São três as grandes maravilhas do sacerdócio de
Jesus: ofereceu a vida por nós uma vez por todas; continua também agora a rogar
por cada um de nós; voltará para nos levar consigo. Ao homem é pedido que não
feche o coração para se deixar perdoar pelo Pai.
Dois pontos contrastantes na liturgia de hoje.
Por um lado, há esta grande maravilha, este sacerdócio de Jesus em três etapas
— aquela em que perdoa os pecados uma vez para sempre; aquela em que intercede
agora por nós; e aquela que terá lugar quando Ele voltar — mas há também o
contrário, “a blasfêmia imperdoável”. E é duro ouvir Jesus dizer isto: mas é
Ele quem o diz, e se o diz é verdade.
Com efeito, Marcos escreve, citando as palavras
do Senhor: Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos filhos dos homens — e
sabemos que o Senhor perdoa tudo, se abrirmos um pouco, totalmente, o coração!
— os pecados e todas as blasfêmias que disserem — até as blasfêmias serão
perdoadas! — mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será
perdoado eternamente: é réu de culpa eterna. Assim esta pessoa, quando o Senhor
voltar, ouvirá estas palavras: “Afasta-te de mim!”. E isto porque, a grande
unção sacerdotal de Jesus foi o Espírito Santo quem a fez no seio de Maria: os
sacerdotes, na celebração de ordenação, são ungidos com o óleo; e fala-se
sempre da unção sacerdotal. Até Jesus, como sumo sacerdote, recebeu esta unção.
E a primeira unção foi a carne de Maria por obra do Espírito Santo. Assim, quem
blasfema sobre isto, fá-lo sobre o fundamento do amor de Deus, que é a
redenção, a recriação; blasfema sobre o sacerdócio de Cristo.
O Senhor perdoa tudo, mas quem diz tais coisas
está fechado ao perdão, não quer ser perdoado, nem se deixa perdoar.
Precisamente esta é a fealdade da blasfêmia contra o Espírito Santo: não se
deixar perdoar, porque renega a unção sacerdotal de Jesus feita pelo Espírito
Santo.
Papa Francisco – 23 de
janeiro de 2017
Hoje celebramos:
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