A palavra "evangelho", no tempo de
Jesus, era usada pelos imperadores romanos para as suas proclamações.
Independentemente do conteúdo, elas eram definidas "boas novas", isto
é, anúncios de salvação, porque o imperador era considerado como o senhor do
mundo e os éditos como anunciadores de bem. Aplicar esta palavra à pregação de
Jesus teve, portanto, um sentido muito crítico, ou seja: Deus, não o imperador,
é o Senhor do mundo, e o verdadeiro Evangelho é o de Jesus Cristo.
A "boa nova" que Jesus proclama
resume-se nestas palavras: "O reino de Deus — o reino dos
céus — está próximo".
O que significa esta expressão? Certamente não
indica um reino terreno delimitado no espaço e no tempo, mas anuncia que é Deus
quem reina, que é Deus o Senhor e o seu senhorio está presente, é atual, está a
realizar-se.
A novidade da mensagem de Cristo é, portanto,
que Deus n'Ele se fez próximo, já reina entre nós, como demonstram os milagres
e as curas que realiza. Deus reina no mundo mediante o seu Filho feito homem e
com a força do Espírito Santo, que é chamada "mão de Deus".
Aonde chega Jesus, o Espírito criador leva vida
e os homens são curados das doenças do corpo e do espírito. O senhorio de Deus
manifesta-se então na cura integral do homem. Com isto Jesus quer revelar o
rosto do verdadeiro Deus, o Deus próximo, cheio de misericórdia por todos os
seres humanos; o Deus que nos faz o dom da vida em abundância, da sua própria
vida. O reino de Deus é, portanto, a vida que se afirma sobre a morte, a luz da
verdade que dissipa as trevas da ignorância e da mentira.
Papa Bento XVI – 27 de
janeiro de 2008
Hoje celebramos:
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