santidade, mas apenas distinguir o realce que eles recebem nos escritos do Novo Testamento e, em particular, no quadro da vida terrena de Jesus. Hoje falamos de São Tiago Maior.

O nome Tiago é a tradução de Iákobos, forma helenizada do nome do célebre patriarca Tiago. O apóstolo assim chamado é irmão de João, e nas listas dos apóstolos ocupa o segundo lugar logo depois de Pedro, como em Marcos (3, 17), ou o terceiro lugar depois de Pedro e André no Evangelho de Mateus (10, 2) e de Lucas (6, 14), enquanto que nos Atos vem depois de Pedro e de João (1, 13). Este Tiago pertence, juntamente com Pedro e João, ao grupo dos três discípulos privilegiados que foram admitidos por Jesus em momentos importantes da sua vida.

Gostaria de mencionar aqui só duas destas ocasiões. Ele pôde participar, juntamente com Pedro e Tiago, no momento da agonia de Jesus no horto do Getsêmani e no acontecimento da Transfiguração de Jesus. Trata-se portanto de situações muito diversas uma da outra: num caso, Tiago com os outros dois Apóstolos experimenta a glória do Senhor, vê-o no diálogo com Moisés e Elias, vê transparecer o esplendor divino de Jesus; no outro encontra-se diante do sofrimento e da humilhação, vê com os próprios olhos como o Filho de Deus se humilha tornando-se obediente até à morte. Certamente a segunda experiência constitui para ele a ocasião de uma maturação na fé, para corrigir a interpretação unilateral, triunfalista da primeira: ele teve que entrever que o Messias, esperado pelo povo judaico como um triunfador, na realidade não era só circundado de honra e de glória, mas também de sofrimentos e fraqueza. A glória de Cristo realiza-se precisamente na Cruz, na participação dos nossos sofrimentos.

Esta maturação da fé foi realizada pelo Espírito Santo no Pentecostes, de forma que Tiago, quando chegou o momento do testemunho supremo, não se retirou. No início dos anos 40 do século I o rei Herodes Agripa, neto de Herodes o Grande, como nos informa Lucas, "maltratou alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João" (At 12, 1-2).

A notícia tão limitada, privada de qualquer pormenor narrativo, revela, por um lado, quanto era normal para os cristãos testemunhar o Senhor com a própria vida e, por outro, como Tiago ocupava uma posição de relevo na Igreja de Jerusalém, também devido ao papel desempenhado durante a existência terrena de Jesus. Uma tradição sucessiva, que remonta pelo menos a Isidoro de Sevilha, narra de uma sua permanência na Espanha para evangelizar aquela importante região do Império Romano.

Segundo outra tradição, ao contrário, o seu corpo teria sido transportado para a Espanha, para a cidade de Santiago de Compostela. Como todos sabemos, aquele lugar tornou-se objeto de grande veneração e ainda hoje é meta de numerosas peregrinações, não só da Europa mas de todo o mundo. É assim que se explica a representação iconográfica de São Tiago que tem na mão o cajado do peregrino e o rolo do Evangelho, típicos do apóstolo itinerante e dedicado ao anúncio da "boa nova", características da peregrinação da vida cristã.

Portanto, de São Tiago podemos aprender muitas coisas: a abertura para aceitar a chamada do Senhor também quando nos pede que deixemos a "barca" das nossas seguranças humanas, o entusiasmo em segui-lo pelos caminhos que Ele nos indica além de qualquer presunção ilusória, a disponibilidade a testemunhá-lo com coragem, se for necessário, até ao sacrifício supremo da vida. Assim, Tiago o Maior, apresenta-se diante de nós como exemplo eloquente de adesão generosa a Cristo. Ele, que inicialmente tinha pedido, através de sua mãe, para se sentar com o irmão ao lado do Mestre no seu Reino, foi precisamente o primeiro a beber o cálice da paixão, a partilhar com os Apóstolos o martírio.

E no final, resumindo tudo, podemos dizer que o caminho não só exterior mas sobretudo interior, do monte da Transfiguração ao monte da agonia, simboliza toda a peregrinação da vida cristã, entre as perseguições do mundo e os confortos de Deus, como diz o Concílio Vaticano II. Seguindo Jesus como São Tiago, sabemos, também nas dificuldades, que seguimos o caminho justo.

Papa Bento XVI

domingo, 19 de julho de 2020

19 de julho - Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Mt 13,25

A página evangélica de hoje propõe três parábolas com as quais Jesus fala às multidões sobre o Reino de Deus. Analiso a primeira: a do grão bom e da erva daninha, que ilustra o problema do mal no mundo e ressalta a paciência de Deus. Quanta paciência tem Deus!

Também cada um de nós pode dizer isto:

Quanta paciência tem Deus comigo!

A narração situa-se num campo com dois protagonistas opostos. Por um lado, o dono do campo que representa Deus e espalha a semente boa; por outro, o inimigo que representa Satanás e espalha a erva daninha.

Com esta imagem, Jesus diz-nos que neste mundo o bem e o mal estão tão interligados, que é impossível separá-los e arrancar todo o mal. Só Deus pode fazer isto e fá-lo-á no juízo final. Com as suas ambiguidades e com o seu caráter multifacetado, a situação presente é o campo da liberdade, o campo da liberdade dos cristãos, no qual se cumpre o difícil exercício do discernimento entre o bem e o mal.

O Senhor, que é a Sabedoria encarnada, ajuda-nos hoje a compreender que o bem e o mal não se podem identificar com territórios definidos ou determinados grupos humanos: Estes são os bons, este são os maus.

Ele diz-nos que a linha de fronteira entre o bem e o mal passa pelo coração de cada pessoa, passa pelo coração de cada um de nós, ou seja: somos todos pecadores. Sinto vontade de vos perguntar: Quem não é pecador levante a mão.

Ninguém! Porque todos o somos, somos todos pecadores. Jesus Cristo, com a sua morte na cruz e a sua ressurreição, libertou-nos da escravidão do pecado e concedeu-nos a graça de caminhar rumo a uma nova vida; mas com o Batismo concedeu-nos também a Confissão, porque temos sempre necessidade de ser perdoados dos nossos pecados. Olhar sempre e unicamente para o mal que está fora de nós, significa não querer reconhecer o pecado que está também em nós.

Papa Francisco – 23 de julho de 2017

Hoje celebramos:
Santa Macrina
São Símaco – Papa
Santo Arsênio, o Grande
São Pedro Crisci de Foligno

 


sábado, 18 de julho de 2020

18 de julho - São Bruno de Segni

Bruno de Segn
São Bruno é também conhecido por Bruno de Segni, já que foi nessa Cidade da região do Lázio, na Itália, que, como Bispo, ele teve seus momentos de maior produção para a Igreja à qual servia e que certamente lhe fora destinada por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Sim, Bruno foi, em vida, uma dessas pessoas em cujos destinos se percebe, nitidamente, “o dedo de Deus”. E isto desde seu nascimento.

A minúscula Comuna de Solero, onde nasceu e que nos dias atuais tem uma população que não chega a dois mil habitantes, tornou-se famosa por ter ali, repousando, os restos mortais de São Perpétuo, Bispo de Tours no Século IX e consagrado por sua Caridade. Para guardá-los, construiu-se um belo templo, que permanece sendo a construção de maior destaque do local.

São Bruno foi batizado e crismado, na Igreja de São Perpétuo e nessa Igreja ele aprendeu a graça do serviço prestado a Jesus, pois não havia sequer uma única celebração na qual não se destacasse a presença de seus pais, alternando-se nas mais variadas funções.  

Já apegado a Jesus e à Sua Igreja, São Bruno foi encaminhado bem cedo a um Mosteiro beneditino, a fim de aprender as primeiras letras, adquirindo sua formação primária. Não saiu mais!

Para completar sua formação sacerdotal, o mesmo teve que mudar-se para Bolonha (Bologna). Era o início da bela caminhada que terminaria em Segni.

A formação intelectual de Bruno logo se fez conhecer pelas altas autoridades da Igreja e assim quatro foram os Papas que o convocaram para secretariá-los. Manifestavam-se, então, os sinais que o indicavam nascido para ser instrumento de Deus.

Em razão de sua notabilidade, São Bruno foi convocado a participar do grande Concílio de Tours, onde se fez marcante sua presença. É nesse Concílio que nasce a dispensa do Latim na condução das celebrações, permitindo-se que tanto na França quanto na Alemanha, se liberasse aos celebrantes o emprego da língua do país. E muito disto se deve à ação de São Bruno.

Do respeito e da admiração trocada entre ambos, nasce a grande amizade de São Bruno para com o Papa Gregório VII, que também viria a se tornar um santo católico. É este o Papa que torna Bruno Bispo de Segni, após ele modestamente recusar o Cardinalato.

Além do grande brilho imprimido à condução de sua Diocese, São Bruno volta a se destacar na reforma eclesiástica iniciada pelo Papa Gregório VII e concluída por Urbano II, o mesmo a quem acompanhou no Concílio de Clermont, onde se reuniram sacerdotes e leigos e de cujas resoluções, a mais importante e que viria a se inscrever na História do Cristianismo, foi a instalação da Primeira Cruzada.

Muitas foram as lutas pela preservação do comando pontifício na formação da ritualística Católica, já que Reis e Imperadores de então se julgavam no direito de interferir na sua formação.

Em 1102, a seu pedido, retirou-se para a histórica Abadia de Montecasino, a mesma onde São Bento escreveu sua famosa Regra. Ali, com o passar do tempo, enquanto compunha obras que se tornariam ícones do Catolicismo, mesmo não tendo abdicado de sua Mitra, por unânime reivindicação tornou-se seu abade.

Como resultado das inúmeras contendas por ele assumidas e o natural desgaste delas oriundo, São Bruno viu-se obrigado a reassumir sua Diocese em caráter exclusivo, abandonando, assim, sua abadia.

Como Bispo de Segni, São Bruno, o instrumento utilizado por Deus para manter una e santa a Igreja de Seu Filho, veio a falecer. Era o ano de 1123, o mesmo em que ele comemorava seus 75 anos de idade.

Foi canonizado 60 anos depois pelo papa Lúcio III.


18 de julho - Naquele tempo: Os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. Mt 12,14

O povo seguia Jesus porque ele dizia a verdade, porque chegava aos corações. Ao contrário do que faziam aqueles doutores da lei, os escribas, saduceus, fariseus, que seguiam Jesus não como discípulos: como juízes, de longe. De fato, perscrutavam-no com a lupa para ver se o podiam apanhar em flagrante, nalgum deslize, em algo que não fosse a verdadeira doutrina: a deles. Por conseguinte, seguiam-no com más intenções.

Enquanto o povo amava Jesus, estas pessoas não o amavam, aliás, odiavam Jesus. E no entanto, eles eram os “puros”, a ponto que conservavam todas as formalidades: da lei, da religião, da liturgia. Eram considerados deveras um modelo de formalidade, mas faltava-lhes vida. Eram — por assim dizer — “engomados”. Eram rígidos». E Jesus conhecia a sua alma.

Jesus qualifica essas pessoas com uma palavra: “hipócrita”. “És um hipócrita”, porque externamente pareces limpo, perfeito, mas a tua alma está ressequida, enrugada, suja, cheia de podridão; aqui diz “de avidez”. Uma alma assim é até capaz de matar, como eles fizeram com Jesus. E capaz de pagar para matar ou caluniar. Também hoje, fazem isto: paga-se para dar más notícias, que sujam os outros. Assim eram aquelas pessoas. E a advertência de Jesus não é dirigida só a eles, mas ressoa atual inclusive para os cristãos do nosso tempo.

Papa Francisco – 16 de outubro de 2018

Hoje celebramos:
Santo Arnolfo de Metz
São Simão de Lipnica
Santa Sinforosa e sete filhos
Beata Tarcísia (Olga) Mackiv


sexta-feira, 17 de julho de 2020

17 de julho - Santas Justa e Rufina

Santas Justa e Rufina são duas irmãs que foram martirizadas no tempo do imperador romano Diocleciano por se negarem a contribuir no culto de uma imagem de barro que representava a deusa pagã Salambona.

As duas santas nasceram nos anos 268 e 270, respectivamente, em Sevilha (Espanha), no seio de uma família muito modesta, mas de costumes firmes e sólida fé cristã.
Seus pais faleceram quando eram muito novas, por isso, o Bispo da cidade, amigo da família, costumava visita-las para incentivá-las a perseverar na virtude e que empreendessem um ofício que lhes servisse para ganhar a vida de maneira honrada.

As irmãs começaram a vender recipientes de cerâmica e, para se manterem fortes, costumavam participar da Missa e rezavam durante longos períodos.

Eram especialmente caritativas com os pobres, com os quais eram muito generosas. Entretanto, a maior preocupação de ambas era a conversão dos pagãos. Rezavam constantemente por eles e sempre que tinham uma oportunidade, aproveitavam para anunciar o Evangelho e ensinar as verdades da fé aos gentios.

Um dia, durante a festa em honra a Vênus, algumas mulheres que percorriam as ruas da cidade com um ídolo da deusa Salambona em seus ombros pediram a Justa e Rufina uma esmola para a festa e que adorassem o ídolo. Ambas se negaram e quebraram a imagem, provocando a ira dos idólatras que se lançaram contra elas.

Diogeniano, prefeito de Sevilha, mandou prendê-las, interrogou-as e ameaçou-as com cruéis tormentos se continuassem na religião cristã. Por sua parte, as santas se opuseram e afirmaram que elas só adoravam Jesus Cristo.

“Isso que chamam de deusa Salambona não era nada mais do que um desprezível artefato de barro cozido; nós adoramos o único Deus verdadeiro que está nos Céus e seu Filho Jesus Cristo que se fez homem e morreu por nós, para nos salvar de nossos pecados...”, disseram as santas.

Por volta do ano 290, depois de muitas torturas, Santa Justa partiu para a Casa do Pai por causa do seu enfraquecimento, enquanto Santa Rufina foi degolada por ordem de Diogeniano.
Ambas foram nomeadas padroeiras de Sevilha, dos grupos de oleiros e dos vendedores de cerâmica. Seus restos mortais são venerados em Sevilha desde o tempo de seu martírio até a chegada dos muçulmanos, em 711, quando foram escondidos para sua proteção.

No século passado, seus restos mortais foram descobertos em Alcalá de los Azules, em Cádiz. Além disso, sob a Igreja da Trindade, em Sevilha, são conservados os cárceres em que foram presas e torturadas.   


17 de julho - Se tivésseis compreendido o que significa: 'Quero a misericórdia e não o sacrifício'. Mt 12,7

A Misericórdia exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar, restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d'Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. 

Papa Francisco – 04 de outubro de 2015

Hoje celebramos:
Santo Aleixo
Beata Madalena Albrici (Agostiniana)
Beato Inácio Azevedo e 39 Companheiros
Beatos Mártires de La Rioja


quinta-feira, 16 de julho de 2020

16 de julho - Nossa Senhora do Carmo

O rico patrimônio mariano do Carmelo tornou-se, no tempo, através da difusão da devoção do Santo Escapulário, um tesouro para toda a Igreja. Pela sua simplicidade, pelo seu valor antropológico e pela relação com o papel de Maria em relação à Igreja e à humanidade, esta devoção foi profunda e amplamente recebida pelo povo de Deus, a ponto de encontrar a sua expressão na memória de 16 de julho, presente no Calendário litúrgico da Igreja universal.

No sinal do Escapulário evidencia-se uma síntese eficaz de espiritualidade mariana, que alimenta a devoção dos crentes, tornando-os sensíveis à presença amorosa da Virgem Mãe na sua vida.

O Escapulário é essencialmente um "hábito". Quem o recebe é agregado ou associado num grau mais ou menos íntimo à Ordem do Carmelo, dedicado ao serviço de Nossa Senhora para o bem de toda a Igreja. Por conseguinte, quem veste o Escapulário é introduzido na terra do Carmelo, para que "coma os seus frutos e produtos" (cf. Jer 2, 7), e experimente a presença doce e materna de Maria, no empenho quotidiano de se revestir interiormente de Jesus Cristo e de o manifestar vivo em si para o bem da Igreja e de toda a humanidade.

São, portanto, duas as verdades recordadas no sinal do Escapulário: 

- Por um lado, a proteção contínua da Virgem Santíssima, não só ao longo do caminho da vida, mas também no momento da passagem para a plenitude da glória eterna;

- Por outro, a consciência de que a devoção a Ela não se pode limitar a orações e obséquios em sua honra em algumas circunstâncias, mas deve constituir um "hábito", isto é, um ponto de referência permanente do seu comportamento cristão, tecido de oração e de vida interior, mediante a prática frequente dos Sacramentos e o exercício concreto das obras de misericórdia espiritual e corporal.

Desta forma o Escapulário torna-se sinal de "aliança" e de comunhão recíproca entre Maria e os fiéis:  de fato, ele traduz de maneira concreta a entrega que Jesus, na cruz, fez a João, e nele a todos nós, da sua Mãe, e o ato de confiar o seu apóstolo predileto e a nós a Ela, constituída nossa Mãe espiritual.

Papa São João Paulo II – 25 de março de 2001

 


16 de julho - Jesus perguntou àquele que tinha falado: 'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?' Mt 12,48

Quando foi anunciado a Jesus que a sua mãe e os seus irmãos estavam lá fora e desejavam vê-lo, ele respondeu: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática” Disse isto percorrendo com o olhar os que estavam sentados à volta dele, indicando com a mão os seus discípulos.

Ele quer desviar a atenção da maternidade entendida só como um vínculo do sangue, para a orientar no sentido daqueles vínculos misteriosos do espírito, que se formam com o prestar ouvidos e com a observância da palavra de Deus.

Ter-se-á afastado, por causa disto, daquela que foi sua mãe, a sua genetriz segundo a carne?

Desejará, porventura, deixá-la na sombra do escondimento, que ela própria escolheu?

Embora assim possa parecer, se nos ativermos só ao som material daquelas palavras, devemos observar, no entanto, que a maternidade nova e diversa, de que Jesus fala aos seus discípulos, refere-se precisamente a Maria e de modo especialíssimo.

Não é, acaso, Maria a primeira dentre aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põe em prática? 

E, portanto, não se referirão sobretudo a ela aquelas palavras abençoantes pronunciadas por Jesus, em resposta às palavras da mulher anônima?

Maria é digna, sem dúvida alguma, de tais palavras de bênção, pelo fato de se ter tornado Mãe de Jesus segundo a carne; mas é digna delas também e sobretudo porque, logo desde o momento da Anunciação, acolheu a palavra de Deus e porque nela acreditou e sempre foi obediente a Deus; ela, com efeito, “guardava” a palavra, meditava-a “no seu coração” e cumpria-a com toda a sua vida.

Carta Encíclica Redemptoris Mater – nº 20 – São João Paulo II

Hoje celebramos:
Nossa Senhora do Carmo
Santa Maria Madalena Postel
Beata Ermengarda de Chiemsee

16 de julho - São Bartolomeu Fernandes dos Mártires

São Bartolomeu Fernandes dos Mártires

"Você nunca me verá louco o suficiente para gastar, com o supérfluo, o que eu posso gastar para fazer com que muitas pessoas pobres vivam"

Bartolomeu Fernandes dos Mártires nasceu em Lisboa em 03 de maio de 1514. O nome dos Mártires lembra a igreja de Santa Maria dei Martiri, onde foi batizado e substituiu a do Vale adotado em memória de seu avô.

Ele recebeu o hábito dominicano em 11 de novembro de 1528 e completou seu noviciado no convento de Lisboa, concluindo seus estudos filosóficos e teológicos em 1538.

Mudou-se para lecionar nos conventos de Lisboa, da Batalha e Évora (1538-1557); tornou-se, portanto, prior do convento do Benfica em Lisboa (1557-1558).

A rainha de Portugal, Catarina, o apresenta para suceder ao arcebispo de Braga, o Carmelita Baltesar Limpo; e a nomeação é confirmada pelo papa Paulo IV com a bula Gratiae divinae praemium, datada de 27 de janeiro de 1559. A ordenação episcopal é conferida a ele em 3 de setembro em San Domenico, em Lisboa.

Ele aceitou essa dignidade por obediência ao seu prior provincial, o famoso escritor Venerável Luigi di Granata, que, inicialmente escolhido pela rainha, a aconselhou a apresentar seu irmão.

Em 4 de outubro de 1559, ele inaugurou sua missão apostólica na vasta arquidiocese, que se tornou múltipla. Apontamos os recursos mais sugestivos implantados por ele:

- Implementação de visitas pastorais, comprometimento com a evangelização do povo, elaborando para esse efeito uma doutrina católica cristã e práticas espirituais; preocupação com a cultura e santificação do clero, levando ao estabelecimento de escolas de teologia moral em muitos lugares da diocese; e a compor algumas obras doutrinárias.

Na diocese de Braga, preocupado com a pouca preparação do clero e a falta de conhecimento da doutrina católica por parte dos fiéis, Dom Frei Bartolomeu dos Mártires escreveu um catecismo. Este foi distribuído a todos os clérigos do Arcebispado de Braga. Estava dividido em duas partes: na primeira uma exposição do Pai Nosso, da profissão de fé, dos Dez Mandamentos, dos pecados capitais e dos sacramentos. A segunda parte possuía práticas e sermões a serem lidos aos fiéis aos domingos e nos dias de festa. Uma obra que se difundiu por todo o país.

Com este catecismo, Frei Bartolomeu conseguiu atingir também as camadas mais simples da população, abordando a doutrina cristã em modo acessível. Bartolomeu foi um dos defensores do princípio da correção fraterna, adotando a correção dos hereges em segredo, ao invés de enviá-los para o Santo Ofício, ou de julgá-los em tribunais episcopais; com isso, tornava-se possível poupar o indivíduo de uma pena mais dura e da exposição pública.

Sua produção literária possui 32 obras, dentre as quais o Stimulus Pastorum, oferecido aos Padres do Concílio Vaticano I e II, merece grande destaque.

O compromisso concreto com a reforma também é comprovado pelos espaços estruturais a que deu vida. 

Em 1560, ele confiou os estudos públicos aos jesuítas que os transformaram no Colégio de São Paulo. De 1561 a 1563, ele participou do Concílio de Trento, apresentando 268 petições, resumos de interpelações para reforma na Igreja. Para implementar as disposições do Conselho, ele organizou um Sínodo Diocesano em 1564, seguido em 1566 por um Sínodo Provincial. Em 1571 ou 1572, a construção do Seminário Conciliar começou em Campo Vinha.

Em 23 de fevereiro de 1582, ele renunciou ao cargo de arcebispo e se retirou para o convento dominicano da Santa Cruz em Viana do Castelo, construído por sua iniciativa para incentivar os estudos eclesiásticos e a pregação.

Nesse convento, ele morreu em 16 de julho de 1590, reconhecido e aclamado pelo povo com o nome de Santo Arcebispo, pai dos pobres e enfermos. Seu sepulcro é reverenciado na antiga igreja dominicana de Viana do Castelo.

Declarado Venerável por Gregório XVI em 23 de março de 1845. João Paulo II em 7 de julho de 2001 reconheceu o milagre proposto para a beatificação: celebrada em 4 de novembro, no memorial litúrgico de São Carlos Borromeo, com quem Bartolomeu dos Mártires se dedicou diligentemente para tomar as decisões do Conselho de Trento.

Foi canonizado em 10 de novembro de 2019, em cerimônia presidida pelo Cardeal Angelo Becciu. Trecho de sua homilia:

Bartolomeu Fernandes dos Mártires parece acima de tudo uma figura de primordial importância para a profundidade de sua cultura e ensino teológico, como um mestre instruído e exemplar da Ordem dos Pregadores. Não podemos esquecer o forte compromisso com a reforma da Igreja e a renovação da vida cristã desse zeloso pastor de almas, que estava entre os pais mais fervorosos e competentes do Concílio de Trento, o evento eclesial mais importante do século XVI. Por fim, sentimos a grande relevância de sua mensagem, especialmente nos campos doutrinário e pastoral, como homem de oração, um grande evangelizador e um bispo totalmente dedicado às pessoas que lhe foram confiadas.

O santo que celebramos hoje, na esteira e por trás do exemplo dos doutores da Igreja e dos grandes teólogos, responde de maneira eminente à figura do sacerdote e pastor, que une o amor pela ciência com o amor pela piedade e solicitude para as necessidades espirituais do povo, e, portanto, recorda o modelo oferecido pelo profeta Ezequiel, quando ele diz: “Conduzirei [minhas ovelhas] em excelentes pastos e o pasto delas estará nas montanhas altas ... irei à procura das ovelhas perdidas e voltarei ao o aprisco perdido, eu amarrarei essa ferida e curarei o enfermo "(vv. 14.16). E assim foi Bartolomeu que entre os contemporâneos, já gozava de uma reputação de excelente santidade. A esse respeito, gosto de lembrar as palavras de um de seus admiradores jesuítas, escritas imediatamente após sua morte em 16 de julho de 1590: “Bartolomeu era um homem muito sábio”.

São Bartolomeu mostra a todos nós, e especialmente aos pastores de almas, quão importante é uma sensibilidade cultural saudável, fundada em um autêntico amor pela verdade, que se traduz no compromisso generoso de comunicá-la aos irmãos. Um compromisso que confere ao ministério dignidade especial e eficácia particular. Bartolomeu dos Mártires era, de fato, filho humilde e pobre de São Domingos; profundo conhecedor das Escrituras Sagradas e da teologia; ao mesmo tempo contemplativo e missionário, testemunho perfeito da definição tradicional e bem conhecida do frade de pregação de São Tomás de Aquino, segundo a qual o carisma dominicano é o de contemplari et contemplata aliis tradere (contemplar e ensinar aos outros).


quarta-feira, 15 de julho de 2020

15 de julho - São Boaventura


O que devo fazer da minha vida?
Deus sempre responde a quem lhe faz esta pergunta

Tendo nascido provavelmente em 1217 e falecido em 1274, ele viveu no século XIII, uma época em que a fé cristã, radicada profundamente na cultura e na sociedade da Europa, inspirou obras imperecíveis no campo da literatura, das artes visuais, da filosofia e da teologia. Entre as grandes figuras cristãs que contribuíram para a composição desta harmonia entre fé e cultura sobressai precisamente Boaventura, homem de ação e de contemplação, de profunda piedade e de prudência no governo.

Chamava-se João de Fidanza. Um episódio que teve lugar quando ainda era jovem marcou profundamente a sua vida, como ele mesmo narra. Tinha sido atingido por uma grave doença e nem sequer o seu pai, que era médico, esperava salvá-lo da morte. Então, sua mãe recorreu à intercessão de São Francisco de Assis, que tinha sido canonizado há pouco tempo. E João ficou curado.

A figura do Pobrezinho de Assis tornou-se-lhe ainda mais familiar alguns anos mais tarde, quando se encontrava em Paris, aonde tinha ido para estudar. Obtivera o diploma de Mestre de Artes, que poderíamos comparar com o de um Liceu prestigioso dos nossos tempos. Nesta altura, como muitos jovens de ontem e também de hoje, João formulou uma pergunta crucial: 
"O que devo fazer da minha vida?".
Fascinado pelo testemunho de fervor e de radicalidade evangélica dos Frades Menores, que tinham chegado a Paris em 1219, João bateu à porta do Convento franciscano daquela cidade, e pediu para ser acolhido na grande família dos discípulos de São Francisco. Muitos anos depois, ele explicou as razões da sua escolha:  em São Francisco e no movimento por ele iniciado, entrevia a ação de Cristo.
Assim escrevia numa carta endereçada a outro frade: 
 "Confesso diante de Deus que a razão que me fez amar mais a vida do Beato Francisco é que ela se assemelha aos inícios e ao crescimento da Igreja. A Igreja começou com simples pescadores e em seguida enriqueceu-se de doutores muito ilustres e sábios; a religião do Beato Francisco não foi estabelecida pela prudência dos homens, mas de Cristo"

Portanto, por volta do ano de 1243 João vestiu o hábito franciscano e adquiriu o nome de Boaventura. Foi imediatamente destinado aos estudos e frequentou a Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, seguindo uma série de cursos muitos exigentes. Obteve os vários títulos requeridos pela carreira acadêmica.

Naqueles anos em Paris, a cidade de adoção de Boaventura, desencadeava-se uma polêmica violenta contra os Frades Menores de São Francisco de Assis e contra os Padres Pregadores de São Domingos de Guzman. Contestava-se o seu direito de ensinar na Universidade e chegava-se até a pôr em dúvida a autenticidade da sua vida consagrada. Certamente, as mudanças introduzidas pelas Ordens Mendicantes no modo de entender a vida religiosa, eram tão inovadoras que nem todos conseguiam compreendê-las. Além disso acrescentavam-se, como às vezes acontece também entre pessoas sinceramente religiosas, motivos de debilidade humana, como a inveja e o ciúme.

Embora estivesse circundado pela oposição dos outros mestres universitários, Boaventura já tinha começado a ensinar na cátedra de teologia dos Franciscanos e, para responder àqueles que contestavam as Ordens Mendicantes, compôs um escrito intitulado A perfeição evangélica. Neste escrito, ele demonstra que as Ordens Mendicantes, de modo especial os Frades Menores, praticando os votos de pobreza, de castidade e de obediência, seguiam os conselhos do próprio Evangelho.

Para além destas circunstâncias históricas, o ensinamento oferecido por Boaventura nesta sua obra e na sua vida permanece sempre atual:
a Igreja tornou-se mais luminosa e bonita pela fidelidade à vocação da parte daqueles seus filhos e filhas que não só põem em prática os preceitos evangélicos mas, pela graça de Deus, são chamados a observar os seus conselhos e assim, através do seu estilo de vida pobre, casto e obediente, são testemunho de que o Evangelho é nascente de alegria e de perfeição.

O conflito foi pacificado, pelo menos por um certo período e, mediante a intervenção pessoal do Papa Alexandre IV em 1257, Boaventura foi reconhecido oficialmente doutor e mestre da Universidade parisiense. Todavia, ele teve que renunciar a este cargo prestigioso, porque naquele mesmo ano o Capítulo geral da Ordem o elegeu Ministro-Geral.

Desempenhou tal encargo durante 17 anos com sabedoria e dedicação, visitando as províncias, escrevendo aos irmãos e intervindo por vezes com uma certa severidade para eliminar abusos.
Quando Boaventura deu início a este serviço, a Ordem dos Frades Menores desenvolveu-se de modo prodigioso:  contavam-se mais de 30.000 frades espalhados por todo o Ocidente, com presenças missionárias no norte da África, no Médio Oriente e até em Pequim. Era necessário consolidar esta expansão e, sobretudo conferir-lhe, em plena fidelidade ao carisma de Francisco, unidade de ação e de espírito. Com efeito, entre os seguidores do Santo de Assis havia vários modos de interpretar a sua mensagem e existia realmente o risco de uma ruptura interna. Para evitar este perigo, o Capítulo geral da Ordem em Narbona, em 1260, aceitou e retificou um texto proposto por Boaventura, em que se reuniam e unificavam as normas que regulavam a vida diária dos Frades Menores.

Reuniu, então, com grande zelo documentos relativos ao Pobrezinho e ouviu com atenção as recordações daqueles que tinham conhecido Francisco diretamente. Daqui nasceu uma biografia do Santo de Assis, bem fundamentada sob o ponto de vista histórico, intitulada Legenda maior.
Com efeito, o Capítulo geral dos Frades Menores de 1263, reunindo-se em Pisa, reconheceu na biografia de São Boaventura o retrato mais fiel do Fundador e deste modo ela tornou-se a biografia oficial do Santo.
Qual é a imagem de São Francisco que sobressai do coração e da pena do seu filho devoto e sucessor, São Boaventura?
O ponto essencial:  Francisco é um alter Christus, um homem que procurou Cristo apaixonadamente. No amor que impele à imitação, conformou-se de modo total com Ele.
Boaventura indicava este ideal vivo a todos os seguidores de Francisco. Este ideal, válido para cada cristão ontem, hoje e sempre, foi apontado como programa também para a Igreja do Terceiro Milênio pelo Papa João Paulo II.

Em 1273, a vida de São Boaventura conheceu outra mudança. O Papa Gregório x quis consagrá-lo Bispo e nomeá-lo Cardeal. Pediu-lhe também que preparasse um importantíssimo evento eclesial:  o II Concílio Ecumênico de Lião, que tinha como finalidade o restabelecimento da comunhão entre as Igrejas latina e grega. Ele dedicou-se a esta tarefa com diligência, mas não conseguiu ver a conclusão daquela assembleia ecumênica, porque faleceu durante a sua realização.
Um notário pontifício anônimo compôs um elogio de Boaventura, que nos oferece um retrato conclusivo deste grande santo e excelente teólogo: 

"Homem bom, afável, piedoso e misericordioso, repleto de virtudes, amado por Deus e pelos homens... Com efeito, Deus concedeu-lhe tal graça, que todos aqueles que o viam permaneciam imbuídos de um amor que o coração não podia ocultar" 

15 de julho - 'Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.' Mt 11,25

Lemos no trecho bíblico de hoje: Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos”.

Deus revela-se aos pequeninos: se quiseres compreender algo do mistério de Jesus, abaixa-te: torna-te pequenino, reconhece o teu nada. Mas Deus não só escolhe e se revela aos pequeninos; ele chama os pequeninos: “vinde a mim, vós, que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Dirige-se aos mais pequeninos devido a sofrimentos, cansaço. Eis então que Deus escolhe os pequeninos, revela-se aos pequeninos e chama os pequeninos.

Poder-se-ia objetar: Mas por que não chama os grandes? A resposta é clara: O seu amor é aberto, mas os grandes não conseguem ouvir a voz porque estão cheios de si mesmos. Ao contrário, para ouvir a voz do Senhor é preciso fazer-se pequenino.

Papa Francisco – 23 de junho de 2017

Hoje celebramos:
São Boaventura
São Pompilio Maria Pirroti
Beata Ana Maria Javouhey

 


terça-feira, 14 de julho de 2020

São Camilo de Léllis - Vídeo



São Camilo de Léllis - Rogaipor nós!

14 de julho - “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Mt 11,21

Jesus no Evangelho de hoje repreende três cidades — Betsaida, Corazin, Cafarnaum — porque não ouviram a sua palavra. Só escutaram, mas aquela palavra não entrou no seu coração, pois não acreditaram nos sinais, nos milagres que fez. A admoestação do Senhor é explícita: “Mas se em cidades pagãs como Tiro e Sidom, eu tivesse feito estes milagres, certamente teriam acreditado. Mas vós não”.

Por detrás desta repreensão há um pranto, porque Jesus está entristecido por ser rejeitado, por não ser recebido. O Senhor gosta deste povo, mas sente-se consternado. Portanto por detrás da reprovação está o pranto de Jesus. Com efeito, Jesus queria chegar a todos os corações, com uma mensagem que não era ditatorial, mas de amor. E Jesus chorou, porque esta gente não foi capaz de amar.

Em vez de Corazin, Betsaida e Cafarnaum, coloquemos nós, eu que recebi tanto do Senhor. Cada um de nós. Cada um pense na própria vida. O que recebi do Senhor. Nasci numa sociedade cristã, conheci Jesus Cristo, conheci a salvação, fui educado, educada na fé. E com quanta facilidade me esqueço, e deixo passar Jesus. Uma atitude que contrasta com aquela de outras pessoas que ouvem o anúncio de Jesus, imediatamente se convertem e o seguem. Ao contrário, nós estamos “habituados”. E este hábito faz-nos mal, porque reduzimos o Evangelho a um fato social, sociológico, e não a uma relação pessoal com Jesus.

É por isso que Jesus chora por cada um de nós quando vivemos o cristianismo formal e não realmente.

Cada um de nós pense: “Sou Corazin? Sou Betsaida? Sou Cafarnaum?” Se Jesus chora, peçamos a graça de chorarmos também nós: “Mas, Senhor, tu deste-me tanto. O meu coração está tão duro que não te deixa entrar. Senhor, pequei de ingratidão, sou um ingrato, uma ingrata”. Seja esta a oração de hoje. E abramos o coração, e peçamos ao Espírito Santo que nos escancare as portas do coração, para que Jesus possa entrar, a fim de que não só ouçamos Jesus, mas ouçamos e recebamos a sua mensagem de salvação e demos graças por tantas coisas boas que fez por cada um de nós.

Papa Francisco – 05 de outubro de 2018

Hoje celebramos:

São Camilo de Léllis
Beato Michel Ghebre
Beato Gaspar Bono


14 de julho - São Francisco Solano

São Francisco Solano
Apóstolo da América, Francisco nasceu em Montilla (Córdoba, Espanha) no dia 10 de março de 1549, terceiro filho de Mateus Sánchez Solano e de Ana Jiménez, família abastada e de nobre ascendência. Fez seus estudos em Córdoba, junto dos jesuítas onde mostrou ser dotado de grande inteligência, dado à contemplação e à caridade.  Antes de concluir os estudos de medicina, que havia iniciado com brilhantismo, pediu para ingressar na Ordem dos Frades Menores da Província de Granada.  Em 1569, vestiu o hábito franciscano e, no ano seguinte, emitiu a profissão religiosa.

Sempre muito austero, paciente, humilde e perfeito na observância da Regra, continuou os estudos de filosofia e teologia no Convento de Santa Maria de Loreto, em Sevilha, morando em um minúsculo canto do coro. Celebrou sua primeira missa em 4 de outubro de 1576.

Em 1581 foi nomeado mestre de noviços do convento de Arruzafa (Córdoba), ofício que continuou a desempenhar no Convento de São Francisco do Monte da Serra Morena para onde foi transferido em 1583 e onde exerceu depois as funções de guardião e de pregador. Em todas as partes era acompanhado pela fama de santidade e de taumaturgo devido aos milagres que realizava. Quando houve um surto da peste bubônica na vizinha cidade de Montoro, voluntariamente se ofereceu para cuidar dos empestados.

Transferido em 1587 para o convento de São Luís da Zubia, perto de Granada, foi eloquente e estimadíssimo pregador popular e apóstolo entre os doentes e presidiários em todo o território circunvizinho.

Abandonou a ideia de se dirigir aos países muçulmanos para morrer mártir, e querendo fugir da veneração do povo, pediu para fazer parte da expedição missionária destinada à América.

No dia 28 de fevereiro de 1589, partiu com outros onze confrades conduzidos pelo padre Baltazar Navarro, custódio de Tucuman, e chegou a Cartagena, na Colômbia, em maio do mesmo ano. Daí continuou até Nome de Deus, no Panamá, que atravessou a pé até atingir as margens do Pacífico.

Quando se dirigia ao Peru, o galeão em que viajava com o grupo, afundou perto da ilha de Górgona em frente à Colômbia. Francisco se considerou pastor desta comunidade de desesperados, entre as quais, muitos escravos. Depois de dois meses de sofrimento foram recolhidos em outra embarcação e levados até um porto ao norte do Peru. O santo frade continuou a viagem a pé até a cidade de Lima. Foi, então, designado imediatamente missionário na longínqua Tucuman, ao norte da Argentina. Para lá chegar deveria fazer a cansativa viagem de três mil quilômetros através dos Andes a pé ou sobre o lombo de um animal.

Tendo chegado a Tucuman, em novembro de 1590, foi lhe dada a incumbência da Custódia Franciscana de São Jorge, fundada em 1565, com a finalidade de ocupar-se das missões.  Vencendo as dificuldades de língua, fundou a missão ou redução de Socotonio e Madalena, das quais foi pároco missionário, exercendo ministério junto a indígenas Diaguitas, dos quais se tornou evangelizador, civilizador, pacificador e defensor, tendo sido muitas vezes agraciado com dom das línguas.

Entre todas as suas grandezas conta-se a da pacificação desta população rebelde na quinta-feira santa de 1591. São atribuídos a Francisco duzentas mil conversões e batizados.

Em 1595 foi chamado pela obediência a dirigir-se ao Peru onde foi nomeado guardião do convento de recoleção de Santa Maia dos Anjos em Lima, cargo que renunciou considerando-se sem capacidade e sem méritos para o exercício.

Em 1602 foi transferido para Trujillo, onde exerceu a função de guardião. Pregador enérgico e inspirado, ficou célebre com o fato de ter profetizado em 12 de novembro de 1603 a destruição da cidade, que aconteceu em 14 de fevereiro de 1619.

Tendo voltado a Lima e nomeado guardião, no dia 20 de dezembro de 1604 percorreu ruas e praças da cidade com um crucifixo nas mãos provocando um tal estado de comoção que obrigou o vice-rei a intervir.  Mesmo sendo muito austero, mostrava-se alegre e costumava tocar violino para alegrar-se a si mesmo e aos confrades e também como instrumento de pastoral para aproximar-se dos índios.

Devido às suas penitências, nos últimos tempos de sua vida, viveu no convento-enfermaria conhecido como Máximo de Jesus (hoje São Francisco), em Lima. 

Durante o terremoto de 1609, padre Francisco levantando-se com dificuldade queria confortar a população com sua palavra de fé. Não conseguiu mais recuperar a saúde.  Morreu santamente em Lima a 14 de julho de 1610, enquanto, a seu pedido, os frades cantavam o Credo. Suas últimas palavras foram: “Glorificetur Deus”.

Foi sepultado na igreja do convento.  Seu corpo foi carregado pelo arcebispo de Lima, pelo vice-rei e por outros personagens ilustres. Foi canonizado por Bento XIII a 27 de dezembro de 1726.