segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

13 de janeiro - São Remígio de Reims


São Remígio, apóstolo dos Francos, Arcebispo de Reims, nascido em Cerny ou Laon, 437; falecido em Reims, 13 de janeiro de 533. Seu pai foi Emile, conde de Laon. Ele estudou literatura em Reims e logo se tornou tão conhecido por seu rápido aprendizado e visível santidade que foi eleito arcebispo de Reims em seu vigésimo segundo ano de vida.
A partir de então, seu principal objetivo tornou-se propagar o cristianismo no reino dos francos. Naquela época, a região, que era toda pagã e constantemente assolada por sucessivas invasões dos bárbaros, vinha sendo governada pelo povo franco, mais tarde conhecido como francês. Embora menos evoluídos que os outros povos, eram conhecidos por serem grandes combatentes. Além disso, já haviam prestado serviços militares a Roma no passado.

Ao morrer o seu líder, rei Childerico, em 482, assumiu o trono seu filho Clóvis, com quinze anos de idade. Remígio, como bispo católico que era da diocese de Reims, escreveu-lhe muitas cartas respeitosas e, ao mesmo tempo, dotadas de autoridade:
“Um grande rumor nos chegou: diz-se que tu acabas de tomar as rédeas do governo de nossa nação. Não surpreende que sejas tu o que foram teus pais. Mas vela para que nunca te abandone o juízo de Deus, a fim de que, por teus méritos, logres conservar esse posto que conquistaste por tua indústria e nobreza, porque, como diz o vulgo, os atos do homem se provam por seu fim. Rodeia-te de conselheiros que saibam acrescentar tua honra. Sê casto e honesto; honra os sacerdotes e atende a seus conselhos, pois se vives em harmonia com eles, darás o bem-estar ao país. Consola os aflitos, protege as viúvas, alimenta os órfãos, faze com que todo mundo te ame e te tema. De teus lábios saia a voz da justiça, deixa aberta a todo mundo a porta de tua presença. Joga com os jovens, posto que és jovem, mas aconselha-te com os anciãos. E se queres reinar, mostra-te digno disso”.

O rei Clóvis, apoiado por sua mulher, Clotilde, que já era uma fervorosa católica, depois canonizada pela Igreja, converteu-se à fé cristã por orientação espiritual de Remígio, sendo por este batizado. Na oportunidade, toda a Corte se converteu e recebeu o mesmo sacramento ao lado do seu soberano, que, instruído na doutrina cristã pelo bispo Remígio, institui-a de vez nos seus domínios.
Mesmo antes de abraçar o cristianismo, Clóvis havia beneficiado tanto o bispo quanto a catedral de Reims e, depois da batalha de Tolbiac, pediu a Remígio que o batizasse em Reims (24 de dezembro de 496) na presença de vários bispos francos e alamanos, além de grande parte do exército franco. Clóvis concedeu a Remígio extensões de território, nas quais o último estabeleceu e dotou muitas igrejas.
Ele erigiu, com o consentimento papal, bispados em Tournai, Cambrai, Terouanne, onde ele ordenou o primeiro bispo em 499; Arras, onde foi alocado são Vaast; Laon, que ele deu ao seu sobrinho Gunband.
Os autores de “Gallia Christiana” registram numerosas e generosas doações feitas a São Remigio por membros da nobreza franca, que ele apresentou à catedral de Reims.

Em 517, ele realizou um sínodo, no qual, após uma discussão acalorada, ele converteu um bispo de visões arianas.
Em 523 ele escreveu parabenizando o papa Hormisdas por sua eleição.
São Medardo, Bispo de Noyon, foi consagrado por ele em 530.

Suas relíquias foram guardadas na catedral de Reims, de onde Hincmar as transladou para Epernay durante o período da invasão dos nórdicos, daí, em 1099, no exemplo de Leão IX, à abadia de Saint-Remy. Seus sermões, tão admirados por Sidônio Apolinário, não mais existem. De seus outros trabalhos temos quatro cartas: a que contém sua defesa na questão de Cláudio, duas escritas para Clóvis e uma quarta para o Bispo de Tongres.


Nenhum comentário:

Postar um comentário